Após não da USP, biblioteca de Antonio Candido vai para a Unicamp Grupo de empresários se organiza para comprar os livros e doá-los para a universidade
Inicialmente negociada para ir para a USP, a biblioteca de Antonio Candido vai para a Unicamp —são 7.000 volumes. Os livros seriam vendidos para a USP, mas um parecer da universidade disse que a aquisição geraria duplicatas em seu acervo e não estavam higienizados, o que gerou um desconforto com a família do intelectual.
Normalmente, uma higienização é feita depois de aquisições do tipo. A ideia era que a biblioteca ficasse no Instituto de Estudos Brasileiros, onde já estão seus papéis.
Assim, as filhas de Candido decidiram que a biblioteca iria para Campinas, como doação. Um grupo de empresários se organiza para comprar os livros e doá-los para a Unicamp, mas, mesmo que isso não dê certo, a família pretende doá-los da mesma forma.
Essas são as obras que o crítico literário manteve consigo até o fim, porque já havia doado a maior parte de seus livros em vida para diversas universidades. No conjunto, além de títulos com dedicatórias, há livros raros que ele havia herdado da família.
Cemitério de padres A Contexto publica, em maio, “O Pavilhão dos Padres”, de Guillaume Zeller. O livro conta a história de padres, monges e seminaristas católicos mortos no campo de concentração de Dachau, entre 1938 e 1945. Dos 2.579 religiosos enviados ao campo, 1.034 foram mortos.
Poesia e política A editora independente Luna Parque publicará, em breve, “O Inferno É Verde”, com dois poemas longos da francesa Leslie Kaplan. O livro fala de manifestações no subúrbio de Paris, relacionando-as a uma visita que a autora fez ao Brasil, e aborda a possibilidade de a poesia pensar os acontecimentos políticos. Tradução de Zéfere.
Poesia visual A Iluminuras lança em breve “Trio Pagão”, volume com poemas visuais de Sérgio Medeiros. O autor foi inspirado por sua convivência, há 30 anos em uma aldeia no Mato Grosso com o índio Jerônimo Tsawé, que preenchia cadernos com uma caligrafia imaginária.
Carta de amor Editado pela finada Cosac Naify, volta às livrarias a “Carta a D.”, escrita pelo escritor austro-francês André Gorz a Dorinne, a sua mulher, que sofria de uma doença incurável. No documento, que sai pela Companhia das Letras, ele lembra a trajetória intelectual e de militância dos dois. O casal se suicidou junto em 2007, e um bilhete encontrado na casa foi acrescentado ao livro.