Pedagogia da autonomia: Paulo Freire, Matéria de Concurso Público SP em 2016.

Para Freire educar depende de ideologias, portanto são múltiplos os educadores epistemológicos, os críticos, progressistas, conservadores, a educação bancaria, os problematizadores, no entanto, todos precisam de conhecimentos em comum.

A verdadeira educação é libertadora, motivo pelo qual tem que ser crítica e determinada pela teoria e prática, não se pode desenvolver um processo pedagógico fundamentado em epistemologias falaciosas, toda educação deve ser humanista, possibilitando a justiça social e a cidadania.

O professor precisa ajudar na construção do conhecimento, não apenas na transferência, quem educa forma o individuo para o entendimento das questões políticas sociais, sendo o aluno dono da cognição crítica e autônoma.

Para Paulo freire não existe docência sem discência, quem ensina aprende também, pois o ato de educar é dialético, os sujeitos no ato da educação, não agem como objetos. Portanto, quem ensina aprende ensinar e quem aprende, aprende aprender. No entanto tudo é essencialmente dialético.

Com efeito, o conhecimento não reduz ao mecanismo da aprendizagem, pelo fato do conhecimento ser também construção, reelaboração contínua.

Desse modo, o estudante deve ser estimulado ao desenvolvimento da curiosidade, a formulação do conhecimento crítico, com fundamento epistemológico, a consciência crítica leva ao aluno recusar o ensino bancário.

Ensinar exige rigor metodológico, coerência lógica de pensamento construído, capacidade crítica, na superação da submissão, ensinar não é passar conteúdos, entretanto, produzir as condições para superar a relação de alunos objetos, sendo o professor, a condição indispensável para a aprendizagem crítica.

Só pode ensinar quem pensa certo, muitos professores pensam erradamente, portanto, o que transmite não é conhecimento, no entanto ideologias.

Nessa perspectiva o professor precisa ensinar não apenas conteúdos, mas como o aluno metodologicamente pode pensar adequadamente a realidade, o pensamento certo é sempre dialético, sem consciência dialética não é possível o saber.

Só o pensamento correto, possibilita o aluno ser sujeito do mecanismo educativo ao mesmo tempo interferir no mundo, para a mudança do mesmo, uma educação que não muda não é educação, a produção dos novos saberes tendo o aluno como sujeito, formando epistemologicamente o ciclo gnosiológico.

Ensinar aprender a compreender o conhecimento já existente, em consequência trabalha na construção do conhecimento ainda não existente. A pedagogia da autonomia retira do aluno a condição de recipiente, dando ao mesmo a perspectiva de sujeito crítico.

Não existe ensino sem pesquisa, sem rigor técnico, todo docente tem que ser um pesquisador no ato educacional, com bom domínio do processo de síntese.

O professor que pensa certo, precisa respeitar os saberes prévios dos alunos, mesmo sendo em nível do senso comum, valorizar as experiências, superando os aspectos negativos do saber ideologizado, criando as próprias ideias.

Ensinar adequadamente é estabelecer proximidade entres os saberes curriculares fundamentais aos educandos e as experiências sociais.

A superação da curiosidade ingênua pelo caminho crítico do entendimento, a defesa de procedimentos epistemológicos a prática educativa progressiva nas mudanças das concepções alienadas do mundo político pela ação pedagógica.

No ato de ensinar não pode transgredir a ética, o pensar correto, exige profundidade na análise coerente, a natureza do entendimento crítico dos fenômenos culturais.

Quem pensa correto precisa estar disposto a enfrentar o risco, recusar todas as formas de discriminação, etnia ou gênero, é fundamental ser humilde, primar pelo bom senso, entretanto, não perder a esperança e sonhar com um mundo justo.

O educador crítico sabe que a cultura não é uma transferência de uma ação criadora, no entanto, o ato educativo é coparticipado, motivo pelo qual o educador tem que estimular ao educando a produzir sua compreensão analítica do mundo.

O docente precisa entender que toda ação autônoma do aluno, efetiva por procedimentos dialéticos, quando pensa e faz a respeito do que está fazendo, nessa relação dialética o aluno juntamente com o professor deve construir o pensamento correto, por meio da compreensão da prática não alienada, superando as compreensões ingênuas da sociedade de domínio.

O professor deve pensar profundamente a respeito da prática com objetivo de superar a ingenuidade do rigor epistemológico equivocado.

Ensinar não é transferir conhecimentos, na ação concreta pedagogicamente, é preciso saber ensinar possibilitando a construção do saber.

O professor crítico deve estar predisposto à mudança, a partir naturalmente de uma prática da construção inacabada, o que é próprio do conhecimento elaborado.

Educadores e educandos são seres condicionados e inacabados, a consciência intencional e proporcional, o sapiens se educa na medida em que conhece a consciência aberta e inacabada, o mundo não pertence aqueles que adaptam, mas de quem insere e transforma.

A consciência é uma luta interminável na superação dos obstáculos, voltar-se contra o discurso fatalista e neoliberal, o pragmatismo reacionário.

Reflete Freire só na inclusão que ficamos conscientes ao inserirmos no processo constante de mudança. Portanto, aprender é o constante exercício para tornamos sujeitos e objetos do mecanismo de transformação da história.

Fundamental que o professor conheça os vários aspectos da prática educativa, com a finalidade de entender o desempenho, aprender para destruir o que deve ser mudado, a cidadania não se efetiva na sociedade neoliberal.

A ideologia de um pensamento mecanicista da história em que futuro está determinado pelo presente, destrói os sonhos, acaba com as utopias, fundamental o entendimento, que o mundo não é apenas uma constatação do presente, os educandos autônomos têm necessariamente que intervir na realidade, construído um mundo para todos.

Não basta apenas a esperança é fundamental a renovação dos saberes científicos, pensar a história social politicamente, compreendo as contradições do mundo pelas relações sociais, por meio das quais a utilização da ação pedagógica política.

Professores e alunos precisam saber que a postura deles deve ser dialética e dialógica, na construção da liberdade na permanente vocação de ser mais.

O professor precisa construir a consciência crítica a partir do desenvolvimento do trabalho pedagógico, respeitando a autonomia dos alunos, a liberdade construtiva, sendo que o fundamental é desenvolver o ensino aprendizagem e construção a partir exatamente da ação livre.

Com efeito, sendo a verdadeira razão da educação o respeito à autonomia dos alunos. O professor tem que respeitar o direito do aluno indagar, duvidar e ser crítico dentro da proposta pedagógica da escola.

Necessário ter esperança em si e na política, sendo desse modo, a importância dos alunos entender o desempenho da ação pedagógica, indispensável à ética, com coerência lógica, educar para cidadania. Portanto, a ação política muda e revoluciona o mundo contemporâneo.

Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 11/03/2016
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