A fenomenologia do comportamento de má fé em Sartre.
Sartre, filósofo existencialista, que ocupou parte do seu tempo, estudando a filosofia de Heidegger, particularmente sua grande obra, O Ser e o Tempo. Portanto, como fruto de tal reflexão escreveu seu grande trabalho, O Ser e o Nada.
Dentro de sua análise desenvolveu o conceito de má fé, significando a mais profunda alienação do espírito humano.
O homem sente perdido diante da complexidade do vazio, a mais absoluta ausência de significado a vida, sente frágil busca como saída às mistificações existenciais, sobretudo, procedimentos religiosos.
A pessoa não suportando o lado trágico da angústia, substancia-se em deus como meio, refugiando em atitudes de má fé. Desse modo, procura enganar a si mesmo.
Não existe um estado psicopático pior que o sujeito ser o seu próprio demolidor, sendo o seu criminoso.
Com efeito, tal atitude atinge todos os campos da vida psíquica, torna-se um doente imaginando ser normal.
O sujeito completamente ideologizado no sentido negativo da ideologia, a memória funcionando por mecanismos ilusórios, o mais alto grau de complexidade de alienação.
A hermenêutica do desenvolvimento da auto ilusão, a mente simula constantemente como se os atos fossem da própria pessoa, jamais de imposições de domínio, finge que escolhe que decide, quando seu comportamento é resultado de manipulações externas.
O indivíduo completamente sem consciência, essencialmente como produto de mídias, mente para si mesmo, é desonesto ao recusar construir a sua liberdade, não escolhe é escolhido.
Ao recusar a liberdade como processo de construção, torna-se desprezível, inútil socialmente, perde toda e qualquer perspectiva de discernimento cultural.
Nesse processo, nega a própria cognição, levado por uma lógica instrumental do saber, opta pela sua destruição, naturalmente também de outros, ao recusar o caminho da dimensão de ser para si.
Consequentemente, transforma um sapiens objetivando um ser em si, semelhante à materialidade do mundo, deixando de ser sujeito, transforma-se em objeto, desenvolvendo uma racionalidade coisificada.
Motivo pelo qual o ser transforma em nada, sua essência é o vazio, pois recusou sua existência.
Perde a transcendência, não desenvolvendo a auto superação, um ser naturalmente pobre em todos os aspectos, fundamentado na cultura do senso comum.
Sendo assim, transforma sua semelhança ao mundo das coisas, pois sua estrutura de memória é obviamente a negação de sua construção.
Desse modo, um ser reduzido às facticidades, com comportamento direcionado ao conformismo, respeitabilidade a ordem estabelecida.
Sendo dessa forma, o homem só desenvolve com a dimensão do ser para si mesmo, negando o ser em si.
Nessa exegese a luta para superação do modelo social politico que reduz a espécie sapiens em si mesma, como modelo de dominação, fundamentado no neoliberalismo.
Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.