Como deve ser o combate a corrupção.

Sou inteiramente favorável o combate à corrupção, sobretudo, a corrupção efetivada pela institucionalidade.

Entretanto, não posso ser favorável o uso da ética em nome do combate a corrupção a efetivação do combate à ideologia política.

O direito em si não entende de ideologia política, as ideologias são entendidas por duas disciplinas especificas: A Filosofia e a Sociologia.

Quando uma instituição usa do direito para combater ideologia política transforma-se em partido político e de algum modo, age como tal igual à tendência política defendida.

Portanto, nega a substancialidade da natureza ética. Com efeito, o direito perde sua institucionalidade.

A justiça não pode ser partidária, o corrupto tem que ser tratado de igual modo, seja qual for sua ideologia política, neoliberal ou liberal social, as duas principais tendências no Brasil.

É necessária que a sociedade seja crítica, inadmissível aceitar o suposto uso ético, para efetivar a política de tendências, em defesa de um modelo político, no caso específico do Brasil a defesa do neoliberalismo, a defesa da ética na política.

Usar da ética para combater tendências políticas em comum acordo com as ideologias particulares, não é um procedimento ético, e, jamais ajudaria na construção da cidadania.

Passar a imagem que a esquerda é corrupta no Brasil, motivo pelo qual tem que ser extirpada, sendo assim, é necessário ter ajuda da direita, tal procedimento é devassador para consciência do cidadão verdadeiramente ético.

O fenômeno da corrupção não tem partido, muito menos ideologia política.

Ausência de ética para os povos latinos, não tem nada a ver com as ideologias, é da natureza cultural da civilização latina, está impregnada na esquerda, na direita, nos setores religiosos e, na sociedade de forma global e diversa.

Com efeito, a justiça precisa de combater essencialmente a corrupção e não tendências políticas, pois tal procedimento em si não é ético, a justiça precisa de ser essencialmente ética e não instrumento partidário político.

As instituições não podem ser instrumento de luta, desenvolvimento de guerras ideológicas, ninguém pode ser superior à justiça, princípio fundamental da República, qualquer aspecto diferenciado do direito, não atende os fundamentos do Estado Democrático de Direito.

A justiça não pode antecipar companha eleitoral para nenhum dos lados, as tendências ideológicas precisam ter o mesmo tratamento, as convicções precisam afinar com o direito normativo e, sobretudo, com os fundamentos elementares da República.

Portanto, seja qual for o partido político, necessário o mesmo tratamento, a corrupção precisa de ser condenada de igual modo, não sendo dessa forma, a justiça está colaborando com a deformação do caráter nacional.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 25/09/2016
Reeditado em 25/09/2016
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