A QUESTÃO JUDAICA NA URSS: O DOMÍNIO JUDAICO-BOLCHEVISTA E O ANTISSEMITISMO PERPETRADO PELOS COMUNISTAS.

     O século XX é marcado por grandes conspirações políticas, ideologias assassinas, guerras cruéis, espionagem de nações inimigas e queima de arquivo, mas nada supera a história do judaico-bolchevismo, será que a URSS queimou as igrejas e poupou as sinagogas? De fato, a maior parte dos judeus que participaram da Revolução Russa eram etnicamente judeus, contudo, o marxismo é uma ideologia completamente ateísta e despreza qualquer espécie de entidade religiosa e espírito de caridade, o que vale mesmo é a defesa do proletariado contra a burguesia.

     O próprio Karl Marx (cujo nome verdadeiro de origem judaica é Moses Mordecai Marx Levi), o inventor do comunismo científico, teceu longas críticas contra as religiões de origem abraâmicas, disse claramente que o judaísmo e o cristianismo são falsas percepções da realidade e são usadas como uma forma de controle social pela hegemonia burguesa, segundo a sua frase: “Tanto o judaísmo como o cristianismo, são frutos da sociedade dividida em classes. São ideologias impotentes para combater a exploração do homem pelo homem. As religiões, em geral, são um protesto contra a vida insatisfatória que é dada aos homens. Porém, a religião é uma ideologia impotente para orientar, na prática, a luta pela transformação do mundo, a luta pela superação das instituições baseadas na propriedade privada. Por isso as religiões funcionam como o ópio do povo, pregando conformismo e a resignação. No entanto as religiões não existem por acaso, essas religiões refletem a situação em que se encontra o mundo. SE QUISERMOS LIBERTAR O HOMEM DE SUAS ILUSÕES RELIGIOSAS, PRECISAMOS MUDAR O MUNDO QUE TORNOU NECESSÁRIAS ESSAS ILUSÕES.
Não adianta combater o efeito sem modificar a causa!" (MARX, Karl).

     Vale destacar o grande envolvimento dos judeus revolucionários dentro da cúpula da URSS, eles participavam do controle da Cheka (Polícia Secreta da URSS), Conselho de Comissários do Povo, Comitê Central do Partido Comunista Soviético, Comitê Central dos Sindicatos dos Trabalhadores e Camponeses Soviéticos, Órgão de Higiene Pública, Professores da Academia Socialista de Moscou, Conselheiros Militares do Exército Vermelho, Juízes Populares, Soviete Superior de Economia Popular e Redatores do Jornal “Pravda”; mais de 92,9% dos funcionários públicos da URSS eram judeus, leia a seguinte lista:

Dzerzhinsky (Derzhin ou Derzinsky) Chefe Supremo da Cheka judeu;
Limbert Diretor da prisão moscovita de Taganski, onde foi assassinada grande parte da aristocracia czarista muitos ex-ministros, generais, diplomatas, artistas, escritores e intelectuais ligados ao regime-czarista judeu;
Vogel Comissário Executivo judeu;
Deipkyn Comissário Executivo judeu;
Bizensk Comissário Executivo judeu;
Razmirovich Comissário-Executivo judeu;
Sverdlov (Iankel Swerdin) Comissário-Executivo judeu;
Janson Comissário-Executivo judeu;
Kneiwitz Comissário-Executivo judeu;
Finesh Comissário-Executivo judeu;
Delavanoff Comissário-Executivo judeu;
Ziskyn Comissário-Executivo judeu;
Iacob Golden Comissário-Executivo judeu;
Scholovsky Comissário-Executivo judeu;
Reintenverg Comissário-Executivo judeu;
General Pernstein Comissário-Executivo judeu;
Zakis Comissário-Executivo judeu;
Knigkisen Comissário-Executivo judeu;
Blumkin (Blum) Comissário-Executivo judeu;
Grunberg Comissário-Executivo judeu;
Latz (Latsis) Comissário-Executivo judeu;
Heikina Comissário-Executivo judeu;
Ripfkin Comissário-Executivo judeu;
Katz (Kamkov) Comissário-Executivo judeu;
Alexandrovich Comissário-Executivo judeu;
Jacks Comissário-Executivo judeu;
Woinstein (Zwcsdin) Comissário-Executivo judeu;
Lendovich Comissário-Executivo judeu;
Gleistein Comissário-Executivo judeu;
Helphand (Parvis) Comissário-Executivo judeu;
Silencus Comissária-Executiva judia;
lakob Model Chefe da guarda comunista para repressões em massa judeu;
Rodomill Comissário Popular da Cheka em Petrogrado judeu;
Djorka (Zorka) Comissário Popular da Cheka em Petrogrado judeu:
Isilovich Comissário Executivo da Cheka em Petrogrado - judeu;
Anwelt Idem - judeu;
Meichman Idem judeu-americano;
Iudith Rozmirovich Idem - judia;
Giller Idem - judeu;
Disper (Disperoff) Idem - judeu;
Heim Model Idem judeu;
Krasnik Idem judeu;
Somur Idem judeu;
Mehrbey Idem judeu-americano;
Herman Idem judeu;
Paykis Idem judeu.
Lênin (Viadimir Uyich Ulyanov) Presidente judeu;
Léon Trotsky (Lew Davidnovich Bronstein) judeu;
Grigore Zínoniev (Apfelbaum) judeu;
Volodarsky (Kohen) judeu;
Samuel Kaufman judeu;
Steimberg judeu;
Schmidt judeu;
Liliana (Ethel Knigkisen) judia;
Pfenistein judeu;
Vostalonenin (Schlichter) -judeu;
Larin (Lurie) -judeu;
Kukorsky (Kukor) judeu;
Spitzberg judeu;
Radomilsky (Urisky) -judeu;
Simasko -judeu.

     Os países governados pela tirania nazi-fascista não estavam completamente equivocados pelos dados da realidade, a propaganda de Joseph Goebbels dizia claramente que o inimigo do Ocidente era o judeu-marxista-capitalista, até mesmo o fascista Getúlio Vargas tomou medidas duras contra a imigração judaica dentro do Brasil (negou mais de 16.000 vistos de entrada no Brasil), o ditador da Argentina, Juan Perón, usou a mídia, rádio e as forças armadas para combater o complô judaico na América Latina, todavia, essas ideias eram obsoletas, após a vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, o establishment anglo-americano tratou este assunto como uma espécie de “teoria da conspiração”, com o intuito de limpar a imagem da URSS e transformar o assassino Stalin em um santo mal compreendido; afinal de contas, por que houve essa grande participação de judeus na revolução comunista da Rússia? A monarquia do Czar Nicolau II não conseguia manter a Rússia de pé, o país estava sofrendo uma grande crise alimentícia, miséria desenfreada e a maior parte da população era analfabeta, além disso, a Rússia embarcou na Primeira Guerra Mundial, Nicolau II culpou os judeus pela pobreza de seu reino e usou eles como bodes expiatórios, chegou a criar campos de concentração (pogrom) para matar o povo hebreu que estava lutando por direitos políticos e cidadania, o revolucionário Lênin ganhou muita popularidade nesta época, usou o tema: “terra, paz e pão”, este homem conseguiu o apoio de judeus, camponeses, ateus e operários e armou uma guerrilha contra a monarquia russa e matou a família do Rei Nicolau Romanov.


     Caricatura do judeu revolucionário Trotsky, desenhada pelo Exército Branco, a charge enfatiza o genocídio do povo russo e dissidentes políticos (nacionalistas, monarquistas, cristãos e capitalistas) pelos soldados bolcheviques.

O ANTISSEMITISMO NA UNIÃO SOVIÉTICA: 1917-1970. 

Fonte: Enciclopédia Judaica de 1971: Antissemitismo, Volume 03.
     As táticas antissemitas da URSS, a criminalização do contato com as nações ocidentais e o uso do termo “cosmopolita” para difamar os EUA.

