Corumbá na história da imprensa
O primeiro jornal criado no sul de Mato Grosso foi “O Iniciador”, de Corumbá, lançado em 18 de janeiro 1877, sete anos após o fim da guerra da Tríplice Aliança com o Paraguai. No ano seguinte, foi comemorado o primeiro centenário de fundação do Arraial de Nossa Senhora da Conceição de Albuquerque. Localizado em posição estratégica, o porto às margens do rio Paraguai foi cenário de muitas histórias de perseverança e progresso, incluindo o pioneirismo da impressa no sul do Mato Grosso.
Anunciado como órgão comercial, noticioso e literário, sua criação resultou da parceria entre Silvestre Antunes Pereira Serra e o tipógrafo português Manoel Antônio Guimarães. Os dois organizaram a empresa Serra & Guimarães e deixaram seus nomes na história da imprensa regional como protagonistas da arte tipográfica artesanal.
Com uma máquina tipográfica movida a pedal e uma reduzida coleção de tipos a composição de algumas palavras exigia certa criatividade do tipógrafo, tal como usar o algarismo 5, fixado na posição invertida, para substituir letra C com cedilha (Ç), como observa o escritor Rubens Mendonça, em suas anotações sobre a história do jornalismo no Mato Grosso, publicadas em 1951.
Além de divulgar notícias de interesse geral, o pioneiro jornal corumbaense reservava um espaço importante para publicar anúncios comerciais do setor varejista, atacado e de importação, bem como os serviços oferecidos por escritórios de representação de instituições bancárias, securitárias e de capitalização, estabelecidas no Rio de Janeiro.
O título do jornal expressava, com pertinência, “o início” de uma longa história, ligando o desenvolvimento da imprensa local com a trajetória de outras três dezenas de jornais que circularam, entre 1877 e 1914. Estimativa feita com base no Album Graphico de Matto Grosso (1914) e em artigo do historiador Estevão de Mendonça, publicado em 1909, na “Matto Grosso Revista Mensal de Sciencias, Lettras, Artes e Variedade”.
Após O Iniciador, surgiram os seguintes títulos: Gazeta Liberal, Corumbaense, Calabrote, Athleta, Diabinho, Echo do Povo, Oásis, Lidador, A Federação, A Pátria, O Sertanejo, A Violeta, Município de Corumbá, Il Garibaldi, Embryão, Vergel, Vinte de Agosto, Raio X, Myosotis, O Brasil, O Autonomista, A Satyra, entre vários outros.
O editorial do número 182, de 18 de janeiro de 1879, quando O Iniciador estava no terceiro ano de circulação, publicou um protesto sobre um provável caso de extravio de recursos públicos cometido por um funcionário da Câmara Municipal, que teria supostamente arrecado impostos de comerciantes da cidade, com a emissão de recibos, sem repassar os devidos valores aos cofres municipais.
Para finalizar, cumpre registrar que na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional, há exemplares desse antigo jornal, impressos em 1886, quando estava no décimo ano de circulação. Portanto, sua história vai muito além dos destaques registrados neste artigo.
Anunciado como órgão comercial, noticioso e literário, sua criação resultou da parceria entre Silvestre Antunes Pereira Serra e o tipógrafo português Manoel Antônio Guimarães. Os dois organizaram a empresa Serra & Guimarães e deixaram seus nomes na história da imprensa regional como protagonistas da arte tipográfica artesanal.
Com uma máquina tipográfica movida a pedal e uma reduzida coleção de tipos a composição de algumas palavras exigia certa criatividade do tipógrafo, tal como usar o algarismo 5, fixado na posição invertida, para substituir letra C com cedilha (Ç), como observa o escritor Rubens Mendonça, em suas anotações sobre a história do jornalismo no Mato Grosso, publicadas em 1951.
Além de divulgar notícias de interesse geral, o pioneiro jornal corumbaense reservava um espaço importante para publicar anúncios comerciais do setor varejista, atacado e de importação, bem como os serviços oferecidos por escritórios de representação de instituições bancárias, securitárias e de capitalização, estabelecidas no Rio de Janeiro.
O título do jornal expressava, com pertinência, “o início” de uma longa história, ligando o desenvolvimento da imprensa local com a trajetória de outras três dezenas de jornais que circularam, entre 1877 e 1914. Estimativa feita com base no Album Graphico de Matto Grosso (1914) e em artigo do historiador Estevão de Mendonça, publicado em 1909, na “Matto Grosso Revista Mensal de Sciencias, Lettras, Artes e Variedade”.
Após O Iniciador, surgiram os seguintes títulos: Gazeta Liberal, Corumbaense, Calabrote, Athleta, Diabinho, Echo do Povo, Oásis, Lidador, A Federação, A Pátria, O Sertanejo, A Violeta, Município de Corumbá, Il Garibaldi, Embryão, Vergel, Vinte de Agosto, Raio X, Myosotis, O Brasil, O Autonomista, A Satyra, entre vários outros.
O editorial do número 182, de 18 de janeiro de 1879, quando O Iniciador estava no terceiro ano de circulação, publicou um protesto sobre um provável caso de extravio de recursos públicos cometido por um funcionário da Câmara Municipal, que teria supostamente arrecado impostos de comerciantes da cidade, com a emissão de recibos, sem repassar os devidos valores aos cofres municipais.
Para finalizar, cumpre registrar que na hemeroteca digital da Biblioteca Nacional, há exemplares desse antigo jornal, impressos em 1886, quando estava no décimo ano de circulação. Portanto, sua história vai muito além dos destaques registrados neste artigo.