SÍNTESE HISTORIOGRÁFICA DE ÁGUAS BELAS

HISTÓRIA DA SEDE DA PREFEITURA MUNICIPAL.

A atual sede do Poder Executivo foi construída na administração do prefeito Edelzito Branco de Melo (Dr. Zito) e tendo como vice-prefeito Waldemar Benjoino Fonseca. Fizeram parte da legislatura na Câmara Municipal, então, os vereadores Joaquim Marcolino Leite, Alfredo Inácio Rodrigues, Arnaldo Almeida Rodrigues, Manoel Nunes de Albuquerque, Pedro Gama de Oliveira, Manoel Benjoino César, Sebastião Faustino dos Santos, Iracema de Araújo de Albuquerque e Albino Belarmino de Souza.

A antiga sede da Prefeitura situava-se nas proximidades onde hoje se localiza o Banco Santander. Tal prédio antigo deu lugar às instalações do extinto Banco de Pernambuco – BANDEPE.

A construção da atual sede do Poder Executivo teve início nos idos de 1966, tendo sido inaugurada no ano de 1968, mês de outubro, tomando o lugar da antiga Escola Professor Galdino Loreto. A planta original teve que ser alterada duas vezes, segundo Manoel Pinto.

A fachada é revestida em azulejos portugueses em cor azul comprados na cidade do Recife à Cerâmica da família Brennand. A mão-de-obra empregada foi toda composta de pessoas da cidade e o cimento comprado direto da fábrica.

No período em que foi inaugurada, a sede do Poder Executivo municipal teve um cercamento feito todo em ferro, defronte aos jardins, tendo sido posteriormente removida essa cerca sem que se soubesse o motivo, noutra administração. Ainda se conservam os bancos em granito diante do prédio, fruto do projeto original e as luminárias dispostas à época da inauguração já não existem mais, dada a falta de conservação e zelo pelo patrimônio histórico.

Não existia secretaria de Obras à época e foi designado para os trabalhos de edificação dessa construção, mediante ordem do prefeito supracitado, o ex-vereador Manoel Pinto.

SÍMBOLOS MUNICIPAIS

BANDEIRA DE ÁGUAS BELAS

A atual bandeira - instituída sob a Lei Ordinária n° 0990/2009 - substituiu a mais antiga, que fora oficializada pela Lei 428 de 22 de dezembro de 1975.

Uma comissão de estudos formada por professores para discutir a instituição do atual pavilhão municipal contou com a participação de VICTOR DE CARVALHO MATOS, JOSÉ DE SANTANA NETO, CÍCERA MARIA DA CONCEIÇÃO, MARIA HELENA FEITOZA DE ARAÚJO, MARINA NEIVA DE SIQUEIRA, JOSÉ LUCIANO DA SILVA, ABÍLIO SAMUEL A. MACEDO FEITOSA e CLOVIS ALVES BARBOSA.

Com o titulo de Bandeira da Igualdade, por representar a todos indistintamente da mesma forma, independente de origem racial, religiosa, cultural ou política, é descrita estruturalmente da seguinte forma:

Bandeira esquartelada por uma cruz de São Jorge formada por sete faixas nos sentidos horizontal e vertical, partindo da região centro-superior do pavilhão para as extremidades da bandeira, deixando os dois quartéis inferiores mais altos que os dois quartéis superiores. As sete faixas, tanto nas direções horizontais quanto vertical estão dispostas na seguinte ordem do interior da cruz para as suas extremidades:

I. As duas faixas, que se apresentam no interior da cruz, tanto nos sentidos horizontal quanto vertical, são cinco vezes mais largas que as demais e possuem a cor azul-intenso, sendo a faixa de cor azul-intenso, de sentido vertical, a única das faixas cruciais a alcançar a extremidade sul da bandeira;

II. As duas faixas centrais são recobertas por quatro faixas de cor branca, sendo duas no sentido horizontal e duas no sentido vertical, onde as faixas brancas no sentido vertical não atingem a extremidade sul da bandeira;

III. As quatro faixas de cor branca, também são recobertas por quatro faixas de cor azul-marinho de mesma espessura, sendo que duas faixas estão no sentido horizontal e duas faixas no sentido vertical. Assim como as faixas verticais de cor branca, as faixas azul-marinho no sentido vertical não atingem a extremidade sul da bandeira;

