A hermenêutica da música e letra de Raul Seixas, Maluco beleza.
Enquanto você esforça para ser um sujeito normal.
Será sempre anormal.
Na verdade você é um bestializado.
Infantilizado, quase psicopata.
Diria um políticopata.
Legitimando todas as formas de dominação.
Você comporta conforme eles determinam.
Quanto a mim, aprendi ser diferente jamais darei legitimidade a ideologia deles.
A normalidade é uma psicopatia social.
Por ser um projeto de exploração da sua própria pessoa.
A sua memória foi colonizada como escravo.
Sou louco, maluco total, vivo a loucura real.
Sem a fascinação do delírio.
Dane se o mundo.
Sei controlar a minha maluquez.
Acho admirável o meu modo de ser.
Por ser a fonte da minha lucidez.
O que significa em metáforas não sou bestializado.
Portanto, grito com toda certeza
serei sempre um maluco beleza.
Esse é o caminho escolhido por mim.
Desse modo, não serei massa de manobra
não cantarei a espiritualização proposta por eles.
Não é difícil seguir a minha escolha,
se não for imbecil construirá a sua liberdade.
Será a felicidade de todos.
Só basta você decidir o universo ficará colorido.
Muito fácil seguir, até por não existir outro caminho.
Contrariamente, você será eternamente bestializado.
Um zé ninguém instrumentalizado.
Você precisa cantar a minha canção, juntos fazemos outro universo.
Não temos para onde ir.
Vamos construir a nossa cidade.
É só controlar a maluquez com a nossa ideologia.
Com efeito, a luz destruirá o escuro, o sol brilhará outra vez.
Eles são falsários.
Eu vou ficar maluco beleza.
Com toda certeza não serei instrumento de bestialização.
O mundo será outro se você recusar a imbecilização.
Mesmo que nesse instante a sabedoria seja loucura.
Melhor com toda certeza não ser difusor da ideologia da bestialidade.
Serei eternamente um maluco beleza porque sonho a utopia da felicidade.
Vamos construir a nova lucidez.
Que seja loucura, melhor o brilho do nosso encanto.
A beleza total, o mundo imaginado.
Dedicarei a vida a minha lucidez.
Viverei a loucura real, construindo o sonho pensado.
Edjar Dias de Vasconcelos