IH! DEU RUIM, ROUBARAM MEU CARNAVAL.

Pouco importa o trabalho desenvolvido ao longo dos meses nas comunidades e nos barracões das agremiações. As madrugadas pré desfile com a adrenalina no máximo e as pálpebras caídas pelo cansaço.

A comunidade desce o Morro e adentra a avenida tomada pelo espírito festivo e vestida de orgulho pelo prazer de ver seu árduo trabalho exposto. A bateria dita o ritmo e a comunidade se entrega a seu compromisso sagrado de conquistar o público e as notas aferidas ao final do desfile.

E vimos isto, na tela de nossos televisores.

Uma demonstração de alegria, comprometimento e força das comunidades.

Paraiso do Tuiuti, merecedora do belo desfile que produziu e arrebatou opiniões é entre outras uma das favoritas a ostentar o troféu de vencedora. Expondo o Pato e não as mazelas, ridicularizando panelas, mas silenciando o choro do sangue que escorre na favela.

Pouco importa o patrocínio e o tema pré pago a ser desenvolvido, a comunidade participa por ofício.

O dilema, verídico e amargo foi apresentado com dores e louvores pelo espetáculo teatralizado de uma Beija Flor contagiante, aos berros, aos gritos a melodia clamava: Socorro.

"Liberdade, liberdade abre as asas sobre nós", samba enredo inesquecível, findou o carnaval; não findou a escravidão.

Urge instantaneamente o hilario bloco de esquerda, afoito a usurpar o digno trabalho das comunidades, elegendo seu tema preferido e alegando desde já um suposto complô da mídia, um futuro GOLPE NA CORTE CARNAVALESCA.

Então, Portela, Salgueiro, Imperatriz e Beija Flor, contenham seus tamborins, recolham as fantasias, desmontem as alegorias, voltem aos barracões com a certeza do dever cumprido e com a frustração da alegria roubada se por ventura uma entre vós se sagrar CAMPEÃ.

A quarta feira será de cinzas, vossa festa, vossa digna comemoração estará a margem da INDIGNAÇÃO ESQUERDISTA que necessita alardear um NOVO GOLPE para encobrir suas "TRAVESSURAS ".

Beija Flor, ganhando ou não, mostrou a crua e nua verdade deste Brasil dominado por quadrilhas, grupelhos e pseudos partidos.

Sandro Colibri
Enviado por Sandro Colibri em 13/02/2018
Reeditado em 13/02/2018
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