Carl Gustav Jung ficou famoso, não só pelas suas pesquisas sobre o conteúdo inconsciente da mente humana, como também por algumas inspirações que hoje fazem parte da cultura psicanalítica e principalmente das comunidades esotéricas de todo o mundo. Uma dessas inspirações é a sua famosa ideia da ocorrência de coincidências significativas, ou seja, acontecimentos que parecem não ter absolutamente nada a ver um com o outro, mas que, no fundo, estão ligados por uma relação de causa e consequência, muitas vezes insuspeitadas pelo melhor dos pesquisadores. Ele dá o exemplo de um trabalho que estava desenvolvendo com um paciente que sofria de esquizofrenia. A análise não progredia porque o paciente não colaborava. Mantinha-se praticamente mudo e completamente alienado durante as seções, não permitindo que ele, como analista, fizesse o seu trabalho. Até que um dia, quando já estava quase desistindo, o paciente, finalmente disse uma pequena frase: “sonhei a noite passada com um escaravelho”, disse ele. Naquele mesmo instante, um desses insetos pulou para o parapeito da janela do consultório, chocando-se contra o vidro. Depois disso, conta Jung, o trabalho com aquele paciente começou a prosperar e ele finalmente foi curado.
Algo semelhante aconteceu comigo há muito tempo atrás. Eu havia feito um concurso público para auditor da Receita Federal e havia sido aprovado para a segunda etapa. Porém o meu salário como gerente de relações humanas em uma empresa multinacional onde eu trabalhava era melhor do que aquele que o serviço público estava oferecendo. Eu tinha até o dia seguinte para decidir. Se resolvesse deixar o meu emprego para me tornar funcionário público teria que pedir demissão no dia seguinte e embarcar para Brasília para me inscrever no treinamento da segunda etapa. O treinamento era eliminatório. Se eu não conseguisse ser aprovado nos três meses de curso ficaria desempregado. Naquela noite não consegui dormir e lá pelas duas da madrugada resolvi ligar a televisão. Dei de cara com um filme da série “Os Intocáveis”, onde um agente do Tesouro consegue fazer o que nem o FBI, nem o MP americano haviam conseguido, em anos de investigação e tentativas: colocar o notório mafioso Al Capone na cadeia. Confesso que dormi antes do fim do filme. Mas quando acordei pela manhã a minha mente estava clara como o dia que entrava pela minha janela. Não havia mais nenhuma dúvida na minha cabeça. Fiz a mala rapidamente, corri para o aeroporto e embarquei para Brasília. Cheguei ao local de treinamento uma hora antes de a lista dos treinandos ser fechada. Foi a decisão mais acertada que já tomei na vida.
As coincidências significativas e a famosa Teoria do Caos parecem ter alguma coisa em comum. Uma bobagenzinha que nos acontece pode mudar a nossa vida por completo e, por consequência, a vida do universo inteiro. Edward Lorenz, o teórico que enunciou a Teoria do Caos talvez não tenha se dado conta que estava falando a mesma coisa que Jung em relação á sua teoria das consequências significativas. Mas estava.
Um menino de dez anos rouba um carro e é morto por um policial; um acidente em uma rodovia mata 18 estudantes; uma seleção de futebol, que já ganhou cinco títulos mundiais, não consegue se classificar em um torneio de segunda categoria; um país inteiro se afunda na corrupção, na imoralidade e na indecência. Um bandido salafrário torna-se líder do Poder Legislativo e ninguém consegue removê-lo do cargo. Uma presidente é afastada do cargo por má gestão financeira. Dez mil pessoas foram dispensadas de seus empregos no dia de hoje. Será que existe um elo de ligação entre todas essas catástrofes? Qual terá sido o acontecimento que desencadeou tudo isso? Pois deve ter sido algo tão insignificante que ninguém percebeu. Há,em todos os acontecimentos, uma mola propulsora que desencadeia tudo e faz as coisas serem como são e não de uma outra forma. Pelo menos é isso que mostra a Teoria do Caos e a intuição de Jung.