     O antissemitismo segundo a doutrina comunista consiste em um fenômeno social extremamente negativo: “Isso apenas faz parte da mentalidade reacionária, presente em regimes capitalistas e pré-capitalistas, a qual o ódio pelos judeus é explorado pelo controle da classe dominante”. Lênin ao lado de outros revolucionários da Rússia czarista era um firme oponente do antissemitismo em qualquer das suas formas de opressão, discriminação e perseguição contra o povo judeu-russo. Entretanto, após a consolidação do Gulag (cadeia destinada ao aprisionamento de dissidentes políticos) no Regime Soviético, principalmente com a chegada do ditador Stalin ao poder, iniciou-se um nítido processo de policiamento e vigilância contra o povo judeu na Rússia e o encarceramento em massa de judeus em campos de trabalhados forçados no Gulag. O regime policial conscientemente explorou a tradição antissemita do povo da Ucrânia e de outras partes da Rússia, a qual identificavam os judeus como um elemento forasteiro, “sem raízes da terra natal”, que pretendiam conspirar com os inimigos do país, fugir das obrigações de defesa nos tempos de guerra, ganhar lucro com manipulações ilícitas na economia (agiotagem) e explorar as massas trabalhadoras.

     A palavra “judeu” em si mesma era raramente citada na propaganda antissemita da URSS, com o intuito de prevenir a quebra do tabu ideológico comunista, a campanha antissemita funcionava de um modo diferente, os comunistas usavam termos disfarçados para esclarecer a situação para o povo, eles usavam termos convencionais como “cosmopolitas”, os seguidores racistas de Theodor Herzl, “sionistas” ou “pessoas que não tem uma pátria”, o alvo na maioria das vezes era educacional: Produzir uma evidência tangível/compreensível de certas tendências e interesses populares, a qual o regime soviético queria eliminar (como os interesses da vida e cultura ocidental ou a manufatura e comercialização de mercadorias estrangeiras de países capitalistas) que eram produzidos por estrangeiros, traidores, elementos forasteiros, judeus e sionistas.

     Um novo estímulo surgiu nos tempos da Guerra Fria, quando o sistema de supervisão e monitoramento da população pelos órgãos de segurança atingiu o seu auge. Todos os judeus eram considerados como um elemento de risco potencial à segurança da coletividade, principalmente aqueles que tinham laços familiares com os judeus dos EUA e dos outros países ocidentais, a URSS perseguia os judeus que manifestavam solidariedade aberta ou velada para o Estado de Israel.

     Presume-se que o cosmopolitismo (uma visão de um mundo concebido sem fronteiras ou alguém que visitou vários países) é uma característica comum do povo judeu, chegou a ser considerado como um fator negativo para a segurança soviética, o Estado Soviético liquidou todas as instituições e organizações judaicas, com a exceção de algumas sinagogas que eram constantemente supervisionados pelo serviço policial soviético.

     A fase mais avançada do antissemitismo soviético chegou a meados da década de 1960, quando os gulags da URSS adotaram um posicionamento radical anti-israelense, particularmente após a Guerra dos Seis Dias em Junho de 1967. A propaganda soviética orquestrou de forma grotesca uma imagem sinistra do Estado de Israel envolvida em uma conspiração internacional espalhada pelo mundo inteiro, uma visão racista-imperialista do sionismo, bem similar ao conteúdo do livro Os Protocolos dos Sábios de Sião.

     Os soviéticos faziam alegações de que o Estado de Israel estava subtraindo os recursos do mundo inteiro, queria transformar o planeta Terra em uma espécie de feudo judaico, Israel estava envolvida em uma trama internacional ao lado da CIA e da Maçonaria, uma conspiração típica do folclore antissemita difundido pelos Protocolos dos Sábios de Sião.

APÓS A REVOLUÇÃO DE OUTUBRO.
[O antissemitismo difundido pelo Exército Branco; O Antissemitismo criminoso denunciado pelo jornal russo Izvestiya em 1918 – NEP (Nova Política Econômica) e a entrada dos judeus nas cidades industriais].

     Durante e após a Revolução de Outubro, o antissemitismo serviu como uma das armas principais da contrarrevolução russa, as forças do Exército Branco descreveram que os judeus estavam escravizando a liberdade da Mãe Rússia através do Regime Bolchevique. O slogan da contrarrevolução era este: “Vamos derrotar os judeus e salvar a nossa querida Mãe Rússia”.

     Lênin não identificava o antissemitismo apenas como um pecado sócio-político, de acordo com o seu panorama ideológico, mas um fator formidável o qual merecia ser combatido com grande esforço para salvar a revolução. Ele atacou o antissemitismo e as suas afirmações e discursos, incluindo a resolução bem conhecida do governo soviético, que definia os perpetradores e instigadores dos pogroms (campos de concentração do Czar) como inimigos da revolução que devem ser punidos pelas leis (Izvestiya, 27 de Julho de 1918).


     Essa atmosfera perdurou na URSS por anos a fio, pelo menos até o encerramento do governo de Lênin em meados da década de 20 e a consolidação da ditadura stalinista, os sentimentos antissemitas das massas continuaram até 1920, principalmente durante a NEP (Nova Política Econômica), às vezes até aumentava, especialmente quando um grande influxo de judeus das cidades veio para trabalhar nos centros administrativos e industriais, onde eles competiram pelos empregos disponíveis. O antissemitismo aumentou entre os camponeses russos, porque os judeus receberam terra para cultivo no sul da Rússia e na Criméia e ganharam privilégios de assentamentos agrícolas.

     Mas apesar de existir um antissemitismo popular entre as massas e uma pequena perseguição de intolerância religiosa contra os judeus ortodoxos, a maior parte dos membros do Comitê do Partido Comunista era composta por judeus em meados de 1917 até 1930, considerando a mobilidade social e a questão geográfica, um vasto número de judeus gostou dessas condições, e não encontraram nenhum obstáculo de natureza antissemita no seu caminho.

OS EXPURGOS EM 1930.

     O ponto de virada começou a partir do final da década de 30 com os Grandes Expurgos, quando o governo soviético parou de punir os ataques antissemitas populares. Neste período, o governo destruiu as organizações e instituições judaicas e matou figuras de liderança. E isto foi classificado como uma das soluções tomadas pela ditadura de Josef Stalin, desde então continuou existindo um número significante de judeus nas posições medianas e altas da hierarquia do partido comunista, eles ocupavam cargos vitais do governo, como por exemplo, o serviço de vigilância secreta do Estado.

O GOVERNO DA URSS NÃO DENUNCIOU A TORTURA NAZISTA CONTRA OS JUDEUS DESDE 1939.


     Desde 1939 para diante, após a assinatura do pacto Nazi-Soviético (O Pacto de Não Agressão ou Ribbentrop-Molotov) e a insurreição da Segunda Guerra Mundial no Ocidente, os veículos de radiodifusão da URSS bloquearam qualquer informação que denunciasse as políticas antissemitas dos nazistas, nenhuma atrocidade e opressão contra o povo judeu foi divulgada na mídia russa após a invasão da Polônia.

     A respeito deste assunto, houve um considerável aperfeiçoamento do ataque alemão e dos seus colaboradores contra a URSS em Junho de 1941 (Operação Barbarossa). Entretanto, a quantidade detalhada das atrocidades nazistas foi abafada pelos jornais e rádios soviéticos, a URSS buscou uma forma de camuflar o genocídio anti-judaico e descreveu os assassinatos em massa usando termos vagos, como por exemplo, a morte de “pessoas pacíficas e inocentes”. Essa dissimulação dos fatos persistiu de modo mais forte após o término da Segunda Guerra Mundial, a história mostra claramente que Josef Stalin consentiu com o Holocausto do tirano Adolf Hitler e seus asseclas fascistas e muçulmanos.

     Qualquer pessoa que tentasse demonstrar os seus sentimentos de empatia e tristeza pelo sofrimento do povo judeu durante a ocupação nazista era fortemente criticada pelo porta-voz das autoridades soviéticas.

