Janaína quer dizer: Iemanjá. Os escravos se reuniam à noite, com cantos barulhentos, em homenagem aos seus mitos e divindades. Muitas vezes, incomodavam o sono do pessoal da casa grande. O capataz, cumprindo ordens, chegava lá com seu chicote e acabava a festa. Aí, inteligentemente, os escravos passaram a colocar a imagem de Nossa Senhora da Conceição no centro de seus terreiros, tão logo pressentissem a aproximação do capataz. Ficaram em paz.

Em resumo, um drible, uma mentira, associando Iemanjá a uma santa católica, que, com o tempo, para muitos virou verdade.

Tanto faz, Janaína ou Iemanja - míto hídrico - rainha do mar.

Como representa uma mentira, aquelas lágrimas janaínicas, na última exibição da advogada do impeachment, no Congresso, significavam, não a dó que tinha de sua presa, mas, na verdade, sua vitória, seu contentamento, sua alegria... por uma encomendada causa ganha.

(Obs.: há um trabalho de pesquisa sociológica nos arquivos da Universidade Católica do RJ, 1977/78, relatando esse fato histórico da era do escravismo no Brasil).
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Para o texto: Janaína e a Jararaca (T5780825)
De: Paulo Miranda
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Fernando A Freire
Enviado por Fernando A Freire em 05/10/2016
Reeditado em 05/10/2016
Código do texto: T5782187
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