Sobre o passado, o presente e o futuro
Entre o futuro imaginário e o passado idealizado, o presente deve ser o momento para todos refletirem acerca do passado, para que, por meio das experiências, possamos construir modos saudáveis de viver o futuro. Não é a apropriado criar revoluções a cada momento difícil por que passamos, já que por experiências em todo o mundo, diversas revoluções conduziram o homem a um modo de vida inesperado.
Nesse sentido, diversos autores, notadamente os conservadores, acharam por bem usar a bagagem da tradição e adequá-la ao presente. Por “bagagem” pode-se considerar elementos culturais, religião, costumes. Por “tradição” pode-se considerar tudo aquilo que liga o presente ao passado; tudo aquilo que os velhos passam aos mais novos por meio da convivência. No entanto, a tradição, para os conservadores, não deve ser simplesmente mantida numa sociedade sem que aja um crivo rigoroso. Se consideramos bom tudo aquilo que é tradicional ou cultural, certamente ainda teríamos de conviver com a escravidão, no contexto do Brasil, por exemplo. Dessa forma, deve-se considerar por tradição, para os conservadores, aquele conjunto de elementos virtuosos dos antepassados que resistiram.
Entre os conservadores mais famosos, o precursor do conservadorismo, Edmund Burke, ainda no Séc. XVIII, argumentava contra a revolução, mas favorável à transição cautelosa do passado para o presente e, obviamente, entre o presente e o futuro. Para tal, dever-se-ia conservar elementos virtuosos do passado e excluir aqueles maculados.
Outra ideia muito criticada pelos conservadores é a utopia. Como exposto de maneira musical pela banda americana de “heavy metal” “Megadeth”, no álbum “Dystopia”, um mundo regido por ideias utópicas transformar-se-ia num caos. O grupo utiliza de elementos musicais para demonstrar a destruição. Além disso, para o sociólogo Gilberto Freyre, o futuro de um país dependo do que ele faz com as crianças no presente. Por isso, é razoável que o presente não seja um tempo de aproveitar o agora, mas de saber que o agora criará ou destruirá as condições para o futuro.
Portanto, em uma sociedade na qual as relações esvaem-se tão facilmente, caso da Modernidade, como explica Zigmunt Bauman, o mais sensato a se fazer é seguir o método recomendado pelo conservadorismo. Dessa forma, as sociedades futuras poderiam viver sem a necessidade de sempre recorrerem a mudanças bruscas no curso das coisas, o que preservaria as relações entre as pessoas e as instituições de um país, por exemplo.