     
Caricatura de um jornal francês: Em 1937, Hitler prometeu que acabaria de uma vez por todas com o bolchevismo, no entanto, em meados de 1939, Hitler disse que a Alemanha precisa fazer boas relações com o seu vizinho russo.

OS ANOS NEGROS: 1948-1953.
[A perseguição dos judeus executada por Josef Stalin, após a fundação do Estado de Israel – o assassinato dos escritores judeus e a destruição das instituições judaicas]. 

     Após a fundação do Estado de Israel, Stalin deu início ao massacre de judeus na Rússia, porque ele não aceitou o fato de que o Estado de Israel não era um satélite-socialista da URSS, muito pelo contrário, o Estado de Israel tornou-se um dos maiores aliados das potências ocidentais, cooperou ao lado dos EUA, Japão, Brasil, Índia, Reino Unido, França, Chile e Alemanha-Ocidental. O motivo da perseguição era o avanço do processo de “russificação” (É a adoção da Língua russa ou alguns outros atributos da cultura russa, voluntariamente ou não, por comunidades não-russas) dos judeus dentro do sistema social da URSS.  Nessa mesma época a União Soviética começou a tecer relações com os países árabes e montou um complô contra a soberania do Estado de Israel do Rio Nilo até o Eufrates.

     Os Anos Negros contra o povo judeu que vivia na Rússia iniciou quando o alto escalão do serviço policial da URSS maquinou políticas antissemitas. Estes foram os últimos quatro ou cinco anos do regime de Josef Stalin (milhões de judeus foram enviados aos gulags, pelo simples fato deles terem contato com o “inimigo” durante a guerra. Os russos que fugiram para a Suíça e aproveitaram a sua política de neutralidade foram deportados de volta para a Rússia, onde foram enviados para os campos de trabalho forçado no Gulag).

     O serviço secreto da polícia soviética foi o responsável pela morte do artista judeu Salomon Mikhoels, diretor do Teatro Judaico do Estado de Moscou e presidente do Comitê Anti-Fascista, consequentemente, houve a destruição de todos os artefatos, pinturas, arte, música, sinagogas, escolas e instituições judaicas que eram remanescentes da década de 30 ou foram fabricados durante a Segunda Guerra Mundial. Quando o ano de 1948 estava prestes a acabar e dava inicio ao ano de 1949, os jornais e a imprensa soviética inauguraram uma campanha antissemita de difamação e ódio, condenando os elementos forasteiros “cosmopolitas” que estavam infectando o meio intelectual da Rússia.

     Essa campanha foi a primeira que fez uma ampla exploração de estereótipos e discursos antissemitas populares, sem o uso de disfarce ou maquiagem ideológica. O desprezo arraigado e o espírito de suspense pelo povo judeu ganhava notoriedade entre o povo russo, a propaganda satisfez o interesse da política antissemita da URSS – o judeu é um ser estrangeiro, distante do solo de sua terra natal, responsável pela traição – este discurso demagógico foi uma ferramenta eficiente para a educação da nação russa, qualquer elemento de vertente ocidental era abominado, devendo permanecer de fora das fronteiras do nacionalismo russo, a nação vivia em um estado de isolamento.


     O encerramento das ações do Comitê Judaico Anti-Fascista; o encarceramento de escritores judeus, artistas e figuras públicas; o encerramento do Ministério dos Assuntos da Criméia; o encerramento do Julgamento de Slánský (iniciado e executado pelos emissários da URSS); são classificados como eventos históricos que marcam a perseguição dos judeus na URSS.


     O estereótipo do judeu cosmopolita e sem pátria, desenhado pela propaganda da URSS.

O COMPLÔ DOS MÉDICOS CONTRA A DITADURA STALINISTA. 

     Meio século se passou desde que Stalin acusou um grupo de médicos – a maioria deles pertencia à etnia judaica – de conspirar contra o governo. Os vestígios deste caso continuam até os dias atuais.

     Há 50 anos, aproximadamente no dia 4 de Abril de 1953, o jornal Pravda noticiou uma declaração importante do Lavrenty Beria (agente da NKVD e membro notável da cúpula do governo soviético), a mão direita do abominável ditador Josef Stalin e que coordenava as ações da polícia secreta da URSS, exonerou nove médicos soviéticos (sete dos médicos eram judeus), que foram previamente acusados por atos de “obstrução, espionagem e atividades terroristas, contra os líderes ativos do governo soviético”. Os povos soviéticos, especialmente os judeus, ficaram espantados ao tomarem conhecimento que após um mês da morte de Stalin, a nova liderança do governo admitiu que as acusações feitas contra os médicos era inteiramente falsa e foi inventada por Stalin e seus asseclas. Sete dos doutores foram imediatamente libertados da prisão, infelizmente dois médicos morreram nas mãos dos carrascos da prisão.

     O vergonhoso episódio do Complô dos Médicos explica um vasto arcabouço da política soviética, o papel do Stalin, a persistente visão medieval dos médicos como envenenadores em potencial, um ato de sobrevivência em uma calamidade antissemita, apesar dos horrores conhecidos pelo Holocausto. Para o Stalin, cujos feitos facilmente se equiparam aos de Hitler, cujos enganos foram evidentes na trajetória da sua vida. O Complô dos Médicos foi uma intenção de mostrar o quanto é ordinário o objetivo de limpar os elementos “cosmopolitas”, sionistas e estrangeiros (leia-se judeu) da URSS.


     Stalin asseverou: "Todo nacionalista judeu é um agente da inteligência americana. Nacionalistas judeus pensam que os EUA (onde se pode enriquecer, ser burguês e coisas assim) salvaram a nação deles. Sentem-se agradecidos aos americanos. Entre os médicos existem muitos nacionalistas judeus".

     Os planos de Stalin: Em janeiro de 1953 o governo soviético declarou no Pravda, que nove médicos prestigiosos, orquestraram a morte de dois assessores de confiança de Josef Stalin. Além disso, segundo os relatos do artista Alek Rapoport, esses profissionais foram acusados de participarem de um “vasto complô conduzido pelos imperialistas ocidentais e os sionistas, tendo como meta o assassinato dos oficiais do alto escalão político-militar da URSS”. Até a morte de Stalin, a imprensa soviética especulou a presença de uma quinta-coluna (expressão usada para se referir a grupos clandestinos que atuam, dentro de um país ou região prestes a entrar em guerra com outro, ajudando o inimigo, espionando e fazendo propaganda subversiva, ou, no caso de uma guerra civil, atuando em prol da facção rival) conspirando na URSS, a mídia constantemente fazia referência a prisão de judeus, a demissão dos judeus nos seus locais de trabalho ou a execução por pena de morte.

     O espetáculo desses julgamentos foi planejado e construído cuidadosamente, o qual a quase totalidade dos dois milhões de habitantes judeus da URSS, os quais sobreviveram aos acontecimentos do Holocausto, foram transportados para o Gulag – em carros de gado. Entre o anúncio de Janeiro da morte de Stalin e um mês e meio depois de alertas, protocolos e avisos denunciando as atividades judaicas na Rússia, tornou-se claro os planos cuidadosos de transferir e fazer a “concentração” (matança e envio de judeus aos campos de trabalho forçado) dos judeus-soviéticos. Rapoport cita um engenheiro judeu-soviético, o qual denunciou ter visto no início dos anos 60, “um acampamento nunca usado com filas e filas de quarteis: A sua vastidão tirou o meu fôlego.” Outra testemunha confirmou a existência de planos de deportação.

     Decreto do Soviete Supremo, feito no dia 20 de janeiro de 1953, concedendo a Ordem de Lênin para o Dr.Olga Timashuk por ajudar a expor os médicos assassinos. No dia 03 de Abril de 1953 o prêmio foi cancelado, tendo em vista as novas circunstâncias e provas que vieram à luz.

