O DESENHO PARECE MÁGICA OU DOM, MAS É POSSÍVEL APRENDER POIS É UMA HABILIDADE: SAIBA COMO DESENHAR BEM

*Sineimar Reis

É impressionante como algumas pessoas conseguem desenhar tão bem enquanto outras que mesmo insistindo, mal desenham um boneco palitinho. Diante dessa situação ainda vejo pessoas se queixarem de seu péssimo desempenho ao tentar desenhar, dizendo que não possuem jeito, que isso é só para quem tem o dom. Assim elas se desmotivam, e resolvem não praticar mais. O que a maioria não sabe, é que elas utilizam somente o hemisfério esquerdo do cérebro, sendo que para desenhar devemos principalmente utilizar o hemisfério direito, é nele que estão contidas as ferramentas necessárias para desenhar. Quem conhece desenhistas, sabem que eles possuem um jeito diferente de sentir e relacionar com o mundo. Na maioria das vezes são criativos, pacientes, detalhistas, sensíveis, divertidos, observadores, intuitivos, sem noção do tempo, entre muitas outras características.

Se você quer aprender a desenhar, precisa desenvolver estas e outras características, precisa se alinhar com elas e promovê-las. Ser um desenhista demanda uma série de novos hábitos e valores, não é simplesmente pegar no lápis e e copiar desenhos.

DAÍ VOCÊ ME PERGUNTA... COMO ASSIM? COMO QUE EU FAÇO ISSO?

Um desenhista quando chega em um ambiente e gosta de alguma figura ou objeto, ele tende a querer memorizá-la, para futuramente desenhá-la. O mais interessante nisso é que ele a sintetiza de uma forma especial, que permite futuramente desenhar aquela figura sem ter de consultá-la novamente; uma maneira bem proveitosa de utilizar a memória para guardar imagens. Assim ele memoriza ângulos, associa detalhes a formas geométricas, busca orientação através de linhas, vê o desenho de maneiras diferentes, analisa espaços, proporções, etc. Existem diversos profissionais que pesquisaram a fundo como funciona o cérebro. Assim temos como exemplo os pesquisadores da Universidade College London, que afirmam que pessoas que não desenham bem, normalmente não vêem o mundo como ele é; não têm uma clara percepção de cor, brilho, proporção, entre outros elementos de um desenho. Além deles podemos citar o trabalho da educadora norte-americana Betty Edwards, autora do livro “Desenhando com o lado Direito do Cérebro”, que pesquisou e estudou o cérebro humano. Ela descobriu que para desenhar, seria necessário utilizar as modalidades do hemisfério direito do cérebro, o portador das modalidades criativa, imaginativa, inventiva, intuitiva, entre outras. Betty afirma que para ter um bom aprendizado e sucesso como desenhista é preciso fazer uma transição mental:

1. Abrir o lado direito do seu cérebro e "perceber" de modo diferente;

2. "Ver" de modo diferente.

O "sonhar acordado" já deve ter sido sentido por todos; é um estado obtido pela meditação, realizando atividades manuais, ouvindo música, etc. Dirigir apreciando a paisagem também leva ao estado subjetivo, levemente diferente parecido ao estado do artista que desenha. A percepção muda, criando um estado de consciência para o desenho. Ao desenhar a pessoa recorre a uma parte do cérebro normalmente obscurecida pela rotina. Rompida essa barreira, abrem-se inúmeras oportunidades de percepção para o lado criativo do cérebro. O caminho da Criatividade - exercícios para desbloquear e ajudar a compreender como os dois hemisférios cerebrais funcionam. Eles levam a desenhar com Realismo.

Nosso Cérebro: O hemisfério Direito e o Esquerdo se ligam através de em cruzamento do sistema nervoso; o lado direito do cérebro se liga à mão esquerda e vice-versa. Problemas variados que atingem o cérebro permitiram descobrir duas modalidades de pensamento: um verbal (hemisfério direito) e um não-verbal (hemisfério esquerdo).Este último tem sido excluído pela sociedade moderna, incentivando o uso da mão direita e inibindo o uso da esquerda.

