Tobias Barreto nasceu na vila de Campos do Rio Real, hoje cidade que leva seu nome, em 7 de julho de 1839. Os seus primeiros estudos foram feitos com professores particulares e aos 15 anos se tornou professor de latim na então vila de Lagarto. Em 1864 ingressou na Faculdade de Direito em Recife demonstrando logo uma aversão ao tradicionalismo filosófico e literário predominante na época. Formando-se em 1869 dois anos depois se transferiu para a cidade de Escada (PE) passando a se dedicar as atividades forenses. Em fins de 1881 se mudou para Recife e no ano seguinte através de concurso público, se tornou professor titular da cátedra de Prática do Processo da Faculdade de Direito  do Recife.Tobias Barreto se consagrou na cultura nacional como pensador e ensaista (1). Divulgou no Brasil os autores alemães os quais até então eram quase desconhecidos nos meios intelectuais brasileiros. Orientando-se pela filosofia alemã passou a se contrapor a filosofia oficial do Segundo Reinado, o Ecletismo e também a combater o Positivismo, doutrina filosófica com enorme prestigio em seu tempo. Considerado chefe espiritual da Escola do Recife,  formada na   Faculdade de Direito da capital da província de Pernambuco se revelou um espírito inovador, trazendo novas concepções para o estudo do Direito e da Filosofia. Faleceu em Recife no dia 26 de junho de 1889 sendo seu corpo sido enterrado no cemitério de Santo Amaro dessa cidade (2).
A sua estátua erguida na Praça Pinheiro Machado (3) foi fruto dos esforços do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (4) e a sua inauguração fez parte dos festejos do primeiro centenário da emancipação politica de Sergipe. Feita de granizo e bronze foi executada pelo escultor Lorenzo Petrucci e inaugurada em 24 de outubro de 1920, contando com a presença do presidente do estado  Joaquim Pereira Lobo (5) e grande número de convidados (6). Nesse dia "a enorme multidão que rodeava o monumento assistiu ao desvelar da estátua que ao nosso eminente patricio elevou Sergipe, na ânsia de cumprir esse dever civico, perpetuando a sua gratidão e homenagem fervorosa ao maior de seus filhos"(7). Foi orador oficial da solenidade o dr. Carvalho Neto, que fez a entrega do monumento ao município e ao povo aracajuano.

Quando da inauguração da estátua, na base do monumento do lado da frente haviam os seguintes dizeres no bronze:
                    "Destas pedras que me atiram
                    "Hei de fazer um altar".
Nas placas de bronze do lado da frente estava inscrito:

                    "O povo e o governo de Sergipe ao dr.
                    "Tobias Bareto".
                    "Inaugurada na administração do 
                    "coronel dr. José Joaquim Pereira Lobo".
No lado posterior do monumento estavam inscritos os nomes das pessoas que fizeram parte da comissão executiva das festas do 1º Centenário da Emancipação politica de Sergipe. No lado direito estavam inscritas as últimas palavras do filosófo sergipano:
                   "Tudo tem sua lógica até a morte".
No lado esquerdo estava inscrito:
                   "Por iniciativa do Instituto Histórico
                    e Geográfico de Sergipe foi inaugurado
                    este monumento do philosofo, jurista,
                    poeta e polemista sergipano."

                                  Notas
(1) Tobias Barreto foi também poeta pertencente a escola Romântica e suas poesias estão reunidas no livro "Dias e Noites"
(2) No ano de 1920 seus restos mortais foram trazidos para Aracaju já que o monumento que foi esguido em sua homenagem tinha por finalidade também ser o seu túmulo permanente.
(3) Atualmente Praça Tobias Barreto.
(4) Sendo que o grande entusiasta da ideia de edificar um monumento em homenagem a esse grande filósofo foi o então presidente desse sodalício Caldas Barreto.
(5) Joaquim Pereira Lobo governou o estado de 1918 a 1922.

(6) Dentre os convidados se destacou o presidente do estado da Bahia José Joaquim Seabra.

(7) In Correio de Aracaju, 26 de outubro de 1920, pág. 1.