ESBOÇO HISTÓRICO DA FAMILIA FROTA - SUA HISTÓRIA E SEU BRASÃO DE ARMAS

FAMILIA FROTA - ESBOÇO HISTÓRICO E SEU BRASÃO DE ARMAS

Para tratarmos sobre a família Frota, sua origem e seu Brasão de Armas, usamos como fonte a obra do saudoso genealogista o Pe. José da Frota Gentil S. J. o qual tivemos o privilégio de conhecer, nos seus já avançados 70 e tantos anos, no ano de 1972, intitulada Os Frotas do Sul do Brasil, publicada em março de 1972, composta e impressa nas oficinas da Gráfica Olímpica Editora Ltda, sito à rua da Regeneração, 475, Bonsucesso, no estado do Rio de Janeiro, pois é, ao menos para nós, a única fonte fidedigna deste esboço sobre a família Frota, o qual transcrevemos na íntegra o título O PRIMEIRO FROTA E O BRAZÃO DA FAMILIA, conforme publicou o autor.

Não tem por objetivo, este trabalho, ser algo de inédito, mas sim, dar suporte histórico aos membros da família que estão interessados em saber um pouco mais sobre a sua origem e que buscam subsídios para cultuarem as suas tradições, bem como saber sobre os seus antecedentes (ver obra citada), que são os verdadeiros responsáveis pela trajetória histórica da família Frota, sendo que, cada um dentro de seu próprio tempo.

Texto transcrito observando-se a grafia original da obra:

O PRIMEIRO FROTA E O BRAZÃO DA FAMÍLIA

Diz Sanches de Baena no seu Índice Heráldico nº LXXIII: “FROTA – Procede esta família de um cavaleiro dos que foram em uma frota do Norte da Europa pelejar contra os mouros, na tomada de Alcácer do Sal (24 de junho de 1158), o qual ficando em Portugal, foi alcunhado o da Frota que depois ficou por apelido”.

Com Baena concorda a Enciclopédia Portugueza Illustrada, publicada sob a direção de Maximiano Lemos, no volume V, à folha 67: “FROTA – família descendente dum cavaleiro dos que vieram em uma frota e pelejaram em Alcácer o qual ficando em Portugal, foi chamado o “da Frota”. Teve por armas escudo cortado em faixa; a primeira de ouro e a segunda de vermelho com um leão entrecambado destes esmaltes; timbre, um leão de ouro nascente armado de vermelho”. (1)

A Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira convém com os outros autores na descrição das armas dos Frotas (palavra Frota), mas faz a seguinte ressalva: “Querem alguns genealogistas que esta família provenha de um cavaleiro que veio numa frota combater os mouros na tomada de Alcácer do Sal e que ficando em Portugal passou a ser conhecido pelo da Frota. Não é crível que a origem seja tão antiga e que esta família existia em Portugal, desde aquela batalha. Parece, porém, que já aqui existiam anteriormente a 1500”.

O autor, contudo, não indica os motivos que levam a duvidar da antiguidade. Ficamos, apenas, num “não é crível”. Porque? Não vieram tantos cavaleiros a combater em Portugal e não se estabeleceram ali, dando origem a tantas famílias? Porque a dos Frotas não poderia ser uma delas? Se êle próprio confessa que já existiam em Portugal antes de 1500, porque não poderiam existir, também no século XII? Se estes Frotas, existentes antes de 1500 ainda existem quatro séculos depois em Portugal e no Brasil e aos milheiros, porque não poderia ter começado também três ou quatro séculos antes, como outras familiar portuguesas? Seria nobreza demais para eles? Não necessàriamente.Ve-lo-emos ìntimamente ligados em matrimônio a cavaleiros da Casa Real, mas sua nobreza poderia ser mais modesta, posto que mais antiga que algumas outras.

Se alguns genealogistas “querem” que ela seja tão antiga, bem podemos acompanhá-los, enquanto não surgirem outros de igual ou de maior peso a contradita-los.

