Fodere putas...?
Como está o teu latim? Sabes, surpreendeu também a mim a frase de que tirei o título desta composição, que é curta, mas puta curtição. Pois é, a sentença inteira tem a seguinte leitura: Adeamus ad montem fodere putas cum porribus nostrus. Não tenho absoluta certeza de que a frase em apreço possa estar gramaticalmente correta a cem por cento.
Meu latim, mal estudado ao longo de vários anos nunca foi suficiente para ler Cícero. Nem mesmo César, eu diria, pois praticamente a cada novo ano sempre começava da primeira declinação e às vezes nem chegava à quinta, repetindo-se, ad nauseam. Vai ver que os próprios mestres não estavam tampouco seguros de sua sapiência.
Afinal, o latim já há séculos é língua morta e consta que a falam, ou falavam somente eclesiásticos mais doutos quando iam a Roma ver o Papa, ou pap(e)ar deveras.
E no entanto, apesar de cada vez mais distante, o latim tem o seu charme, sua força. A linguagem jurídica, donde saiu esse fodere putas, é eivada dele. Ad hoc, pari passu, sic, cui bono, etc e etc...
Um dito de que gosto muito é relativo às horas: Omnes vulnerant, ultima necat...(Todas elas ferem, a última, mata). Mas vamos ao título de meu artigo: sua tradução é simplesmente "plantar batatas..." E a sentença toda, de onde foi pinçada é "Vamos ao monte plantar batatas com nossas enxadas..."
Cícero jamais diria isso. Muito menos, faria. Seu negócio era a tribuna. E tenho dito.