ODIAMOS MARX, FREUD & NIETZSCHE?
A resposta a instigante post (OS-CRENTES-ODEIAM-MARX-FREUD-NIETZSCHE-PORQUE-ESTES-PROVARAM-QUE-DEUS-NÃO-EXISTE) veio em forma de breve comentário, que achei interessante reproduzir aqui.
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Tirando Freud, cuja obra é ferramenta de leitura e chave hermenêutica de certa crítica literária (vide POESIA E REPRESSÃO - O REVISIONISMO DE BLAKE A STEVENS, de Harold Bloom) , a relevância dos outros dois infelizes pode ser (e de fato é!) colocada em xeque a qualquer momento, sob diversos aspectos.
Concedo também a Nietzsche o status de autor que deve ser lido e relido, independente de concordarmos ou não com suas assertivas. A arte literária empregada, ali, vale qualquer esforço, mas é algo que talvez escape a boa parte de seus fãs, suponho.
Em todo caso Nietzsche parece ter entendido a contento as implicações da 'morte de Deus', como bem lembra William Craig : a notícia é veiculada por 'um louco no mercado' , e ele não é levado a sério pelos seus ouvintes.
Ateus de ocasião e ressentidos de todo tipo têm feito suas leituras particularíssimas, peculiaríssimas das percepções nitzscheanas, mas isso não faz do autor um objeto de um suposto ódio-dos-crentes...
Tampouco Freud, com seu pragmatismo germânico, tem grande peso no que diz respeito a teologia de crentes e céticos.
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A propósito de outro comentário, no qual alguém sugere que é preciso mais fé para 'crer' na inexistência de Deus que em Sua existência, acrescento :
Na cosmovisão cristã, a 'existência' (usando a palavra à falta de terminologia exata) de Deus não é um pressuposto que se assume de antemão, mas uma inferência lógica, e nesse sentido, suponho, é que deve ser necessária uma fé sobrenatural para aceitar o contraditório do que acaba por se revelar a própria constituição da realidade.
Aristóteles --> São Tomás de Aquino --> Plantinga
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