A origem nórdiga dos Frota se acentua bem em muitos deles que surgem, quando menos se espera, numa família de tez morena e de cabelos castanhos, com seus cabelos louros, sua tez clara e rosada e com seus olhos profundamente azuis. Porque não poderiam estas características remontar a um primeiro Frota da conquista de Alcácer do Sal? E não existe também na família esta tradição de um antepassado flamengo ou holandês? Nada impede que ele fosse algum daqueles cavaleiros que, ao mando do flamengo Aerschot na II Cruzada, e que em boa parte ali ficaram combatendo os mouros, assinalando-se na conquista de Lisboa, de Almada, Palmela,Sintra, Alcácer do Sal, Évora e Beja, e povoando com suas gentes as terras que o rei lhes confiou (ver acima citação da Enciclopédia Espasa). Tudo nos leva a supô-lo, se queremos dar explicação à opinião bem fundada dos genealogistas mais antigos.

Confirmando o que dizem os livros impressos, alguns dos quais citamos acima, acodem-nos ainda dois preciosos manuscritos da Torre do Tombo de Lisboa, que sua conservadora, a ilustre Dra. Emília Félix, nos dá a conhecer no seu explícito teor: "FROTAS". A Vila de Palmella e Setúbal tem pessoas deste apelido; e no Archivo daquelle Convento há memória que os deste apelido vieram servir na guerra contra os Mouros. Tem por Armas Escudo partido em faixa de ouro e vermelho, e sobre tudo hum Leam rompente entresachado do mesmo, Timbre Meyo leam de Ouro armado de vermelho.

Noutra letra: Descendem de hu cavaleiro dos que vieram em hua frota do Norte a pelejar contra os Mouros na tomada de Alcácer do Sal e ficando estabelecido em Portugal foy chamado o da Frota, e este alcunho lhe ficou servindo de apelido. O escudo mostra a nobreza e valor de seu ascendente no ouro e na cor vermelha do escudo e leão e este deve ser entrecambado cõ termo na aste da Armaria significa que metade do Leão que fica sobre a cor vemelha deve (?) ser de ouro e a que fica sobre o ... de ouro, vermelha. Nam estam no livro da Armaria que se conserva na Torre do Tombo” (Torre do Tombo, MS. Nº 1652, fls. 159 v.)

Os grifos são nossos.

O fato de não se conservar o registro, no Livro da Armaria da Torre do Tombo, nada significa, pois é sabido que muitos dos antigos registros se perderam.

O outro documento manuscrito da Torre do Tombo confirma o mesmo por outras palavras:

“FROTAS

(À margem) Armas

Os deste appelido trazem por Armas escudo partido em faixa, de ouro, e vermelho, e sobre tudo hu leão de ouro rompente entresachado do mesmo. Timbre mejo leão de ouro armado de vermelho. Há Frotas em Palmela, e no archivo do seu convento, se fala que vierão a este Reino a guerra contra Mouros, e hu delles dizem foy Monteiro mor del Rey D. João o 1º. (1)

(Torre do Tombo – Genealogias manuscritas, 21-F-15, Fls. 328_-).

O grifo é nosso.

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(1) A descrição do brazão vem confirmada na antiga Nobiliarchia Portugueza de Antonio de Villas Boas e Sampaio, 1ª edição de 1676: “FROTA – Hu escudo partido em faxa de ouro, & vermelho Leão rõpente entrecambado dos mesmos, que vem a ser o que che do Leão no ouro de vermelho, & o que che no vermelho de ouro. Tymbre: meio leão de ouro armado de vermelho”.

Algumas destas notas, fornecidas pelo ilustre genealogista Coronel Salvador de Moya a D. José Tupinanbá da Frota, bispo de Sobral, estão publicadas no anuário Genealógico Brasileiro, vol VI, 1944m pág. 260 e as respectivas armas à pág. 355 do mesmo anuário.

Também Armando de Matos no seu Blasonário de Portugal traz: "FROTA – Escudo de armas de família. Cortado, de oiro e vermelho, com um leão entrecambado – Timbre: Um leão de oiro, sainte, armado de vermelho”. (Vol. I, pág. 182, n. 744, Livraria Fernando Machado. Porto, 1940.

