Imagens Quebradas: Concurso Público SP 2016.

Trajetórias de alunos e mestres.

Autor Miguel Arroyo.

O que mudou na escola pública nos últimos anos, os alunos não são os mesmos, muito menos os professores. Com efeito, mudaram também as preocupações, as necessidades são outras com a socialização da educação.

Portanto, os imaginários docentes são ultrapassados, os professores são obrigados a repensarem suas práticas pedagógicas, suas ideologias, seus paradigmas pedagógicos.

A realidade é complexa e desestruturadora para o professor, as imagens estão invertidas, como compreender desse modo, à realidade social e psicológica dos alunos.

A pergunta fundamental os alunos populares seriam perigosos, o que assustam os mestres as imagens estereotipadas morais que refletem sobre as práticas pedagógicas, a participação dos professores com nova mentalidade cria um clima propício para a superação das ideologias pedagógicas.

A pergunta indispensável como condenar atitudes de crianças sem condenar uma civilização decadente, se o aluno individualmente é produto da sociedade política.

Portanto, a conduta das crianças, é o reflexo de um contexto moral maior, antes de denunciar a criança deve ser questionada a sociedade política, tarefa dos professores críticos.

Carregar a imagem de crianças felizes e risonhas, uma irrealidade pedagógica distante. Portanto, a didática tem que ser reformulada, no uso de novas metodologias de trabalhos.

Um projeto pedagógico, que objetiva o aluno como sujeito de direitos, o aluno é antes de tudo um cidadão, um ser humano, portanto, sujeito de direitos plenos.

O professor trabalha com excluídos socialmente, ao que se refere à escola pública, sendo do mesmo modo, o referido, em maior ou menor proporcionalidade.

Com efeito, uma das perspectivas do currículo, a incorporação do aluno, pelo caminho da inclusão. Portanto, dessa forma deve evitar ações preconceituosas, referentes aos processos pedagógicos.

O desenvolvimento da pedagogia do diálogo, o professor precisa reaprender a escutar aos alunos, para o entendimento dos seus problemas.

O professor tem que ter um olhar sobre os educandos como sujeitos totais sendo percursos sociais complexos.

A docência precisa cumprir funções além das habilidades, como o direito ao afeto, a superação da baixa estima e, sobretudo, recuperar a identidade perdida.

A vivência na escola, necessariamente busca afirmar tais direitos, a moral dos educandos provoca no campo psicológico tais recuperações, Portanto, ninguém nasceu para ser o que é, comportar como comporta, são as condições de vida, modifica-se o ser humano, mudando as condições de vida que leva a pessoa ser o que é.

É fundamental a formação dos sujeitos éticos, as dimensões das potencialidades dos processos críticos da definição de uma pedagogia transformadora. Com efeito, importante, o desenvolvimento do projeto pedagógico, a forma pela qual a educação é conduzida.

A articulação da epistemologia científica, a questão da teoria e da prática, quando educamos mudamos o ser humano, dessa forma qual é a natureza da mudança, inserida nas relações humanas, o papel de refazer a imagem do educador na reformulação dos educandos.

A lógica da aprendizagem, a simultaneidade dos tempos de ensino, os conteúdos devem ser aprendidos dentro do espaço previsto. O que ensinar tudo que for previsto pelo currículo, o que for necessário a vida e, sobretudo, as transformações de situações inferiorizadas da espécie sapiens.

O professor precisa reeducar suas sensibilidades, dimensões da formação humana, aprendendo a conviver na diversidade, visto como valor civilizatório e pedagógico.

Superar ideologias como se o aluno negro e pobre tivesse menor grau de cognição, superar culturas de segregações preconceituosas, buscar a construir igualdades nos mecanismos de aprendizagem, mudar o olhar pedagógico, uma pedagogia de transformação política.

Não é a criança ou adolescente que é lento pedagogicamente na construção cognitiva, a mente é a mesma, a espécie tem o mesmo DNA, portanto, independe da diversidade cultural ou social.

Com efeito, a evolução da criança depende antes de tudo da qualidade da formação do professor, desse modo os problemas de aprendizagem são problemas de ensino.

Portanto, a mediação é como o mestre ensina. Por outro lado, de como está organizado a escola, a questão do projeto político pedagógico.

A respeito da avaliação, para reprovar, classificar, segregando o aluno, não poderá ser o papel do projeto pedagógico de uma escola de transformação e de uma pedagogia crítica política.

Desse modo, o professor deve respeitar o tempo de cada aluno em sua evolução, os ciclos de formação, respeitar os alunos em suas capacidades de assimilações, os educandos não são iguais em suas possibilidades mentais, morais e culturais.

A diversidade de contextos, na superação dos condicionamentos psicossociais, evitar a reprovação, a retenção, por ser prejuízo pedagógico civilizatório, tal caminho não é a melhor maneira de garantir conhecimento ao aluno.

A educação excludente é conservadora, inadequada ao desenvolvimento da sociedade política, se respeitar o tempo do processo cognitivo do educando, entretanto, poderá ser pelo menos, um avanço em uma escola mais democrática e cidadã aos meios públicos.

Em síntese podemos dizer, hoje com a socialização da escola, os educandos são outros, os professores não são os mesmos, as políticas públicas sociais educativas precisam mudar.

Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 13/03/2016
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