Uma homenagem a Erik Arthur Blair
Eric Arthur Blair foi jornalista, escritor, ensaísta político e com pseudônimo George Orwel escreveu duas grandes obras que marcaram a crítica política durante a Guerra Fria até os dia de hoje; uma foi A revolução dos bichos, a outra, 1984. Para quem deseja conhecer os bastidores da política criminosa e bestial, certamente encontrará amparo conceitual no conteúdo de seus dois livros. Em a Revolução dos bichos ele transcende a literatura acadêmica para explicar de modo criativo e simples como o poder e a corrupção estão atreladas, elementos marcantes na sua e na época atual. Para não ofender seus vizinhos do leste europeu em plena Guerra Fria, ele, para falar de sistemas políticos absolutistas, ditatoriais, de corrupção e enganação tem a perspicácia de fazer uma crítica incisiva e forte, se utilizando de um cenário de ficção, onde os personagens são os bichos e os patrões de uma fazenda; uma obra prima fotografada em palavras, que mais tarde vai para as telas dos cinemas.
1984, a outra obra que aqui faço referência é simplesmente cativante. Poderíamos pensar que o livro 1984 esteja focado no ano 1984. Mas não, a obra é atemporal, já que o autor nasceu em 25 de junho de 1903 e morreu em 21 de janeiro de 1949. Esta é a grande referência literária deste escritor: ser um crítico e visionário do seu tempo e do tempo futuro. A exemplo da obra prima a Revolução dos bichos, em 1984 ele, novamente, escreve uma tratado político, onde a proposta é mostrar sistemas políticos da época em que o Estado tinha a pretensão de domínio total sobre as pessoas. Desta forma as pessoas tornavam-se indivíduos sem personalidade a serviço do Estado. Os elementos abundantes nesta obra são a força delinquente de quem tem o poder, a dominação sob pressão, corrupção, enganação, submissão e os “puxa-sacos”, ingredientes perfeitos para formar um país de zumbis.