A Eterna repetição dos átomos quânticos.
Sou apenas um elo genético contínuo.
Cuja evolução remonta ao princípio da anterioridade.
Quando tudo que existia era o vácuo.
Então por trilhões e trilhões de anos foi o vazio.
Entretanto, precisamente a inexistência.
O que serei na eternidade do futuro.
O que entendo primariamente por anti-matéria.
O que era antes será a posterioridade.
O infinito indefinido, escuro e frio, sem materialidade.
O que substancia a imaterialidade.
Define-se a forma negada na ausência do conceito.
Desse modo, poderei refletir o fundamento da incausalidade.
Imagine então, a dificuldade da compreensão.
A impossibilidade da hermenêutica da interpretação.
A representação da continuidade.
mesmo sendo a realidade presente.
Entretanto, a fascinante cognição.
Dialeticizada por complexas irracionalidades.
Desvio da natureza a cognição.
O corpo como ficção da sombra.
A imaginação como um sonho da alma.
As vontades as representações dos desejos.
Como se fosse possível à continuidade.
Quando a perspectiva é o eterno retorno.
Ao ponto zero.
O que restarão de todas as coisas.
Um interminável fluido.
O que foi essencialmente peremptório.
A programação de um instante.
O sapiens frágil e temporário.
Distante do próprio tempo histórico.
Tudo o que restará ficará perdido.
No futuro distante.
Em um desértico infinito, vazio,
Escuro, interminavelmente sem energia.
Sem forma, sem materialidade.
Desejando refazer, recomeçado.
uma nova e interminável gestação.
Entretanto, nunca mais poderemos ser.
Quanto a mim.
O olhar pesaroso de uma genética perdida.
Demolida nas ações quânticas.
Em outros trilhões de anos.
Sustentadas por meio de forças entrópicas.
O mesmo mecanismo da morte.
O que será permanente.
Enquanto a racionalidade for o entendimento do vazio.
Com efeito, a interminável repetência.
Tão somente a incausalidade perdida.
Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.