     O antissemitismo e a desconfiança dos judeus: O ódio de Stalin pelos judeus e principalmente pelos médicos judeus desta ocasião não surgiu do nada.  O antissemitismo europeu segue uma longa ordem cronológica de manifestação, não é algo recente, acarretando subtipos bem estranhos, um medo (e respeito) por doutores judeus. Essa decorrente desilusão tipificou a declaração do Conselho Católico de Valladolid (localizado no noroeste da Espanha) em 1322: “Os médicos judeus sob o disfarce de conhecimentos da medicina, cirurgia e farmácia, cometem atos de traição com tanto fervor com o intuito de matar o povo cristão, enquanto estão aplicando os remédios nas vítimas”.

     Faz um longo tempo que o Stalin não manifestou seu ódio apenas contra o povo judeu, por extensão, lutou contra o nacionalismo judaico (sionismo). Embora usando um pouco desta terminologia derivada, ele difamou as duas expressões (judeu e sionista) usando a concepção antissemita “onipresente” do período czarista da Rússia, o qual o Stalin cresceu durante a sua infância e juventude. Naquela época era notória a popularidade do livro fajuto Os Protocolos dos Sábios de Sião, a obra apócrifa circulava amplamente no território russo e atingiu proporções internacionais. O conteúdo da obra provocou um clima de terror e drama, a obra descrevia uma dominação judaica no mundo, os judeus dominariam o sistema bancário de todas as nações e financiariam a subversão terrorista para efetivar golpes de estado. Apesar do fato de que em 1921 a obra foi desmitificada, o jornal Times do Reino Unido expôs a falsificação de dados e distorções da realidade presentes na obra, baseada no livro “Diálogo no Inferno entre Maquiavel e Montesquieu”, contudo, a obra continua tendo sucesso, principalmente no mundo árabe subdesenvolvido, onde existe uma série televisiva baseada nos Protocolos.

     Às vezes as preocupações de Stalin entravam em conflito. Por exemplo, quando Lena Shtern, uma cientista judia muito conhecida, foi julgada secretamente com acusações falsas em 1952, Stalin poupou a sua vida, aprisionando-a por “apenas” cinco anos, porque ela era uma das únicas cientistas experts em longevidade na URSS, a área de conhecimento que intrigou o envelhecido ditador.

     Em geral, Stalin sempre desconfiou dos médicos – independente da nacionalidade. Segundo as lembranças de Dmitri Shostakovich, ele menciona a história do cientista Vladimir Bekhterev, um dos maiores psiquiatras reconhecidos do mundo, aos 70 anos de idade ele foi convocado para avaliar o estado mental do ditador Stalin. O excelente doutor classificou o ditador como paranoico. Por incrível que pareça ele estava certo. No entanto, o cientista Vladimir Bekhterev morreu mais tarde, acabou sendo envenenado pelo Stalin.

     Mas o ódio especial de Stalin ficou reservado apenas pelos doutores judeus. Apesar de nas últimas décadas o governo Czarista ter restringido o acesso de judeus ao controle de terras, além disso, certas profissões não podiam ser feitas por essa etnia, eles de fato conseguiram ingressar no ramo da medicina, em um número muito fora da proporção, tendo em vista a sua pequena porcentagem da sua população. Enfim o Stalin decidiu solucionar o “problema judaico” na União Soviética, fez perfeito sentido abrir uma campanha contra os doutores judeus, estigmatizados pelo termo “sionistas” ou agentes da Joint (Uma organização de assistência judaica sem fins lucrativos).

     Iniciou-se uma campanha ofensiva e com planos de deportação – para o bem deles – da população judaica. Um milhão de cópias de um panfleto estavam sendo preparadas para a distribuição – com o título: “Por que os judeus devem ser reassentados das regiões industriais do país”. O aviso da deportação foi cuidadosamente feito em resposta ao complô dos médicos, ele foi reivindicado por judeus-soviéticos que estavam aterrorizados com a história, eles imploravam ao “Pai de todos os Povos” (Stalin) para deportar os judeus para a sua própria proteção. Eles apelaram para o “governo da URSS, principalmente para o camarada Stalin, com o propósito de salvar a população judaica contra os médicos envenenadores... De origem judaica... Nós como expoentes da liderança da população judaico-soviética, temos a lealdade de declarar o total desprezo pela propaganda americana e sionista do Ocidente, que estão alardeando a existência do antissemitismo na URSS”.

     De acordo com o plano de Stalin, os médicos seriam condenados à forca – de maneira simbólica - durante a época da páscoa. Como Rapoport explicou:

     “Os incidentes vão seguir essa forma: Ataques contra os judeus orquestrados pela polícia secreta, a publicação de uma declaração escrita por proeminentes judeus (parceiros do regime soviético) exigindo ações que devem ser tomadas. O terceiro estágio do programa de genocídio vem em seguida. Primeiro, a quase totalidade dos judeus-soviéticos... serão enviados para campos de trabalho forçado encontrados no leste dos Urais (cordilheira de montanhas da Rússia)... Segundo, as autoridades vão colocar os líderes judeus uns contra os outros... A KGB (polícia secreta da URSS) vai começar a matar a elite judaica nos campos (gulags), da mesma forma como eles fizeram com os escritores e artistas judeus (que adotaram a língua iídiche)... há poucos anos... O último estágio consistia em eliminar o resto”.

     Respostas atuais: A abordagem deste assunto levantou o interesse de dois órgãos principais da Medicina Britânica, o Jornal de Medicina Britânico e o Lancet (
é uma revista científica sobre medicina publicada semanalmente e com revisão por pares. É uma das mais antigas e conhecidas revistas médicas do mundo e descrita como uma das mais prestigiadas. É publicada pela Elsevier no Reino Unido pelo Lancet Publishing Group). A revista Lancet não fez nenhuma matéria relacionada ao complô. O Jornal Britânico de Medicina publicou um artigo bem interessante sobre o complô dos médicos, exatamente após uma semana do episódio ter sido anunciado no jornal do Pravda em Abril, a notícia relatava a exoneração dos médicos. Intitulado: “A acusação dos médicos russos”, eles fizeram referência a um pronunciamento vago da Associação Médica Mundial. O jornal, talvez um pouco prudente (e corajoso) depois da retratação da URSS, admitiu que “os médicos sentiram-se perturbados pela violação da integridade profissional dos seus colegas russos, provavelmente sentiram os efeitos danosos desta acusação, ferindo a confiança dos seus pacientes na relação universal entre paciente e doutor”. 

     Outra referência a este assunto encontrada na língua inglesa foi descoberta em uma carta do editor do Jornal da Associação de Medicina Americana, submetida pela Associação de Medicina Israelense, declarando francamente que “a falsa acusação chegou a um nível de responsabilizar os médicos por um julgamento encenado para certos fins políticos”.

     Mais nenhuma declaração foi feita pela imprensa de medicina Britânica, entre aquele que foi publicado pelo jornal Pravda em Janeiro e a retratação feita em Abril. Além disso, eu não consegui encontrar mais nenhuma menção a respeito deste caso, nenhum dos três jornais publicados após o dia 11 de Abril de 1953 decidiu tocar no assunto novamente.

     Quando ocorreu a morte de Stalin a população soviética ficou menos amedrontada, os judeus da URSS ainda não estavam livres da questão. As próximas quatro décadas terão períodos balanceados de ressurgimento e relaxamento do antissemitismo soviético. Durante os anos da administração de Brejnev houve uma combinação incomum de políticas antissemitas provocadas pelo Estado e o afrouxamento da emigração de aproximadamente 200.000 judeus, a maioria deles queriam morar em Israel. Mais tarde a glasnost e a perestroika, possibilitou a saída de 1 milhão de judeus, mais uma vez eles queriam fugir para o Estado de Israel. A maior parte desses imigrantes eram médicos, eles conseguiram enriquecer bruscamente a profissão da medicina no solo israelense.

     No final das contas, o complô de Stalin falhou por um motivo: Ele morreu antes de completar a sua missão. A ironia do final desta história é que a nata da medicina judaico-soviética foi embora do seu país por ter sido difamada e caluniada, o ofício dos praticantes da medicina foi liberado no Estado de Israel, lá onde conseguiram liberdade e prosperidade na sua profissão. Certamente, o ditador Stalin está rolando de raiva no seu túmulo.