A citação supra é correspondente à página 15 da obra de onde foi extraído o conteúdo.

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(1) Monteiro-mor era o fidalgo da Casa Real que superentendia às caçadas e coitadas reais. Da importância que D. João 1° deveria dar ao cargo e ao assunto diz bastante o fato de ter ele próprio escrito o Livro da Montaria.

A citação supra é correspondente à página 16 da mesma obra citada anteriormente.

Como podemos observar na transcrição de parte da introdução da obra do Pe. José da Frota Gentil, existe algumas fontes onde é possível encontrar referências sobre o nome da família Frota. Essas fontes encontram-se, quase todas em Portugal, onde se originou este apelido. Chamamos a atenção em dizer que este nome é um apelido, visto que a origem dos sobrenomes, como tratamos o nosso apelido, foi adotado pelo nosso precursor primeiro, devido a algum fato que tenha sido relevante em sua vida, e que, por tê-lo tornado conhecido, foi adotado e passado aos seus descendentes, tendo esses , através de seus filhos, netos, bisnetos, trazido até os nossos dias e nos transmitido com muito orgulho.

Uma das coisas que mais nos orgulha, é o fato de termos herdado um nome forte, histórico e nobre. A família Frota pode se considerar honrada com a sua herança, visto que muitos de nossos antecessores foram pessoas importantes dentro dos mais variados cenários, tanto português quanto brasileiro. Não é em vão que possuímos um Brasão de Armas. Devemos cultivá-lo, pois a sua constituição é revestida pelos significados heráldicos, de nobreza (pelo metal ouro) e de luta com glória (pela cor vermelha). Em outras palavras significa, também, combatente que recebeu mercê de Sua Alteza Real, pelos seus feito heróicos, o direito de ostentar um Brasão de Armas como símbolo de honra e nobreza. Assim, esse baluarte é o seu patrimônio familiar, a sua marca, transmissível aos seus herdeiros pela eternidade.

Este pequeno ensaio, longe de outras pretensões, teve a motivação pela inexistência, ao menos nos sítios da internet por nós visitados, de um resumo de tal importância bem como a publicação dos detalhes do Brasão de Armas da família Frota*, com a disponibilidade para ser baixada a imagem e posteriormente realizar a reprodução da forma que mais convenha ao buscador. Portanto, resolvemos realizar este trabalho, para darmos a possibilidade a todos os descendentes desta família de acessar o seu símbolo maior, e difundí-lo a quem quer que seja, sem ter ônus algum pela pesquisa histórica, e nem pela arte heráldica do símbolo.

*A IMAGEM DO BRASÃO DE ARMAS DA FAMÍLIA FROTA, nas sua conformação original, de acordo com a obra do Pe. José da Frota Gentil, poderá ser solicita à Camponez Frota pelo e-correio <domfrota@gmail.com>. As Armas da família Frota é de domínio desta e como herdeira de seus símbolos, de sua história e de suas glórias, seus descendentes e herdeiros não poderiam ficar alijados de tomar conhecimento, de pelo menos um pouco, de sua origem e de seu Brasão de Armas.

Autor do Trabalho:

Camponez Frota

Professor, Escritor, Poeta.

Oficial RR da Brigada Militar/RS

Contatos:

E/mail: domfrota@gmail.com ou fba.assessoria@gmail.com

Fones: WhatsApp/Fone: (51) 98132-0604

Obs: Solicito a todos aqueles que acessarem este trabalho, e que tiverem qualquer informação sobre livros ainda existentes do Pe. José da Frota Gentil, que possam ser adquiridos, que entrem em contato comigo pelos endereços supracitados, para o que antecipadamente fico agradecido.

Desejos a todos os descendentes da família Frota do Brasil e de Portugal que busquem a Sabedoria, a Força e a Beleza, na sua trajetória histórica para o engrandecimento da família e da humanidade.