A grande crise e seus efeitos no nordeste
Há tempos chefes de famílias nordestinas viajam, com a expectativa de dias melhores, para outras terras. Aconteceu assim na grande emigração para a norte no ciclo da borracha, na grande emigração para o centro-oeste na construção de Brasília e na grande emigração para o sudeste – principalmente para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo – na época da franca expansão urbana, industrial e da economia de serviços.
Não é de hoje que ir ao sudeste é uma alternativa para o povo do nordeste. No entanto, antes (até meados dos anos 90), existia uma certa simbiose entre estas regiões. De um lado o sudeste precisava de mão-de-obra não especializada para seu desenvolvimento de infraestrutura. Do outro lado o nordeste, em pleno crescimento demográfico e sedento por oportunidades de emprego e renda, necessitava de trabalho.
Agora, especialmente com a crise econômica nacional que se intensificou de 2014 para cá, a simbiose quebrou-se. A rítmica cooperação nordeste-sudeste está diante de um fim, cada vez mais, eminente. As grandes obras de infraestrutura das principais capitais do sudeste chegaram ao ponto máximo de construção. O mercado de serviço está em baixa: demissões constantes e empresas fechando as portas. E, infelizmente, as demandas nordestinas por fontes de renda externas ainda são enormes. A agropecuária – setor estratégico para o fortalecimento econômico de qualquer região brasileira – ainda é pouco desenvolvida. A agricultura familiar é cada dia menos produtiva e rentável, tantos pelos longos períodos de seca quanto pelo preço de venda da produção quando a oferta é abundante. A pecuária, por diversos motivos, ainda é um setor restrito a grandes latifundiários.
Não preocupados com as adversidades sociais. O jogo político, no Congresso Nacional, continua a todo vapor. O xadrez complexos dos cargos e vantagens se intensifica. São Deputados que querem ser Senadores, são senadores que querem ser Presidentes e assim por diante. Em verdade, nada de novo no mundo e sem problemas no país.
Enquanto na realidade a crise persiste... Muito choram... o povo nordestino grita, para todos os lados, por ajuda e ora, com fervor, por chuvas. E, com um engasgado na garganta e uma angustiada no coração, fica uma humilde pergunta: quantos políticos valem as lágrimas de um nordestino?
Não devemos, porém, se desesperar. Tudo é uma fase e logo a tempestade passará. Como dizia o grande filosofo Aristóteles, “A esperança é o sonho do homem acordado”. Então vamos ter a esperança de dias melhores e sonhar com uma nação mais desenvolvida.