     Um médico judeu (agente da inteligência americana e sionista) sendo preso pela mão totalitária do Estado Soviético.

O PERÍODO DE KRUSCHEV.

     O período que seguiu a morte de Stalin foi inaugurado com uma aparente reversão do caos antissemita provocado pelo episódio do Complô dos Médicos, mas as expectativas de que as instituições judaicas seriam reinstaladas e de que haveria um retorno da campanha de luta contra o antissemitismo popular foi frustrada. Nikita Kruschev em uma reunião íntima do 20° Congresso do Partido Comunista Soviético (Fevereiro de 1956) denunciou os métodos selvagens de Stalin, mas ignorou completamente o aspecto anti-judaico do ditador falecido, e o silêncio a respeito deste assunto foi considerado como algo sinistro/medonho para os judeus-soviéticos. O próprio Kruschev, o qual era o oficial supremo do partido comunista do governo representativo da Ucrânia durante a Segunda Guerra Mundial, ficou muito impressionado com o antissemitismo como um fator imensamente poderoso no cenário sócio-político.

     A perseguição antissemita de Kruschev foi avaliada de forma mais moderada em comparação com a perseguição antissemita gerada por Stalin nos últimos anos. Não consistiu apenas em encobrir o genocídio e a matança dos judeus causada durante a invasão nazista, mas ele condenou os judeus pelos crimes econômicos na URSS (especulação financeira, juros, capitalismo e agiotagem). Quem tomou conta dessa campanha vexatória foi o serviço de segurança policial a partir de Maio de 1961 e durou até a saída de Kruschev do governo em 1964. Os judeus eram acusados por praticar crimes econômicos e uma boa quantidade de pessoas foi pega em flagrante, engajadas em atividades ilícitas na economia a qual foi atribuído o papel dos mentores, instigadores, organizadores e transgressores de origem judaica, pelos crimes cometidos contras as leis que regem os assuntos de produção, marketing e a regulação da circulação da moeda estrangeira. Os judeus eram majoritariamente culpados por esses crimes. A maior parte deles recebeu a pena de morte, e o fato deles pertencerem à comunidade judaica era retratado de diferentes formas na imprensa soviética (racismo).

     Analisando os fatos, é possível constatar que realmente existiram crimes econômicos na URSS, entretanto, apenas os judeus eram culpados por essas infrações; Durante o governo de Kruschev, surgiram livros e panfletos denunciando não apenas o Estado de Israel e suas políticas sionistas, mas esses instrumentos de propaganda criticavam fortemente o judaísmo, como um fenômeno cultural, histórico e religioso extremamente negativo (difamação étnica). Essas publicações eram acompanhadas por desenhos antissemitas (como foi descrito no livro de um cientista profissional em assuntos antissemitas, o ucraniano Trofim Kychko, o nome do livro é Judaísmo sem Embelezamento, publicado na Academia de Ciências da Ucrânia da República Soviética em 1963).

                                       
     O estereótipo do judeu ganancioso e louco por dinheiro era muito propagado na URSS, o crime da usura (segundo a visão comunista vigente) era atribuído ao espírito egoísta dos judeus.

ELIMINAÇÃO DAS SINAGOGAS E INSTITUIÇÕES JUDAICAS. 

     Um novo empreendimento foi feito para erradicar a vida da comunidade judaica na URSS, o etnocídio foi protocolado no governo de Nikita Kruschev, ele fechou várias sinagogas, fez uma campanha de difamação usando os jornais da URSS, informando que as sinagogas estavam sendo usadas como um local de encontro de criminosos, onde discutiam assuntos imorais.

- Líderes das sinagogas foram presos.

- A tradição do Minyanim (Um grupo de adoração judaico composto por 10 ou mais membros adultos) feita em casas particulares ou locais públicos foi abolida.

- O cozimento do pão Matzá (pão sem fermento feito com farinha branca e água) feito no ritual da Páscoa foi abolido pelo governo.

     Em alguns lugares, o enterro de judeus em cemitérios separados (cemitérios judaicos) foi abandonado.  Nesses tempos o antissemitismo popular revitalizou as suas forças, aconteceu incêndios culposos de sinagogas, efetuou-se o assassinato das pessoas que ocupavam o cargo de shammash (empregado assalariado de uma sinagoga, o qual cumpre as obrigações de secretariado, dirige o serviço público e oferece assistência ao cantor), esses acontecimentos eram repentinos na cidade de Malakhovka próxima de Moscou, por fim, seguia a pregação de publicações antissemitas nas ruas.

- Houve o incêndio da sinagoga da Tskhakaya localizada na Georgia em 1962.

- Tumultos antissemitas nas ruas, incitados por um libelo de sangue (Libelos de sangue são alegações sensacionalistas de que uma pessoa ou um grupo participa de sacrifícios de outras pessoas, sendo frequente nessas alegações que o sangue das vítimas sacrificadas é utilizado em rituais ou atos de canibalismo), este evento ocorreu em Tashkent e Tskhaltubo em 1962.

- Alvoroço popular gerado por uma história que acusava os judeus de ter praticado um libelo de sangue, aconteceu em Vilna em 1963.

- E mais uma vez foi impresso uma publicação informando um libelo de sangue dentro do órgão oficial do Partido Comunista, provocado por um judeu facínora (o evento foi noticiado pelo jornal local, na cidade de Buinaksk localizada no Daguestão, especificamente no dia 09 de Agosto de 1961, onde poucos dias depois um pedido oficial de desculpas foi impresso).

     Finalmente, os cemitérios judaicos foram destruídos, a geração judaica mais jovem começou a falar mais russo do que ídiche (O ídiche é uma língua da família indo-europeia, pertencente ao subgrupo germânico, tendo sido adotada por judeus, particularmente na Europa Central e na Europa Oriental, no segundo milênio, que a escrevem utilizando os caracteres hebraicos), este foi o objetivo alcançado pelo processo de “russificação” do povo judeu na URSS.

DEMISSÕES, PRECONCEITO E OBSTÁCULOS NA CARREIRA PROFISSIONAL DOS JUDEUS NA UNIÃO SOVIÉTICA.

     É absolutamente claro que o governo da URSS não confiava nos judeus, desde que o Estado de Israel era um grande aliado dos EUA e combatia os países árabes no Oriente-Médio, o livreto do sionista Theodor Herzl, O Estado Judeu, era proibido na Rússia, este livro descreve o funcionamento do Estado de Israel, as suas políticas públicas, leis, características religiosas e o serviço de segurança.

     Existia uma clara indicação de que qualquer declaração pública a respeito dos judeus entrava em contradição com a política oficial, porque a mídia acobertava a perseguição aos judeus de maneira proposital, com o intuito de enganar a compreensão do público estrangeiro. Ao mesmo tempo, os judeus da URSS eram afetados pela discriminação fervorosa em várias esferas da vida social. Os judeus completamente desapareceram do Serviço das Relações Estrangeiras, sumiram dos postos de comando do exército, nem sequer havia rastros dos judeus nas posições representativas do governo, a presença de judeus na hierarquia do partido comunista desvaneceu e nenhum judeu ocupava cargos no poder judiciário. Houve uma queda na porcentagem de integrantes judeus no governo local, republicano e nos órgãos da administração soviética, a derrocada desta quantidade não aconteceu apenas nas cidades (onde 95% dos judeus residiam), mas na população como um todo. A juventude judaica encontrava dificuldades para ingressar nas instituições de ensino superior, localizadas nas cidades principais da Rússia e da Ucrânia, particularmente nos campos de estudo que levam a uma posição no poder ou nos campos classificados.

