Delírio de uma razão metafísica.

Passando por aqui, apenas um momento.

Produto do primeiro átomo quântico, que desencadeou em todas as formas de matéria.

Substancialidade de todos os universos paralelos.

Sou o resultou biológico da primeira célula viva que evoluiu quimicamente em todas as formas de vida.

Portanto, sou a continuidade de todas as coisas mortas.

No passado eu já fui tudo, no presente serei tão somente a minha pessoa.

No futuro a continuação de todas as coisas que ainda virão.

A minha origem remonta ao nada, apenas ao vácuo preso no infinito.

Individualmente sou insignificante, sem sentido para a minha existência.

Apenas a continuidade de um mundo sem motivo de ser.

Qual a razão de tudo isso, a ideologização do desejo.

Estou aqui pelo fato de ser obrigado estar.

Amanhã não existirá da minha essência sequer o fluido da existência.

Com efeito, como se nunca tivesse existido.

Passando pelo mundo, o mesmo sumindo com a minha presença.

Sei que o fundamento de tudo é a incausalidade, o que restará da minha pessoa.

O infinito aberto, escuro e desértico, sem passado, presente e futuro.

Quanto a mim a ideologia de um brevíssimo instante, como suporte de ideologias dominadoras.

No infinito como se nada tivesse origem, a passagem o mais obscuro entendimento.

Desaparecerei e serei como era antes a inexistência.

Ninguém poderá pensar a respeito da escolha decifrada por mim.

O mais absoluto silêncio definindo o delírico esquecimento.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 09/03/2019
Reeditado em 09/03/2019
Código do texto: T6593373
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