Saiba o que foi a Escolástica e suas consequências

Como esse artigo é dirigido ao leigo ou ao curioso que busca saber sempre mais, vamos ser objetivo e sem muitas delongas explicar o que foi a Escolástica e quais foram as suas consequências para a época, para a atualidade e para a civilização.

Cronologicamente, a Escolástica foi um período da filosofia e da história do mundo ocidental que vai do século VI ao século XVI.

Para podermos entender o porquê do nome Escolástica temos que retroceder no tempo e lembrar que até o século VI, a filosofia era ensinada em qualquer lugar, por livres pensadores, por uma ou outra escola ou corrente filosófica, e por filósofos, que como eram independentes, nem sempre se pautavam pela moral cristã ou religiosa.

Temendo as heresias, que já começavam a dominar o pensamento dos cristãos, a igreja resolveu, ela mesma, através dos seus teólogos e mestres, ensinar filosofia, mas agora, dentro dos estritos rigores teológicos.

Diante disso podemos afirmar que, na verdade, a Escolástica foi, mais, uma forma para reavivar a fé, divulgar a doutrina e principalmente para consolidar a autoridade da igreja, que propriamente, um movimento filosófico.

Por volta do ano l.070, época em que a Igreja mandava nos reis e nos seus súditos, surge a filosofia Escolástica, tendo como fundador, Anselmo o arcebispo de Canterbury na Inglaterra e mais tarde por volta de 1255 surge o seu maior filósofo Sto Tomas de Aquino.

Não se pode negar que Anselmo e seus seguidores, foram mais teólogos que filósofos, pois segundo seus ensinamentos “quando se tem uma fé firme e inquebrantável é dever do crente tratar de compreender aquilo em que acredita”

Mas como essa compreensão é de todo impossível, Anselmo e todos os escolásticos que o sucederam, perderam tempo considerável e gastaram muitas palavras, tentando provar o que não pode ser provado.

Sob o comando da Escolástica, a filosofia que, antes, era ensinada nos jardins e praças públicas passou a ser ministrada nas catedrais, universidades e escolas, por isso, a denominação Escolástica para todo o ensino teológico, doutrinário e filosófico ministrado pela igreja.

Esse período foi fortemente marcado pela hegemonia da igreja, pela teologia católica e pela repressão a livre manifestação das artes, cultura e pensamento. Por isso, foi denominada de a “Noite de Mil Anos” que durante dez séculos atravancou o conhecimento e retardou o desenvolvimento.

Diz-se “noite” ou período negro, porque na Escolástica, a religião apoiada pelo estado, impôs a ditadura teológica, obrigando os filósofos a serem também teólogos, já que suas observações e hipóteses científicas tinham que se ajustar aos dogmas religiosos.

Com a supremacia da teologia sobre a filosofia e a ciência, filósofos e cientistas, não podiam contestar a “vontade de Deus”, pois a fogueira esperava os que ousassem aventar a hipótese de que a terra girava ao redor do sol ou que deus não existia. Nessa época, a igreja proibiu os médicos de dissecarem cadáveres para estudos de anatomia ou para fins científicos.

Mas esse foi só o começo, pois no caminho aberto pela Escolástica o passo seguinte foi a instauração da Inquisição ou o Santo Ofício onde os inquisidores passaram a decidir sobre a vida ou a morte das pessoas.

Durante essa época, quem fosse considerado herege, feiticeiro ou mago ia direto para a fogueira ou morria sob a tortura. Em nome de Deus foram praticados tanto crimes políticos quanto religiosos.

Apesar disso, como não tem bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe, no período que vai do século XIII ao século XVI a Escolástica já começa a agonizar e os primeiros raios de sol iluminam as planícies da liberdade.

Com o fim do período escolástico a inquisição também foi perdendo força e as manifestações artísticas, culturais e místicas já livres das peias religiosas e da ditadura teológica deram origem a chamada Renascença ou o Renascimento.

Esse período marca o retorno da liberdade de expressão cultural e artística, do misticismo e da magia tão reprimidos durante a Escolástica e a Inquisição.

O Renascimento trouxe consigo o Iluminismo ou época das luzes que se caracterizou pelo domínio da razão e influenciou a revolução francesa com o seu lema, liberdade, igualdade e fraternidade.

Os reflexos do Renascimento ou da Renascença que abriram o caminho para a transição do feudalismo para o capitalismo, vão mais tarde, influenciar na revolução industrial, no marxismo e consequentemente nos movimentos sociais.

Jhon Macker
Enviado por Jhon Macker em 28/12/2017
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