Mas em tudo isso há um grande consolo. O que acontece para o mal também pode acontecer para o bem. A borboleta, ao bater asas na Amazônia pode provocar um tufão no Golfo do Texas, mas também pode trazer chuva para o Nordeste do Brasil. Quem sabe a demissão de um desses infelizes de hoje não seja o acontecimento que o mundo precisa para começar a mudar para melhor amanhã? Temos apenas que ficar atentos ás coincidências significativas. Senão ficaremos que nem aquela Carolina da canção do Chico Buarque. O tempo passou na janela e só Carolina não viu.
Algo semelhante aconteceu comigo há muito tempo atrás. Eu havia feito um concurso público para auditor da Receita Federal e havia sido aprovado para a segunda etapa. Porém o meu salário como gerente de relações humanas em uma empresa multinacional onde eu trabalhava era melhor do que aquele que o serviço público estava oferecendo. Eu tinha até o dia seguinte para decidir. Se resolvesse deixar o meu emprego para me tornar funcionário público teria que pedir demissão no dia seguinte e embarcar para Brasília para me inscrever no treinamento da segunda etapa. O treinamento era eliminatório. Se eu não conseguisse ser aprovado nos três meses de curso ficaria desempregado. Naquela noite não consegui dormir e lá pelas duas da madrugada resolvi ligar a televisão. Dei de cara com um filme da série “Os Intocáveis”, onde um agente do Tesouro consegue fazer o que nem o FBI, nem o MP americano haviam conseguido, em anos de investigação e tentativas: colocar o notório mafioso Al Capone na cadeia. Confesso que dormi antes do fim do filme. Mas quando acordei pela manhã a minha mente estava clara como o dia que entrava pela minha janela. Não havia mais nenhuma dúvida na minha cabeça. Fiz a mala rapidamente, corri para o aeroporto e embarquei para Brasília. Cheguei ao local de treinamento uma hora antes de a lista dos treinandos ser fechada. Foi a decisão mais acertada que já tomei na vida.
As coincidências significativas e a famosa Teoria do Caos parecem ter alguma coisa em comum. Uma bobagenzinha que nos acontece pode mudar a nossa vida por completo e, por consequência, a vida do universo inteiro. Edward Lorenz, o teórico que enunciou a Teoria do Caos talvez não tenha se dado conta que estava falando a mesma coisa que Jung em relação á sua teoria das consequências significativas. Mas estava.
Um menino de dez anos rouba um carro e é morto por um policial; um acidente em uma rodovia mata 18 estudantes; uma seleção de futebol, que já ganhou cinco títulos mundiais, não consegue se classificar em um torneio de segunda categoria; um país inteiro se afunda na corrupção, na imoralidade e na indecência. Um bandido salafrário torna-se líder do Poder Legislativo e ninguém consegue removê-lo do cargo. Uma presidente é afastada do cargo por má gestão financeira. Dez mil pessoas foram dispensadas de seus empregos no dia de hoje. Será que existe um elo de ligação entre todas essas catástrofes? Qual terá sido o acontecimento que desencadeou tudo isso? Pois deve ter sido algo tão insignificante que ninguém percebeu. Há,em todos os acontecimentos, uma mola propulsora que desencadeia tudo e faz as coisas serem como são e não de uma outra forma. Pelo menos é isso que mostra a Teoria do Caos e a intuição de Jung.
Mas em tudo isso há um grande consolo. O que acontece para o mal também pode acontecer para o bem. A borboleta, ao bater asas na Amazônia pode provocar um tufão no Golfo do Texas, mas também pode trazer chuva para o Nordeste do Brasil. Quem sabe a demissão de um desses infelizes de hoje não seja o acontecimento que o mundo precisa para começar a mudar para melhor amanhã? Temos apenas que ficar atentos ás coincidências significativas. Senão ficaremos que nem aquela Carolina da canção do Chico Buarque. O tempo passou na janela e só Carolina não viu.