     Todas as pressões feitas pelas autoridades soviéticas com o intuito de fazer os judeus-soviéticos deixarem de lado a sua identidade, não alcançou o objetivo da ditadura comunista. O exercício da vida religiosa e cultural judaica tornou-se praticamente impossível, e ainda assim a completa assimilação da tradição judaica não foi garantida pelos censores e instrumentos da repressão soviética, alguns judeus lutaram pelo seu direito de emigrar para Israel. A repressão policial forçava cada vez mais o fechamento das sinagogas (segundo as fontes soviéticas, entre 1956 e 1963, o número de sinagogas caiu de 450 para 96), os judeus eram acusados por espionagem e condenados por compartilharem a literatura ocidental na Rússia, porque o ocidente era considerado um “inimigo de classe” da revolução comunista, isso foi considerado o motivo basilar para fechar as instituições religiosas.

     Os livros sagrados do judaísmo pararam de ser impressos (mais de 3000 cópias da edição fotostática do livro de oração Sidur foi uma exceção muito divulgada, apesar de que a nova edição publicada no final do ano de 1969 não tem indícios de sua circulação no mercado), a venda do pão Matzá e o seu uso nas liturgias judaicas começou a ter a sua distribuição limitada em meados de 1960. Uma bruta campanha de calúnia, injúria e difamação foi travada nos livros, panfletos, charges e periódicos contra a religião judaica, e os adeptos do judaísmo não tinham a permissão para responder ou defender a sua fé contra os abusadores, pois o governo soviético era ateu e estimulava o discurso de intolerância religiosa.


     Direito de emigrar: A emigração para o Estado de Israel foi impedida sob o pretexto de que “sendo os cidadãos de religião hebraica equiparados aos outros cidadãos nos direitos e nos deveres, devem permanecer nos lugares de residência para colaborar na medida de suas capacidades à preparação de um futuro melhor” (ANSA).

O PERÍODO DE BREJNEV.

     Quando Kruschev foi retirado do poder em Outubro de 1964 e a “liderança coletiva” encabeçada por Alexei Kosygin e Leonid Brejnev iniciou, havia sinais de uma leve melhoria nas condições de vida dos judeus-soviéticos.

- A campanha contra os “crimes econômicos” e o fechamento das sinagogas cessou.

- O cozimento do pão Matzá nos rituais judaicos passou a ser renovado.

- Os judeus foram mencionados como vítimas do Holocausto no solo soviético.

- Em um discurso público do primeiro-ministro Alexei Kosygin, a autoridade soviética denunciou o antissemitismo como um dos maiores malefícios da sociedade.

     Depois de conceder essas garantias, o velho espírito anti-judaico dos editoriais e dos jornais da URSS permaneceu, ambos voltaram a incitar críticas severas contra o Estado de Israel, especialmente na época da Guerra dos Seis Dias, onde Israel estava travando uma guerra contra os estados árabes, foi a campanha mais árdua na história da imprensa da URSS, onde condenava Israel e o sionismo racista do país. O estilo das caricaturas que acompanhava as tensões do conflito era marcadamente antissemita. O modo ucraniano de externar o antissemitismo comparava a religião judaica como uma tradição criminosa dos tempos antigos, a fé judaica ensinava aos seus seguidores a relevância da superioridade da raça hebraica e o seu ódio pelos outros povos, subitamente, começou a reaparecer as publicações contra o povo judeu, bem como foi escrito nos folhetos do cientista Trofim Kychko, o qual reapareceu em cena após ter ficado poucos anos em silêncio, o seu livro escrito em 1963 que esclarece a campanha difamatória antissemita na URSS causou um grande escândalo no mundo, até mesmo nos partidos comunistas ocidentais.

     A nova campanha da URSS monopolizava a significância do termo “Sionismo” nos conflitos árabe-israelenses: A ideologia sionista foi representada como um instrumento maquiavélico de poder e um grande aliado das forças imperialistas, sendo utilizada para efetuar os seus objetivos perversos no mundo, como por exemplo, escravizar as nações e explorá-las, minando o socialismo, e é claro, manipulando o Estado de Israel para sabotar o progresso das nações árabes. Essa descrição deturpada do sionismo é similar ao conceito descrito no livro Os Protocolos dos Sábios de Sião, onde narra a história de uma conspiração judaica mundial.

     O uso desta conspiração judaica no cenário geopolítico causou uma atmosfera de medo e desconfiança para os judeus-soviéticos, que tiveram que lidar novamente com as complicações materiais e econômicas no país, com muito receio de serem perseguidos e linchados pela população soviética e o aparelhamento estatal. Para a sorte desta etnia, não aconteceu uma perseguição igual aos tempos dos Anos Negros, parece que o governo tomou passos lentos para prevenir qualquer tipo de manifestação popular de antissemitismo, como por exemplo, os eventos catastróficos que aconteceram na época do governo de Kruschev.

     O Kraken sionista estendendo os seus tentáculos pelo mundo, programando a criação de um governo judaico mundial, essa charge foi publicada em uma revista da URSS.

ANTISSEMITISMO: 1945-1970 – PAÍSES ARÁBES – SATÉLITES SOVIÉTICOS – COMUNIDADES NEGRAS.

     Em todos os países do mundo a emancipação política, social e a dignidade da pessoa humana estão formalmente em vigor para beneficiar os judeus, tendo algumas exceções insignificantes (Arábia Saudita e Iêmen), os judeus sofrem uma perseguição truculenta nos países árabes e sofrem tormentos e ondas de opressão por parte dos governos, os países comunistas negam os direitos do povo judeu de desenvolver a sua própria cultura.

     Há evidências de que a atividade cultural e a liberdade de consciência continuam sendo alvos de perseguição. Os judeus-soviéticos estão travando uma luta aberta para conseguir estabelecer conexões com os seus irmãos que estão vivendo fora do país, contudo, eles querem iniciar a passagem da Aliá (o termo que designa a imigração judaica para a Terra de Israel - que, até 1948, correspondia ao território do Mandato Britânico da Palestina - e, a partir de 1948, para o Estado de Israel. A emigração judaica é chamada em yerida. Os imigrantes judeus são chamados olim e os emigrantes são os yordim), a luta foi transformada em um dos fenômenos sociais mais importantes na vida dos judeus em todos os pontos do mundo e a salvação foi um desafio central para vida de todo o povo judeu.  Em vários países comunistas a quantidade de judeus está diminuindo até chegar a um ponto de plena vastidão (Polônia e Tchecoslováquia).

     No mundo ocidental os judeus estão por todas as partes, o povo judeu é participativo em festas de todos os tons, no momento, este povo está ocupado encarando os problemas das sociedades as quais eles prestam a sua fidelidade. Ao mesmo tempo eles fazem fortes laços de amizade com os judeus que habitam o Estado de Israel. A atmosfera de medo e terror da Diáspora provocada pelas semanas que antecederam a Guerra Dos Seis Dias, mostrou a devoção deste povo no tempo da crise.

     Do outro lado, os judeus-americanos estão encarando problemas sociais contemporâneos, um problema imponderável distante do “antissemitismo negro” na sociedade negra (alguns cineastas judeus usavam maquiagem e vestimentas afro-americanas,  era algo muito comum em filmes e peças de teatro da década de 1970, mas gerou problemas para os movimentos coletivos formados por militantes negros, que denominavam as obras como uma arte racista). Na vida simples dos cidadãos judeus, muitos estavam lidando com o problema do ódio de si mesmo, questionavam a própria vida e as tensões políticas, em particular os intelectuais da Nova Esquerda, frequentemente usavam o disfarce do antissionismo para criticar o Estado de Israel e os seus habitantes, agora não existe apenas o “antissemitismo da esquerda”, um velho fenômeno da época de Karl Marx e Mikhail Bakunin, mas foi inventado o “antissemitismo judaico”, incentivado por judeus insatisfeitos pela política interna e externa de Israel. Por outro lado, muitos judeus estão contribuindo em geral na sua cultura e estão articulando de forma consciente a expressão e o realce da sua “judaicidade”, da melhor forma como eles entendem (exemplos notáveis são Arnold Wesker na Inglaterra ou Bernard Malamud e Saul Bellow que vivem nos EUA). Alguns deles levam uma existência elevada no exílio como um símbolo do paradigma da alienação do homem moderno.

