A importância da literatura clássica e o desgaste gramatical
A literatura tem importância para a aprimorar a criação de textos e na construção de um vocabulário rico e diversificado. A partir da leitura que verdadeiramente aprendemos a gramática, uma pessoa poderia sim de fato decorar um livro inteiro de gramática, porém isso não faz com que a pessoa necessariamente saiba como utilizar e manusear a língua portuguesa, da mesma forma que saber todas as regras de um jogo não te faz ser um bom jogador.
Primeiramente para compreender o declínio da linguagem atual, será necessário retroceder para 1922, durante a semana de arte moderna, na qual ocorreu a ruptura entre a literatura clássica portuguesa para o modernismo, ainda presente atualmente, compreenda a questão aqui não é o caso de terem aberto a língua portuguesa para novos ares mas sim de terem abandonado toda a carga e importância da literatura clássica portuguesa. Parafraseando Isaac Newton em sua célebre frase, “se vi mais longe, foi por estar de pé sobre o ombro de gigantes” o mesmo de certa forma acontece com a linguagem.
A literatura clássica é um método de preservação da identidade cultural e histórica de um povo, quando este some os demais se tornam defasados e consequentemente acabam sendo esquecidos, incluindo que a língua é o que permite que o legado cultural das gerações passadas continuem sendo transmissíveis e compreensível. Ao ingressar na escola ou faculdade os alunos já têm contato com o modernismo, como se a literatura tivesse seu início em 1922, deixando de lado a tradição portuguesa, que é justamente a base primordial da literatura nacional. A partir do primário, o sistema pedagógico escolar, o ministério da educação entre outros a escola, exerce um importante papel para o afastamento de crianças e jovens da literatura clássica, além de muitas vezes pela falta de incentivo por parte dos pais, acabam transformando-a em algo patético e desnecessário para suas vidas ou até em certos casos nem mesmo a leitura é apresentada. Uma ramificação preocupante que está sendo apresentada no meio escolar, o chamado preconceito linguístico criada pelo professor Marcos Bagno, que de modo geral diz que; apresentar uma mesma gramática para todos é antidemocrático, sendo aceito que o indivíduo escreva da mesma forma que fala, pois por ser algo mutável ela pode sofrer constantes alterações.
Tais afirmações não tem lógica, a partir do momento que a gramática pode ser escrita da maneira que o convém, se torna de difícil compreensão para os demais, pois ao causar uma mudança acelerada da linguagem escrita, ela faz com que tudo publicado antes da mudança torna-se ilegível. Enquanto na América espanhola é possível ler Miguel de Cervantes, escritor espanhol do século XVI, como se tivesse sido publicado recentemente, o mesmo não se dá no Brasil onde textos de Machado de Assis com um pouco mais de cem anos são de difícil entendimento, ponto a qual até língua falada em portugal se torna incompreensível.
Um outro agravante para o desgaste da linguagem são as influências do meio digital, nunca antes as pessoas escreveram e leram tanto, mas não necessariamente isso significa algo positivo, não implicando em uma melhor qualidade de escrita e leitura, tendo por base que mesmo sem notar, as pessoas tendem por repetir erros gramaticais, seja pela falta de tempo entre uma mensagem e outra ou pela simples preguiça, acabam por espalhar erros e aprofundando ainda mais as cicatrizes entre a linguagem falada e a escrita.
É a partir da literatura dos clássicos que pode-se ter uma melhor percepção do mundo, com a leitura naturalmente a pessoa tende a “imitar” a forma de escrita ao assimilar a forma de escrever dos grandes autores, a partir daí o indivíduo irá desenvolver sua própria maneira de expressar-se para o mundo. Todos os fatores apresentados levam a uma degradação da linguagem como todo, ao gerar um ciclo vicioso, aonde nas escolas ou em seus lares os jovens não têm contato com os clássicos de sua língua mãe, sem uma base passam a escrever da forma que os convém, o que por sua vez leva a geração de um processo de entropia ou seja da perda de informação, levando a total perda de sua identidade histórica e cultural tendo por fim a incapacidade do indivíduo de raciocinar, causando o declínio cultural e da língua escrita.
Texto: Lucas vale
prazer pessoal, fiquei muito tempo longe, pretendo publicar alguns tempos novos em um nova página aqui no recanto. Em breve publicarei o link. ;)
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