O hemisfério cerebral direito é intuitivo; o hemisfério cerebral esquerdo é racional. Como Passar do Lado Esquerdo para o Lado Direito. Propõe Exercícios com Vaso e Rostos para treinar o cérebro duplo; o desenho executado de cabeça para baixo (copiar exatamente como vê sem virar antes de terminar). Este exercício proporciona a consciência da transição E-D.

Em "Sua História Pessoal como Artista" comenta porque no mundo ocidental as pessoas param de desenhar na fase do 9 a 10 anos de idade, enquanto que a escrita e a fala prosseguem se desenvolvendo. Em geral o motivo é que a criança sofreu algum tipo de crítica ou observação irrefletida de pais, professores ou de outras crianças. Um retrospécto dessas experiências ajuda a liberar o desenvolvimento artístico. As pessoas passam por estágio; dos rabiscos (crianças de um ano e meio); dos Símbolos - representa as coisas que ela vê; narrando histórias (mais ou menos dos 4 a 5 ); paisagem ( dos 5 a 6); estágio da complexidade ( dos 9 aos 10 anos), com detalhes distribuídos aleatoriamente; Realismo (10 a 11 anos), onde começa a enfrentar e transcender suas próprias percepções - querem realismo e se não conseguirem vão desistir para sempre!

Desenhar exige que se olhe uma coisa demoradamente, observar detalhes - registrar tudo! Mas o cérebro esquerdo tem pressa. A solução segundo o psicólogo Robert Ornstein está em "refletir as coisas como se fosse um espelho", percebê-las exatamente como são. É preciso "desligar" o cérebro Esquerdo e "ligar" o cérebro Direito. Temos que focalizar e controlar de forma consciente para aumentar a capacidade da transferência cognitiva do lado E para o D.

Em "Juntando Arestas e Contornos" - propõe um exercício: - imaginar um jogo de quebra-cabeças infantil, desmontado e formar uma imagem mental de um barco com as peças; juntar as peças na imaginação formando arestas, linhas e contornos; fechar um olho e examinar a mão; fixar o olhar e imaginar a mão, o contorno como um quebra-cabeças; e numa aresta qualquer da mão, imagine que pode ver a linha sendo traçada por meio de um aparelho mágico. Usar o contorno para substituir os símbolos. Em "A Percepção da Forma de um Espaço" dá destaque para o "espaço negativo". Já em "Expandindo-se em todas as direções" apresenta nova modalidade de Perspectiva - "Olhar à Frente" - a mais conhecida é a linear que permite ao artista reproduzir mudanças visuais de linha e formas do espaço tridimensional.

Técnicas: o artifício de Düher com a grade ou quadriculado; desenho a "Olho" usando as margens do papel para determinar o ângulo; percepção da perspectiva na modalidade D: Cantos; técnica da aferição. Em "Como reunir tudo num Conjunto: o Lugar da Proporção" - destaca a capacidade de perceber corretamente as relações de uma parte e outra e das partes com o todo - isso é "proporção". Em "Encarando o Modelo" -Retrato- primeiro é preciso aprender os componentes: 1- Perfil (olhos, nariz, boca, queixo, óculos, pescoço, colarinho, orelha, cabelo); 2- posição 3/4 - modelo meio de lado; 3- Frontal. O "Desenho em Terceira Dimensão" - ver Luz, desenhar Sombras usando o lápis. Em "Zem do Desenho" - Liberando o Artista que há dentro de Nós ao observar atentamente tudo e imaginar que está desenhando...

É por isso que o aluno de qualquer curso de desenho deve focar em exercícios que estimulam o hemisfério direito do cérebro; pois, é esse o único caminho que transformam desenhistas leigos em grandes desenhistas. Para mais detalhes sobre essa metodologia,

REFERÊNCIA

Edward, Betty. Desenhando com o lado direito do cérebro. 9. ed. Rio de Janeiro, Ediouro, 2008. 299 p.

Disponível para Download no meu site oficial: http://sineimarrenato.wixsite.com/sineimarreis/revista

Sineimar Reis
Enviado por Sineimar Reis em 29/12/2016
Reeditado em 30/12/2016
Código do texto: T5866800
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