     Em muitos aspectos a nação judaica prevalece no presente em uma situação similar aos tempos da construção do Segundo Templo (O Segundo Templo foi o templo que o povo judeu construiu após o regresso a Jerusalém, a vinda depois de anos no Cativeiro Babilónico, no mesmo local onde o Templo de Salomão existira antes de ser destruído. Foi destruído novamente no ano 70 pelos soldados romanos liderados pelo general Tito). Tem o seu centro independente e criativo na Terra de Israel. E tem um centro ótimo e criativo na Diáspora, especialmente nos EUA onde foi comparada uma conexão destes artefatos com o período helenístico de Alexandre o Grande com a Antiga Babilônia, a descoberta contribuiu para a função de consolidar uma cultura judaica.

     A hostilidade cultural direcionada aos judeus, certamente faz parte do antissemitismo vulgar, está longe de desaparecer. Apesar do Papa João XXIII ter sido um grande agente da causa humanitária e quer romper a velha postura da Igreja Católica em relação ao povo judeu, e esse plano não foi desintegrado. As frases ditas por Arnold Toynbee (um historiador britânico muito polêmico, pelo fato dele ter negado que o Estado de Israel pertence ao povo hebreu) designou os judeus e sua cultura como “fóssil da civilização siríaca”, transformando os árabes refugiados (palestinos) como “novos judeus”, essa é uma expressão marcante do antissemitismo moderno.

           
     Cartaz antissemita feito pela URSS em Maio de 1970, percebe-se que o governo russo dizia que o Estado de Israel era tão racista quanto à Alemanha Nazista, e o Estado de Israel era um grande aliado do Imperialismo americano. O mesmo discurso é dito pela esquerda moderna pró-palestina e pelos ativistas eurasianos.

A EMIGRAÇÃO DOS JUDEUS.

     Dez dos milhares de judeus reivindicaram a sua saída da URSS para morar no Estado de Israel, mas poucos deles conseguiram concluir este objetivo. Em consequência, centenas de judeus, a maior parte deles era da geração jovem e habitavam nas grandes cidades, formaram revoltas e protestos contra a negação de vistos para saírem da ditadura comunista e enviaram cartas para as autoridades soviéticas, petições para o secretário-geral da ONU e a Comissão dos Direitos Humanos, recados endereçados para o Estado de Israel e chegaram a manifestar as suas queixas para os partidos comunistas no Ocidente, porque não estavam tolerando a violação dos seus direitos.

     Jovens judeus organizaram grupos para estudar a linguagem hebraica, o curso de aprendizado foi nomeado como ulpanim (um curso de aprendizado voltado para o público adulto, destinado a ensinar habilidade básica de conversação, escrita e compreensão da língua hebraica e da cultura e história de Israel). Há relatórios de que os judeus jovens estão abstendo-se do casamento inter-racial, preferindo não manter relação com os gentios (os povos que não são judeus), porque o casamento entre raças diferentes dificulta a saída da URSS. Várias menções são feitas aos limites impostos pelos aristocratas que querem inibir o renascimento do sentimento neossionista, como por exemplo, impondo tributações exorbitantes nas licenças de saída, privando a cidadania e os direitos civis das pessoas que querem sair da URSS e adquirir um lar em Israel, a repressão policial-militar por parte do governo aumentou bastante, a URSS prendeu grupos de ativistas sionistas em 1970, mas isso não foi o suficiente para deter o avanço do movimento de emigração.

     No meio desta crise humanitária, houve um episódio dramático de um julgamento feito na Corte de Leningrado, o governo acusou um grupo de judeus que habitavam na cidade de Riga (capital da Letônia) por sequestrarem um jato soviético e usá-lo para sair do país, tendo como meta chegar ao Estado de Israel. A sentença aplicada pelo Tribunal foi muito bruta, dois judeus foram condenados à pena de morte, a medida repressiva tomada pela ditadura gerou um excitante clamor de protesto em países ocidentais, chamou a atenção de judeus e gentios, incluindo a revolta de chefes de governo, membros do parlamento, intelectuais, cientistas e militantes esquerdistas. A indignação chegou a tal nível que o tribunal reverteu a sentença (removeu a pena de morte para os dois judeus) e reduziu a magnitude das outras penas.  Pouco tempo depois, grupos compostos por judeus-soviéticos agitavam manifestações nos escritórios do Soviete Supremo, no quartel-general do Partido Comunista e no Ministério do Interior de Moscou (órgão federal do governo), implorando pela aquisição das licenças de saída.

     Cartaz da campanha de emigração judaica, condenando veementemente o totalitarismo soviético e o antissemitismo.

     Um ponto de virada na luta pela autonomia do povo judeu-soviético foi o pronunciamento da Primeira-Ministra Golda Meir's nos veículos de comunicação israelense, realizada em Novembro de 1969, baseada em cartas de 18 famílias judaicas que viviam na República Socialista Soviética da Geórgia, as cartas estavam pedindo que o Estado de Israel convencesse a ONU a aceitar os pedidos das manifestações pró-emigração, pois os judeus queriam morar em sua terra natal, pois Israel é um patrimônio histórico do povo hebreu. Essa carta inaugurou uma nova fase no movimento judeu-soviético que lutava pela sua saída da ditadura comunista. Pela primeira vez, o número ativo de judeus-soviéticos estava crescendo em todas as regiões da União Soviética. A comoção ardente do povo judeu estava centrada exclusivamente na sua vontade de ir morar em Israel.

     Esses apelos que denunciavam a violação de direitos humanos ganhou notoriedade na imprensa mundial, finalmente conseguiram refutar o discurso monótono dos porta-vozes da URSS, eles viviam dizendo que o povo judeu foi completamente integrado ao solo soviético e não comportavam nenhuma semelhança de identidade e raízes com o Estado de Israel. Como resposta ao ponto de vista anticomunista da imprensa internacional, a URSS divulgou uma série de cartas escritas por judeus-soviéticos respeitáveis (amigos do governo), acusando o Estado de Israel por suas agressões e repudiando a concessão das licenças de saída, este pronunciamento do governo gerou mais uma revolta, uma imensa quantidade de judeus dispersos em diferentes cidades da União Soviética, assinaram declarações que criticavam a postura anti-israelense por parte das autoridades soviéticas, porque a declaração feita pelo governo não contava com o apoio popular dos judeus que estavam sofrendo a tirania do socialismo.

     Milhares de assinaturas de judeus-soviéticos confirmavam uma postura pró-ocidente e manifestavam um interesse claro em habitar o Estado de Israel, todas as cartas continham a informação pessoal do autor e o seu endereço, várias delas foram divulgadas na mídia ocidental. A quantidade das cartas que manifestavam uma posição pró-Israel era muito maior comparado a quantidade de cartas que apoiavam a política isolacionista da URSS; as manifestações liberais e democráticas por parte dos judeus-soviéticos foram caracterizadas como um evento importantíssimo na história da URSS na década de 1960.

     A população jovem judaica ficou contente por exibir os seus atos de bravura e coragem em um momento repleto de distúrbios e conspirações políticas. Em 1970 os judeus-soviéticos continuavam tendo os seus direitos de expressão e organização sendo negados pela ditadura soviética. Por muitos anos, fontes atestam as condições de vida do povo judeu na URSS, as informações eram baseadas em casos fortuitos e intercalados pela imprensa Soviética e pelas agências de notícias estrangeiras, muitas dessas histórias foram contadas por diplomatas, visitantes e turistas. Mais informações estão disponíveis em arquivos encontrados entre 1960-1971, quando um número considerável de judeus-soviéticos chegou ao Estado de Israel e conseguiu reunificar as suas famílias.

CENSO DA POPULAÇÃO JUDAICA NA URSS: FEITO EM 1970 E PUBLICADO EM 1971:

     Prestem atenção na queda da porcentagem da população judaica na URSS, praticamente ninguém tolerava viver no inferno socialista, sendo considerado como um “parasita” ou um “porco capitalista” que quer subtrair a felicidade alheia.



