Interpretação da letra e música de Raul Seixas: Quem não tem colírio usa óculos escuros.
Quem não tem colírio usa óculos escuros.
A luz é muito forte você tem medo de cegar.
Os olhos são bons, porém, não conseguem ver.
O céu está manchado com os raios do luar.
Você tem medo da sombra do ar.
Foge dos sinais do vento, se perde no tempo.
Negando compreender o presente.
Vive o mundo das superstições, como se a metafísica fosse a realidade.
Seus olhos estão manchados motivo pelo qual usa óculos escuros.
Você busca a cegueira como suporte da vossa covardia.
Tem medo da feiticeira razão de deixar uma vela acesa.
Evitando a bruxa voltar, ela está em sua casa, nunca foi embora.
Então acende a luz do dia com medo da noite chegar.
A escuridão é imensa e não tem como usar óculos escuros.
Uma tempestade interminável você não quer enxergar.
Sabendo que eternamente será escravo, mesmo que seja das vossas ilusões.
Quem não tem colírio, usa óculos escuros.
Como você recusa ver esconde a vossa cara.
Será sempre inútil disfarçado de moderno
um pobre zé ninguém.
Se não tem papel escreva no muro.
Muito fácil se não usasse óculos escuros.
Não legitimaria as forças do poder maligno.
Mas a vossa pessoa é bestializada.
Todavia, você não tem presente.
Com efeito, conforma com o futuro.
Usa óculos escuros para esconder o seu tamanho.
Não importa que seja eternamente escravo.
Você já bebeu daquela água, agora precisa vomitar.
Razão pela qual você fede.
No princípio pode até aceitar, posteriormente, precisa rebelar.
Melhor morrer que colocar uma mascara na cara.
A serpente está na terra o programa no ar.
Objetivando te devorar mordendo seu calcanhar.
Você será engolido, transformado em merda até chegar na água do mar.
Inútil usar óculos escuros.
Melhor comprar colírio para poder enxergar.
Se não tem papel escreva no muro.
Melhor gritar que se matar.
A vida continua a mesma, cada coisa em seu lugar.
Com dois galos a galinha não tem como chocar.
Entenda a metáfora.
Tanto pé na frente que não se sabe caminhar
todos usando óculos escuros.
Quem não tem presente, conforma com o futuro.
Qual é o futuro metaforicamente, ser merda de esgoto,
contaminado a água do mar.
Edjar Dias de Vasconcelos.