Nem Jojo Moyes, nem youtubers. Em 2016, ninguém bateu os livros de colorir de 2015 (Leonardo Neto)
‘Como eu era antes de você’, de Jojo Moyes, primeiro colocado na lista de 2016, vendeu menos da metade do que vendeu ‘Jardim secreto’, primeiro colocado de 2015
Uma das frases mais repetidas por quem acompanha o mercado editorial brasileiro em 2016 foi: “não houve, nesse ano, nenhum livro que se comparasse ao fenômeno de vendas que foram os livros de colorir em 2015”. E os números da lista de mais vendidos comprovam isso. Em 2015, só Jardim secreto (Sextante) vendeu 719.626 exemplares. Seu irmão, Floresta encantada (Sextante), vendeu outros 485.222. Números bem superiores aos primeiros colocados de 2016: Como eu era antes de você (Intrínseca), de Jojo Moyes, que vendeu 352.330, e Ruah (Principium / Globo), do padre Marcelo Rossi, com 228.232 unidades vendidas. Se somar as vendas desses dois primeiros lugares não chega nem perto do número vendido por Jardim secreto no ano anterior.
Jojo Moyes é a campeã de vendas de 2016, com o seu livro 'Como eu era antes de você'.
Harry Potter e a criança amaldiçoada (Rocco) – lançado já na reta final do ano, mas ainda assim um dos destaques de vendas – encerrou o ano na quinta posição, com 170.130 exemplares vendidos.
Os youtubers, que tanto deram o que falar em 2016, nem aparecem nas cinco primeiras posições da lista geral anual, mas fizeram a festa na lista infantojuvenil. Dos 20 títulos da lista, sete são deles.
A lista de não ficção encerrou o ano liderada por Muito mais que 5inco minutos (Paralela / Grupo Companhia das Letras), de Kéfera Buchman, que vendeu 104.548 exemplares. O segundo lugar é ocupado pelo clássico O diário de Anne Frank (Record), com 95.315, e a terceira posição é ocupado por Lava-Jato (Primeira Pessoa / Sextante), que vendeu 80.931 unidades.
Na lista anual de ficção, Grey (Intrínseca – 4º lugar, com 99.008 exemplares vendidos), o quarto livro da série 50 tons de cinza, divide espaço com Todos os contos de Clarice Lispector (Rocco – 11º / 27.814) e o Prêmio Pulitzer de 2015 Toda luz que não podemos ver (Intrínseca – 13º / 22.042), de Anthony Doerr.
Em negócios, a Sextante dominou geral em 2016. Emplacou os cinco primeiros títulos: Os segredos da mente milionária, com 46.456 unidades vendidas; Geração de valor 2 (35.410); O monge e o executivo (32.536); Sonho grande (30.233) e Geração de valor (28.645).
Na lista de autoajuda, o destaque vai para A mágica da arrumação (Sextante), de Mary Kondo, que vendeu 76.235 e ficou na 5ª posição da lista anual. Perdendo só para grandes nomes do segmento, como o padre Marcelo Rossi, que emplacou Ruah em primeiro e Philia, em quarto; Augusto Cury e o seu Ansiedade (Saraiva), que ficou na segunda posição, e O poder da ação (Gente), de Paulo Vieira, que ocupa a terceira colocação.
O ranking geral anual das editoras é dominado pela Nobel, que emplacou 95 títulos. Na sequência, aparecem a Sextante, com 84; o Grupo Companhia das Letras, com 79; o Grupo Editorial Record, com 68, e a Intrínseca, com 43.