DANÇA - ENTRECHO

O corpo dança e rasga a roupa

É corpo sem roupa com brilho no corpo

A beleza do corpo mostra a pele sem roupa

É tinta pintada é visto de roupa.

É dança macabra é dança de louco

Que canta

Que salta

Que mexe o corpo

É corpo que dança

Frenesi na música

O grito do povo

É lobo assustado

É bicho do mato

Que corre assanhado.

O pano cai

Cobre o corpo

Revela a roupa no corpo

A pele não gosta da roupa.

Começa a coçar o pano no corpo

E rasga em gritos a roupa.

No chão fica o trapo da roupa

Mostra a pele á luz no corpo

Exclamam; bonita, cheirosa e gostosa...

É pele sem roupa que aparece luzente

Mostrando desejos no corpo presente.

O corpo bem feito lascivo indecente

São coisas da vida na noite alegre de gente

Que aplaude com flores rubescente.

A bailarina faz a dança crescente.

Com véu, com graça, com língua e dente.

Os homens vibram de emoções tangente.

No ar, nas cores, nos sons presente.

É grito onipotente.

É som que não para a viola vigente.

Com música intransigente.

As luzes apagam com os gritos dos presentes.

A bailarina some do quadro de luz incandescente.

Volta depois num fecho fosforescente

Novos vozeirões ressoam no Bis crescente.

O corpo que dança em ritmo frequente.

Volúpia até o amanhecer do sol nascente.

É quando os homens saem em passos incontinente

Fim da noite início do dia.

Silêncio na rua.

Outras luzes, outras cores, outro ar.

A vida é a mesma com roupa ou sem roupa na vida da gente.

Batacoto.

batacoto
Enviado por batacoto em 28/02/2017
Reeditado em 03/04/2017
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