• Passando ao homem concreto. Sartre percebe a facticidade que ele olvidara.
Chegamos à conclusão de que a filosofia de Sartre é num certo sentido paradoxal. De um lado aponta para um humanismo, ao querer definir o homem como liberdade, e, como sabemos, liberdade é abertura e, portanto, algo de indefinido. De outro ele aponta para um novo sentido humanista para a filosofia, no qual não há mais aquela forma clássica de definir o homem, como fizeram tantos filósofos, mas uma nova forma de humanismo, visto que seu olhar, seu estudo e sua inteligência se voltam não tanto para os objetos e para o mundo, mas para o “reino do humano” que é diverso daquele dos objetos. Isso porque se a existência se baseasse sobre uma essência inteligível, ao homem não restaria nada para fazer ou decidir. A tese tem mais dois capítulos nos quais pretendo mostrar justamente a unicidade do pensamento e da filosofia de Sartre, como falado no início desse introdutório.
Na conclusão ficará demonstrado que não existe uma dicotomia no pensamento sartriano. Ao contrário, o que existe é uma unicidade de pensamento na qual O Ser e o Nada e A crítica da razão dialética se complementam.