CONCLUSÃO

     Em virtude dos dados demonstrados, concluímos que os judeus cavaram a sua própria cova, eles foram culpados por criarem um dos maiores projetos de expansão e colonização territorial de toda história da raça humana, a URSS foi um dos primeiros impérios que não foi controlado por um Rei, mas sim por burocratas do governo e psicopatas que matavam uns aos outros em busca do poder, nenhum deles representavam os verdadeiros interesses da classe operária, a URSS criou o maior sistema de intolerância religiosa no século XX, o governo soviético perseguiu cristãos, xintoístas, muçulmanos, pagãos, protestantes e judeus, substituiu a liberdade de crença pelo culto do materialismo histórico, a religião satânica de Karl Marx que matou pessoas inocentes que queriam montar o seu capital, cuidarem das suas famílias e adquirir a sua liberdade de locomoção, é esse tipo de coisa que acontece quando você coloca o bem público acima do bem privado, a ditadura do coletivismo.

     Embora os judeus sejam considerados uma parte significante dentro do movimento da revolução comunista na Rússia, o comunismo atraiu a atenção de diferentes povos e etnias no decorrer do século XX, árabes, americanos, ingleses, alemães, poloneses, espanhóis, asiáticos, brasileiros, venezuelanos, cubanos, iugoslavos e lituanos, mas o resultado foi o mesmo, pobreza, escravidão, falta de alimentos, restrição da liberdade de consciência, perseguição aos investidores capitalistas, reformas agrárias radicais que desencadearam mortes por desnutrição, instrumentos de tortura em hospitais psiquiátricos e campos de trabalho forçado que matavam as pessoas por inanição; o comunismo deve ser rejeitado em qualquer das suas formas, o homem deve lutar em defesa da civilização ocidental e pela defesa de seus ídolos religiosos, uma vez que a Constituição Federal da República do Brasil permite a diversidade religiosa e a liberdade de pensamento, segundo o Art. 5°, VI: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.

ANEXO

A SINAGOGA DE LÊNIN

     No início da década de 90 o Brasil recebeu seitas protestantes tendenciosas, divulgadas pelas teses de estudo de Mike Murdock, o estudo dele estava presente nas seguintes instituições: Igreja Universal, Igreja Mundial e Assembleia de Deus.

     O objetivo era difundir na mente do cristão um pensamento altruísta, voltado para os valores materiais e luxuosos, itens necessários para atingir a riqueza eterna e preservar a autonomia da família; o nome desta seita é Teologia da Prosperidade, uma maldição que transforma o homem em um servo da moeda.

     No entanto, este não é o único problema presente na cultura religiosa brasileira, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) entrou neste mercado pecaminoso, atualmente, a organização trabalha com projetos políticos e sociais direcionados ao socialismo.

     Em discursos, vídeos e depoimentos, encontramos padres e bispos promovendo a inocência do Partido dos Trabalhadores, idolatrando a imagem do bastardo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como se ele fosse a reencarnação do rei israelita David; o nome desta seita é Teologia da Libertação, ela recebe uma colaboração fortíssima do escritor Frei Betto.

     Todavia, a teologia possui um passado escuro em nossa realidade, durante a década de 60 a organização OLAS( Organização Latino-Americana de Solidariedade) montada em Cuba - o paraíso da família Castro - orquestrou um método para transformar a América Latina em uma réplica da União Soviética, a promoção da Teologia da Libertação foi responsável por contaminar os seguintes países: El Salvador, Nicarágua, Guatemala, Bolívia e Brasil.

     Informação extra: Durante o período do Regime Militar, existia um grupo subversivo conhecido pelas siglas JOC (Juventude Operária Católica), o embasamento teórico dela apoiava-se em bases marxistas.

Como funciona a Teologia da Libertação?

     Consiste em criar o paraíso celestial no mundo secular, a palavra "Libertação" refere-se à história de Moisés do Antigo Testamento, um dos profetas que salvou a comunidade judaica contra a escravidão egípcia, todavia, a seita procura estabelecer um substituto deste profeta em carne e osso, com o intuito de criar um programa socialista que confronte o imperialismo e o individualismo, o "guia supremo" (profeta socialista) fará de tudo para acabar com a propriedade privada, exigir uma economia planificada e estabelecer a paz através do desarmamento.

Os principais pontos que refuta a teologia.

     "Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade." (Atos 2.44,45 – NVI)

     "Se o ladrão for achado roubando, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue." (Êxodo 22:2)

     Parábola dos talentos: "A um deu cinco talentos, a outro, dois e a outro, um, a cada um segundo a sua própria capacidade; e, então, partiu.” (Mt 25.15) Explicação: Talento era o nome da moeda usada nos tempos do Novo Testamento, correspondia ao valor das obrigações do cidadão.

     Qualquer cristão que favoreça o pensamento revolucionário será morto pelo veneno que produziu, pois este cristão desinformado não conhece a verdadeira face de Karl Marx e Engels, os dois teóricos do comunismo-científico odiavam tradições e religiões, durante a adolescência de Marx ele produziu contos satânicos no livro Oulanem; além deste fato aterrorizante, Papa Pio XI escreveu uma encíclica condenando o comunismo e o comportamento violento da ideologia.

     Fontes do Regime Militar, publicadas em 1967, indicam a participação da Rússia e da KGB para a criação e a propagação da Teologia da Libertação na América Latina, o soldado do Exército Vermelho, Alexandre Hunderoff, usou a Igreja Ortodoxa Russa para financiar a popularidade e a agitação da Teologia da Libertação no Brasil, o bispo Carlos Duarte recebeu dinheiro da Rússia para movimentar o culto progressista na Igreja Católica Apostólica Brasileira.

     Encerro essa dissertação com a seguinte reflexão, o verdadeiro cristão não deve ser uma pessoa egoísta que adore cultuar a figura de Mamon (personificação do dinheiro), tampouco criar um governo repleto de regulamentações e impostos para prevenir o uso abuso do dinheiro, isto facilitaria o domínio de Leviatã (personificação do Estado Absoluto).



REFERÊNCIAS:

OLIVEIRA, Sérgio. Os Genocidas do Século XX. Editora Revisão. 1ª Edição. 1998.

CARVALHO, Ferdinando. O Comunismo no Brasil 2. Bibliex. 1ª Edição. 1967.

http://www.hist-chron.com/judentum-aktenlage/antisem/EncJud_antisemitismus-1917-1970-SU-ENGL.html?fbclid=IwAR3mgZtU8-Hwfx-jrLxsNiIO19otqsmd6YjB04VgSYP5O3puGHFN4fyh43I 

http://www.geschichteinchronologie.com/SU/EncJud_juden-in-SU04-1945-1971-verfolgung-ENGL.html

http://www.hist-chron.com/judentum-aktenlage/antisem/EncJud_antisemitismus-1945-1970-ENGL.html

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC139050/?fbclid=IwAR1lF2ljEj7PQhJe81_Wf_rS0J-4sd%207D9BRMuSKPbRYn16xAj7pIkNXKHy8

http://www.berdichev.org/jewsinurss_b_6.htm

http://memoria.bn.br/DocReader/Hotpage/HotpageBN.aspx?bib=089842_06&pagfis=110753&url=http://memoria.bn.br/docreader#

https://www.youtube.com/watch?v=sv5jePJjbZs&t=372s

https://www.youtube.com/watch?v=psnyCMcdOcE&t=14s

https://www.jta.org/2017/06/29/global/brazil-denied-16000-visas-to-jews-during-nazi-regime-research-reveals 

http://www.cacp.org.br/a-teologia-da-prosperidade/?fbclid=IwAR0xL_IO9BHJlwQr7RGiT8wJUsXxq2pu0ORZKmrMs3PtcZ35Hq6GhKP6Cpk  

https://www.dn.pt/globo/interior/joao-xxiii-foi-o-melhor-papa-da-historia-para-os-judeus-3831543.html
 
 





















 





















 









 






















 
Retronium_Duster
Enviado por Retronium_Duster em 20/12/2018
Reeditado em 21/12/2018
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