O conto da ilha desconhecida.

O conto é uma metáfora, essencialmente crítica, escrito por José Saramago, pensador marxista literário e político, usa do recurso da linguagem metafórica para desenvolver uma crítica subliminarmente ao Estado neoliberal e a economia de mercado.

Saramago é socialista, não acredita no capitalismo, deseja com sua hermenêutica literária demostrar que a democracia neoliberal tem uma lógica conservadora em benefício das elites econômicas.

Motivo pelo qual usa uma suposta linguagem anacrônica no desenvolvimento de sua crítica mordaz, um homem foi até ao rei fazer um pedido, a demonstração da sociedade hierárquica e pseudo democrática, uma crítica veemente, a sociedade essencialmente antidemocrática.

O homem ao bater a porta das petições, pensando que fosse atendido pelo rei, recebido por uma mulher responsável pela limpeza, cujo significado natural o desprezo do poder político pela sociedade civil.

O rei representante do poder executivo, mandou o primeiro secretário atender, este o segundo, desse modo, consecutivamente, até chegar a mulher da limpeza, não tendo ninguém mais para mandar abrir a porta, a mulher atendeu o homem.

Perguntou ao referido com quem desejava falar, disse com o rei, a mulher comunicando ao mesmo que o homem não sairia se não fosse atendido pelo rei.

Portanto, desse modo, à fila da petição foi aumentando, passado alguns dias com medo de uma convulsão social provocada pelo menosprezo, homem foi atendido.

O homem pediu um barco, perguntado qual a razão de desejar um barco, o homem respondeu ao rei, a vontade de navegar a procura de uma ilha desconhecida.

É importante saber a exegese do texto, o barco como representação interpretativa, cujo simbolismo metafórico na linguagem figurativa, a interpretação da ideologia literária do autor.

Com efeito, a descoberta do caminho para outro modelo de sociedade. A ilha desconhecida, o novo modelo político em defesa da sociedade civil na construção de um Estado social.

O rei nega o pedido, entretanto, cede posteriormente, proposição analítica, a recusa das elites dominantes em aceitarem a mudança social.

A visão marxista de Saramago, as elites não têm interesse pela modificação das classes sociais em um novo modelo de produção econômico, uma sociedade não capitalista.

A mulher da limpeza acompanhando o homem na viagem, entende a sua razão de classe social, resolve mudar de profissão, agora limpadora de barco.

Portanto, a expressão escolhida, significa a compreensão da sua natureza de explorada, o único caminho possível encontrar a ilha desconhecida. Portanto, o significado a mais profunda revolução na mudança para o novo regime, que deve ser construído como Estado político.

O conto mostra os personagens, como figuras inferiorizadas, a miséria, as grandes desigualdades sociais. O paradoxo da ilha desconhecida, a necessidade da luta, para mudar a sociedade política.

A valorização dos anônimos, os empobrecidos, o que verdadeiramente tem poder, na construção da nova sociedade.

Com efeito, a procura do eu, navegar ao rumo desconhecido, significa o desenvolvimento da consciência crítica.

Desse modo, o conhecimento da luta organizada, na construção da nova sociedade proposta, fundamenta-se em direitos iguais, com maior divisão da renda.

Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 11/11/2016
Reeditado em 14/11/2016
Código do texto: T5820300
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