O MAL DESTRÓI TUDO
Duas décadas de descaso com patrimônio e a história de Cabo Frio. Uma biblioteca que mesmo de forma precária era viva, hoje se encontra morta, abandonada pelos gestores políticos, pelos gestores culturais e pelo próprio povo. Afinal, ler nesta cidade, pesquisar nesta cidade não é importante.
Quantos eventos culturais e artistas não vendidos à política corrupta cabo-friense encantaram pessoas? Foram sem dúvida, muitos!
Eu tive o prazer de fazer parte desta história como pesquisador, professor e escritor.
Uma cidade sem memória é uma cidade sem cultura, sem educação de verdade!
O escritor cabo-friense Célio Mendes Guimarães no seu livro “Nas águas do Cabo Frio” diz: “...a política é o mal desta terra. Destrói tudo.”
Assim foi com a casa de Antonio Terra, assim foi com a casa de Wolney. Fica nas lembranças as fotos, as histórias, enfim somente isso.
Político quer povo ignorante, quer povo no cabresto e jovem alienado. Assim é a terra de Liras e Jagunços.
Hoje não temos mais uma biblioteca, que atendia tanta gente neste município e de outros municípios vizinhos. Não temos mais a Semana Monteiro Lobato e outros eventos.
Livros raros sumiram, outros foram para o lixo entre traças, cupim e abandono político-cultural. O acervo está em algum lugar, para ninguém ler!
Muito se ouviu nestas duas décadas, reformas, outra biblioteca, mas nada...Passaram-se vereadores, prefeitos, deputados estaduais e federais, secretários de cultura e educação e nada.
Vivemos numa política que destrói, que é o mal desta terra de nome Cabo Frio.
Não adianta chorar, quando a biblioteca tombar... Será apenas uma fotografia tirada em abril num sábado outonal aos olhos do Canal do Itajuru, que um dia foi cristalino e hoje não é mais.
(Rodrigo Poeta – 12-04-16)