Democracia e Capitalismo a Renovação do Materialismo Histórico.

Ellen Meiksins Wood, em sua magnifica obra em referência, formula o entendimento que a igualdade jurídica e política vêm acompanhadas com a necessidade do estabelecimento da democracia, Estado de Direito e cidadania.

Crítica estabelecida, sobretudo, pelos neomarxistas em defesa de sociedades igualitárias. Para a autora a globalização da economia depende cada vez mais do desenvolvimento dos Estados Nacionais modernos, não é possível capitalismo globalizado sem Estado Nacional.

Na prática o que é evidente, quem organiza o capitalismo globalizado é o Estado Nacional, sempre comandado pela burguesia local, profundamente articulada com a grande burguesia internacional, produto do capitalismo industrial e financeiro.

A segunda análise desenvolvida pelo livro, explica a contínua agressividade da política econômica norte americana, do mesmo modo militarmente, após a queda do muro de Berlim, o desmoronamento do socialismo mundial comandado pelo regime soviético.

As constantes guerras, conflitos regionais, para Ellen, a grande motivação a necessidade de impor interesses globalizados associados aos interesses do neoliberalismo.

Nesse sentido que podemos entender os denominados golpes institucionais, a imposição dos interesses econômicos não por forças militares, por meio de intuições conservadoras nas mãos da própria burguesia, Edjar.

Quando não se conseguem impor as vontades da globalização pelo neoliberalismo, desencadeiam tensões contínuas, a grande questão como trabalhar na própria democracia a cidadania, defesa da inclusão humana, em Estados nacionais, comprometidos essencialmente com a concentração da renda.

A imposição de uma sociedade alternativa sustentada no liberalismo social, conceito não aceitável pela politica de globalização.

Autora desenvolve uma análise essencialmente crítica, a respeito do atual modelo da democracia, objetivando compreender as proposições das sociedades neoliberais globalizadas.

Etimologiza o conceito da democracia desde sua origem helênica até a sociedade norte-americana contemporânea.

Na primeira parte do livro, procura rever os conceitos do marxismo clássico, como luta de classe, infla estrutura e superestrutura, como o Estado nacional funciona em seu aspecto jurídico, a relação das instituições com o poder político, na defesa do mesmo.

Na segunda parte da obra, faz uma reflexão comparativa da evolução da democracia, em seus três grandes estágios, antigo, moderno e contemporâneo.

Portanto, articulada, sobretudo, modernamente, com a Filosofia Iluminista, como base teórica do Estado Nacional, Cidade Estado, com o Estado nacional, comparações analíticas.

Procura desenvolver a ideia, que os gregos não inventaram a escravidão, entretanto, o trabalho livre, sendo que por meio do mesmo o papel indispensável ao desenvolvimento da cidadania entre os gregos.

O trabalho livre é fator necessário no mundo contemporâneo para valorização da cidadania, entretanto, quem inventou a escravidão foi à sociedade ocidental e não o mundo grego, realidade das Cidades Estado na Grécia antiga.

Hoje a questão da cidadania está diretamente ligada a mais valia termo técnico de origem marxista, o salário não pago no trabalho livre, lei econômica proporcional à força de trabalho necessário a produção das riquezas, tais diferenças possibilitam a concentração das riquezas, razão da não cidadania.

Por último, mostra que a democracia na sua origem nos Estados Unidos, não está preocupada com os direitos civis, o que do mesmo modo em outros Estados Nacionais, dependentes do capitalismo central.

Com efeito, não objetiva a participação popular, cujo fundamento nega a natureza do Estado de Direito, o que precisa ser central na democracia e na construção da cidadania.

No final do livro reflete como fundamento do debate em referência a democracia como perspectiva a defesa da cidadania, questões fundamentais: relações de gênero, ideologias raciais, bandeiras ecológicas e o pacifismo.

Todavia, tudo isso é muito importante, entretanto, o eixo consiste em eliminar as contradições na economia neoliberal globalizada, que inviabilizam as demandas do desenvolvimento integral promovido naturalmente pela democracia.

O que só seria possível em um capitalismo social, por outras palavras em uma politica nacional em defesa do social liberalismo, o que entra em profundo choque com a globalização orientada na perspectiva do neoliberalismo.

Sendo assim, não é possível o desenvolvimento da cidadania, no atual caminho, proposto pela burguesia conservadora internacionalmente, a qual se mantem no poder pela globalização, tendo como suporte os denominados Estados Nacionais, a defesa do neoliberalismo. A crise hoje do governo Temer, Edjar.

Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 23/09/2016
Reeditado em 23/09/2016
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