Kant: Conhecimento, Metafísica e Sociedade.
Descartes e Locke trataram muito bem a questão de subjetividade - Descartes com um "eu" que pensa e que está fora do sujeito - . Mas foi Kant, filósofo alemão iluminista, que trouxe a relação de sujeito-objeto para o campo da discussão filosófica. Foi Kant, também, quem trouxe o eu para casar com o sujeito e torná-lo cons(ciente).
Kant vai mostrar que o seu sujeito é finito e transcendental, ou seja, o mundo, em Kant, é universal e não um mundo por si mesmo. Isso nos mostra que a subjetividade kantiana não conhece as coisas em si, apenas os fenômenos ou o que nos é apresentado.
Para entendermos a relação sujeito-objetivo, em Kant, vamos a explicação: o objetivo se apresenta para o sujeito na sua aparência, então sempre é objeto para o sujeito. O objetivo não pode ser o objetivo em si, ou seja, não pode ser a coisa em si justamente por ser não cognoscível; o sujeito (consciência) só pode apreender os fenômenos, pois as coisas em si são desconhecidas ou não se mostram. O absoluto não é apreendido na filosofia de Kant por ser o ápice do Iluminismo.
A subjetividade é moderna, e não antiga ou algo do mundo grego antigo. Ela se divide em três: Consciência (o saber que sabe, e sabe que sabe), Identidade (o eu como sendo o mesmo para lugares diferentes. O si mesmo como o eu que vai, depois, adotar funções sociais) e Autonomia (o eu que passa a casar com o sujeito, passando a conhecer o existente).
Kant põe a razão em duas principais partes: a razão teórica e a razão prática. A primeira razão é dada pelo próprio sujeito e a outra parte é o contato com o empírico. A união entre o sujeito e o empírico, na razão teórica, forma um tipo de conhecimento que não é autônomo justamente por precisar de elementos sensíveis, ou empíricos, que lhes dê respostas limitadas sobre o que se quer saber. A segunda razão diz respeito ao que não precisa mais de elementos empíricos por ser autônoma, ou seja, a razão prática não depende de condicionamentos empíricos para a sua liberdade no dever - o sujeito kantiano da razão prática é livre.
A razão prática não dependente do empírico, daí passa a ser metafísico no âmbito da moral: consciente de seus pensamentos e responsável pelos seus atos. Um exemplo fácil do cotidiano: antigamente, dependentes do sensível, precisávamos ler os avisos, em estabelecimentos fechados, de "Proibido Fumar". Hoje, mais maduro e intelectualmente independente, não preciso mais ler nenhum aviso para saber que é proibido fumar em locais fechados.
Nietzsche faz uma crítica a Kant dizendo que o homem está acima da moral, pois a moral é dos fracos e o homem construiu seus valores morais em bases metafísicas. Kant diz que só a partir da moral é que o homem adquire a liberdade, ou seja, há uma antítese para mostrar que sem moral, o homem passa a ser preso, literalmente. Portanto, para Kant, a moral sempre está acima do homem por uma razão prática.
É importante aprender que o amor autêntico e natural nada tem a ver com o dever. Ou seja: o amor não está ligado com à moral e nem com à ética. É um sentimento! Agora, quando o amor passa a ser um dever, então não há aí um sentimento, mas uma obrigação. Em nossa sociedade, poucas pessoas estudam ou fazem as coisas por amor, mas por dinheiro e por satisfação - talvez, muito vivam mais por sobrevivência do que antes por amor.