O Papa disse que não existe o inferno.
O papa disse que o inferno não existe.
A um jornal italiano.
O papa sabe o que fala.
Ele é exuberantemente honesto.
Tenho admiração pelo o Papa.
Gosto da Igreja Católica.
Entretanto, confesso com honestidade.
Vou revelar grandes segredos.
Era seminarista, muito jovem.
Estudava filosofia Puc de Belo Horizonte.
Início dos anos 80.
Fazia pastoral em uma cidade do interior de Minas gerais.
Então um grupo de jovens carismáticos.
Com terríveis problemas psicológicos .
Imaginando as ações do inferno.
Declarei em plena conferência .
O inferno não existe, muito menos o diabo.
Fundamentei se deus é todo poderoso ao mesmo tempo bondoso.
Por que iria criar o diabo e fazer o inferno.
Objetivando ter um problema a mais.
Se deus de fato é inteligente jamais criaria o diabo.
Quando voltei ao convento na cidade de Belo Horizonte, o mundo caiu em minha cabeça.
Quase tive que deixar o convento.
Hoje o Papa revela que não existe o inferno.
Ao terminar a faculdade de filosofia e psicologia.
Fui estudar teologia em Petropolis com os franciscanos.
Em seguida vim para São Paulo.
No último ano de teologia.
Com retiro marcado para a ordenação.
Em um sabado fui jantar com um grupo de amigas.
Em um restaurante em São Paulo.
Fizeram me muitas perguntas.
Uma delas se existia o inferno.
Respondi claro que não.
As moças ficaram pasmas.
Perguntaram e o céu.
Se não existe o inferno, como vai existir o céu.
Vou ser mais objetivo não há sequer a alma.
Então, não existe deus?
A resposta logicamente que não.
Perguntaram qual a finalidade da vida.
Voltei a responder as moças.
Nenhuma.
Somos seres que vivemos para desaparecermos.
Nossa finalidade transformarmos em pó químico.
Somos livres.
Os nossos inimigos, apenas os políticos, sobretudo, a direita.
Nada oprime a vossa cognição a não serem as ideologias perversas de mundos mitológicos.
As grandes rupturas pedagógicas.
Anos 70.
A pedagogia lidava com uma disposição dos saberes.
Três formas de saberes.
As ciências humanas.
Ciências exatas e biológicas.
Portanto, uma certa hierarquização epistemológica.
Cada saber tinha sua mensuração especifica.
Na compreensão da realidade fenomenológica.
Ciências do espírito.
Interpretação.
Aplicação do método indutivo, ciências exatas e biológicas.
Método da explicação.
No final do século XX.
Com a decadência do marxismo ortodoxo.
Por outro lado, com a insustentabilidade do positivismo lógico.
Com o nascimento da filosofia política neoliberal.
Fundamentada na filosofia analítica inglesa.
Como o materialismo histórico na filosofia continental.
A dialética e defesa do socialismo.
Com a queda das três principais ideologias.
O marxismo ortodoxo com a derrocada do socialismo soviético.
A inviabilidade do liberalismo econômico, sua substituição pelo neoliberalismo.
Do mesmo modo, superado ideologicamente.
A destruição do positivismo lógico e do materialismo histórico.
As duas bases antagônicas das novas pedagogias.
As epistemologias tradicionais se destroem.
Perdem as significações as correntes pedagógicas que afirmam por um lado o socialismo.
Por outro lado, as teorias que defendem o liberalismo econômico.
No novo momento o neoliberalismo.
Nascendo morto para o desenvolvimento das nações.
Com efeito, todas as pedagogias perderam seus efeitos culturais.
Em razão de modelos não sustentáveis culturalmente.
O novo momento, o novo modelo filosófico político econômico.
Sustentado na teoria social liberal.
Modelo francês, inglês e Norte da Europa.
Entretanto, aqui no Brasil ainda não foi formulado uma teoria pedagógica com tal perspectiva.
Razão pelo qual vivemos vaco cultural pedagógico em nossos projetos políticos pedagógicos.
Pedagogias supostamente progressistas e outras reprodutivas conservadoras.
Ausência de epistemologia pedagógica sustentável no social liberalismo. ]
Edjar Dias de Vasconcelos.
Edjar Dias de Vasconcelos.