O QUE É O MOVIMENTO RUÍSTA?

O QUE É O MOVIMENTO RUÍSTA?

O movimento "RUÍSTA" é um movimento cultural de ponta que engloba elementos das principais Vanguardas Históricas: tem a total liberdade de expressão do Romantismo. A proximidade humana do Realismo. A busca da perfeição Parnasiana. A discrição natural Impressionista. A percepção Simbolista dos sentidos. A pluralidade das expressões renovadoras do Modernismo. A imersão Expressionista no interior do ser. A simplicidade Fauvista. A pluralidade de visões Cubistas. O Abstracionismo que reinventa a realidade. O Surrealismo libertário da lógica. O frescor Dadaísta. O resgate cultural Antropofágico. E, como o Neo Realismo italiano, surge dos escombros de guerra de um país flamejante, recém bombardeado por escândalos políticos, corrupção, descrença popular e falência do Estado. O termo "RUÍSTA", aqui aplicado, tem duplo significado: primeiro, é um movimento que vem das "Ruas", da base da pirâmide social. Segundo, é um movimento que "Rói" todas as barreiras sócio-culturais e econômicas antepostas pela elite dominante.

COMO SURGIU O MOVIMENTO RUÍSTA?

Há quase duas décadas iniciei meu trabalho de partiturista musical numa calçada em frente ao setor de registro autoral da UFRJ no bairro da Lapa, centro do Rio de Janeiro. Acompanhei as transições sofridas pela industria da cultura. Da independência dos artistas à sua interdependência através da eclosão da internet. Hoje, apesar de vivermos a era da informação, uma questão ainda se mostra pertinente:

-"Como dar visibilidade aos artistas invisíveis?" Os verdadeiros sacerdotes do conhecimento, os paladinos do talento nacional. Os que fazem arte motivados unica e exclusivamente pela força dos sonhos, por uma ideologia natural, empírica, essencial, absolutamente desprovida de interesses. Microcélulas de um corpo folclórico habitado pelo espirito das tradições. Os pilares de nossa construção artística, brotados do mais profundo solo. Os que tecem o gigantesco mosaico da cultura nacional. Os mantenedores e propagadores do nosso legado de costumes e diversidade de saberes. Peças não aproveitadas por uma engrenagem de complexa sistematização. Secularmente tolidos e subjugados pela insigne parcela dos que detêm o monopólio mercantilista da nossa cultura. Os excluídos pelos editais de políticas públicas e pelos incentivos dos setores privados. Que, ironicamente, melhor representam nosso espírito, nosso orgulho, nossa brasilidade continental. Cujas ausências criam uma enorme clareira em nosso ambiente cultural. Lamentavelmente o Brasil e o mundo perdem muito com o ostracismo de seus gênios, com o não aproveitamento de suas habilidades, suas ciências, com a falta de registro documental de suas memórias. Um acervo cultural incalculável deixa de ser construído pela falta de mecanismos que absorvam e escoem essa valiosa massa que legitíma a arte popular brasileira e internacional. Para que muitos desses gênios não morressem no mais absoluto anonimato e para que suas obras não fossem enterradas tão profundamente, que nem os maiores arqueólogos e pesquisadores do futuro pudessem reencontrar seus vestígios, fiz da minha vida uma saga desesperadora em busca do registro de sua oralidade quase extinta. Recorri ao cinema, arte na qual me tornei bacharel e que me permitiu criar e dirigir o filme "O Maestro das Ruas do Brasil, Um Mergulho Na Alma Brasileira." Película onde cada "fleming" é transmutado no "dna" de vidas, de histórias, de arte. Um projeto realizado com a cara e a coragem da "Alma Brasileira." Catapultado pelo desespero de correr contra o relógio do tempo, que lentamente sempre vence a vida. Sem patrocínio, sem apoio, busquei por minha conta e risco identificar e trazer à tona uma multidão de artistas populares com suas histórias e obras que o Brasil e o mundo até então desconheciam. Iniciando os primeiros esboços de um diálogo que pretendo avançar por todas as esferas da nossa sociedade. O Movimento RUÍSTA é a ponta de um gigantesco iceberg submerso. É o surgimento de possibilidades não utópicas de dar voz aos que nunca tiveram vez. Uma interlocução da qual todos nós devemos participar, como num grande pacto pela implosão dos labirintos aristocráticos e a construção de um amplo caminho em prol da real democracia cultural brasileira e mesmo mundial. Creio definitivamente que essa "é a parte que nos cabe nesse latifúndio."

Atenciosamente, Dudu Fagundes (O Maestro Das Ruas).

Email: maestrodarua@gmail.com Facebook: Maestro das ruas Dudu Fagundes.

Dudu Fagundes O Maestro Das Ruas
Enviado por Dudu Fagundes O Maestro Das Ruas em 13/11/2017
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