Teoria do conhecimento em Karl Mannheim.

Filósofo húngaro, foi aluno de outro grande pensador Simmel, formula uma teoria interessante, em síntese defende que toda forma de conhecimento, depende essencialmente de uma posição social.

Portanto, significando que o saber é ideológico pelo menos parcialmente. O saber resulta de um ser determinado. Com efeito, uma tese relativista ao mesmo tempo historicista, do mesmo modo, marxista.

Mannheim foi profundamente, influenciado pelo marxismo, do mesmo modo por Dilthey, Simmel e Troeltsch. Entretanto, a grande novidade proposta por ele, o fato de relacionar as formas do conhecimento com as doutrinas ideológicas.

Sendo assim, o conhecimento, está profundamente vinculado com os interesses sociais das classes. Todavia, sua importância, modifica o conceito estrutural do historicismo, que até então refletia a respeito dos períodos históricos, das culturas nacionais, aspectos religiosos.

Porém, o conceito de classe não aparecia na epistemologia do pensamento alemão, pois para o idealismo alemão herdado da cultura kantiana e hegeliana não era importante.

O que mudou objetivamente com a filosofia marxista, herança preponderante em Karl Mannheim. Sendo assim, para Mannheim todo conhecimento é historicamente relativo, no entanto, também, socialmente relativo.

Todo saber está ligado diretamente aos interesses sociais, dessa forma os saberes estão imbuídos de ideologias políticas. Portanto, mediados de interesses econômicos, até mesmo o mais profundo saber alienado produzido pelo senso comum.

A grande questão a ser refletida analiticamente, se toda teoria resulta de interesses de classes, existem tantas teorias, quanto as classes sociais. Desse modo, onde estaria a verdade, se a referida é uma produção ideológica de interesses econômicos.

A pergunta fundamental existe ou não objetividade? A resposta é relativista, o caminho fundamental para chegar a teoria do conhecimento, faz recurso da dialética de Hegel, na sua utilização marxista.

Por quanto, necessário o uso permanente da antítese, em sua dinamização absoluta, com a finalidade de encontrar a solução na síntese. Sendo assim descarta a análise estática.

No entanto, ideologicamente a realidade é complexa, a teoria não pode ser dogmática como propõe o positivismo, desse modo, é melhor saber que toda verdade é relativa, unilateral, limitada, depende de uma posição social ou seja da classe social.

As verdades são ideologias, entretanto, existem ideologias melhores, tendo como critério a justiça social, o que é melhor para o trabalhador, exemplo: é melhor para o trabalhador a ideologia do neoliberalismo ou do liberalismo social?

A teoria epistemológica de Mannheim, procura o caminho da relativização absoluta, levando a concepção de todos os aspectos das ideologias diversas.

Porém, em um processo comparativo, formulando uma síntese, cuja natureza é dialética, entretanto, não mais a dialética de Hegel, todavia de Marx.

O caminho para saber o que é mais verdadeiro é a justiça social, o direito do trabalhador e não os interesses dos donos do capital. Dessa forma,a teoria liberal social é menos ideológica, consequentemente, mais científica.

Desse modo, dentro do materialismo histórico, é tanto mais ideológico uma teoria, quanto mais justificar a concentração da renda, menos ideológica, mais científica, quando defender a distribuição das riquezas e desenvolver sociedades equilibradas.

É nessa dialética do pensamento de Mannheim, na perspectiva dos Estados sociais liberais na Europa, que sua teoria é atualíssima, aplicada na França, Inglaterra, Japão Alemanha, Correia do Sul e todo Norte da Europa.

Portanto, economias em que os interesses econômicos são partilhados economicamente, motivos pelos quais menos ideológicos. Nessa perceptiva que deve ser desenvolvida a fenomenologia contemporânea, aplicada como metodologia, todas as ciências do espírito.

Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 31/10/2016
Reeditado em 31/10/2016
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