O eterno retorno de todas as coisas.
Quanto a minha pessoa.
Apenas um pedaço de átomo.
Sendo que o meu corpo evoluiu.
De partículas.
Produzidas pela antimateria.
O motivo de não ser nada.
Entretanto, as partículas.
Resultaram de uma temperatura negativa.
Inexaurível.
O que denomino.
De princípio de incausalidade.
Posteriormente os átomos foram cozidos.
Por fornalhas nucleares.
Produzidas por grandes vulcões.
O que possibilitou o nascimento de trilhões de galáxias.
Mundos paralelos intermináveis.
Desencadeando do mesmo modo.
Bilhões e bilhões de sistemas solares.
Entre eles o nosso.
Brevemente os átomos do meu corpo.
Serão cruelmente dissolvidos.
Sem misericórdia divina.
Nos resquícios da grande revolução nuclear.
O que possibilitou como resultado.
A origem do planeta terra.
O motivo de existir por alguns instantes.
Portanto, na brevidade do futuro.
Serei tão somente a intuição passada.
Negativa do único grande acontecimento.
O nascimento dos átomos.
Por enquanto, estarei por aqui.
Solitariamente perdido.
Sentindo a ausência do tempo.
Mergulhando nesse enorme buraco giratório.
Preso a uma caverna platônica.
Sem conseguir entender a energia do sol.
Esperando pela queima do hidrogênio.
Sabendo que tudo será novamente à volta.
O eterno princípio da origem do vazio.
Serei apenas.
A reformulação contínua da antimatéria.
A minha química frações.
De partículas a espera da reconstituição.
Da imensa ausência de todas as coisas.
Professor: Edjar Dias de Vasconcelos.