IV. As quatro faixas de cor azul-marinho, assim como as anteriores, também são recobertas, desta vez por quatro faixas de cor vermelhas, sendo duas faixas no sentido horizontal e duas faixas no sentido vertical, de mesma espessura que as anteriores. Assim como as demais faixas, as duas faixas verticais de cor vermelha não atingem a extremidade sul da bandeira;

V. Na extremidade sul da Bandeira Municipal, encontram-se três faixas de sentido horizontal, colabadas a essa mesma extremidade, dispostas uma sobre a outra formando seis ondas, sendo que três delas estão presentes no quartel inferior esquerdo, e três delas no quartel inferior direito. Essa divisão na trajetória das ondas se dá pela presença da linha central crucial, de cor azul-intenso, que é a única desta direção a atingir a extremidade sul do pavilhão. A faixa ondeada superior, assim como a faixa ondeada inferior possui a cor azul-anil, são uma vez e meia mais largas que a faixa ondeada medial que possui a cor branca. Encimado as três faixas ondeadas exclusivamente no quartel inferior esquerdo da bandeira, tem-se a representação de meio mantel, de cor verde-lima, onde seu ápice está ligado à extremidade oeste da bandeira. No quartel inferior direito também se tem de forma exclusiva, a representação de meio mantel, de cor verde-lima sobre as três faixas ondeadas, sendo que seu ápice está ligado à extremidade leste da bandeira. Essas duas metades de mantel, em lados opostos produzem uma figura semi-elíptica no lado inferior do pavilhão municipal.

No centro da cruz de São Jorge, encontra-se pressente a gravura de um sol, de cor amarelo-ouro, que possui dispostos vinte e quatro raios que se dissipam em todas as direções do pavilhão, sendo que os raios que estão na posição dos quatro pontos cardeais são uma vez e meio maiores que os demais.

Como fundo da bandeira tem-se os dois quartéis superiores (esquerdo e direito) assim como o interior da figura semi-elíptica nos quartéis inferiores, que possuem a cor azul-celeste.

DESCRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA ESTRUTURA DA BANDEIRA

O Sol simboliza a Igualdade entre os povos, pois nasce e brilha todos os dias, com a mesma intensidade, para todos, sejam índios, brancos, negros ou mestiços.

A figura do sol nos traz a mensagem de que todos somos iguais perante Deus e as leis do nosso País. Por isto que este novo pavilhão traz consigo o título de Bandeira da Igualdade porque todos estão representados sob o mesmo espaço e o sol como gravura que a todos representa.

A cruz de São Jorge traz consigo um simbolismo muito forte no sentido da representação da religião Cristã que foi fator preponderante na fixação do Homem branco nesta região e proceder ao início da evangelização dos indígenas.

O azul-intenso da faixa central da Cruz de São Jorge simboliza a Padroeira de Águas Belas, Nossa Senhora da Conceição. A faixa central da cruz de São Jorge é a única a atingir as faixas ondeadas que existem na base do desenho da bandeira representando o momento em que os índios acharam a imagem da padroeira sobre as margens da lagoa onde, hoje, situa-se a Igreja matriz.

As faixas cruciais de cor branca simbolizam o homem branco, que deu impulso à fundação de Águas Belas, tendo em João Rodrigues Cardoso e familiares os primeiros brancos a se fixarem na região, fato que ocasionou a vinda de outras pessoas que trouxeram suas tradições, cultura, religião e a forma como viviam antes de se localizarem nestas terras.

As faixas cruciais de cor azul-marinho representam a comunidade negra, descendentes de quilombolas e escravos fugidos e pautados na resistência ao escravismo, então existente.

As faixas cruciais de cor vermelha retratam a tribo Fulni-ô, índios que chegaram primeiro a esta região. Simboliza também o sangue de inocentes, derramado por ordem do poder de coronéis que mandaram nestas terras por muito tempo.

Os semi-mantéis de cor verde-limão representam a Serra do Comunaty, reserva ecológica local.

As faixas ondeadas simbolizam as águas que nomeiam a cidade, a lagoa sobra a qual foi erigida a Matriz da Conceição. Representam também o Rio Ipanema, fonte de sustento para as comunidades ribeirinhas.

O fundo da bandeira de cor azul-celeste representa o céu de Águas Belas, límpido, transparente e cenário para usufruto da liberdade pelos pássaros.

BRASÃO OFICIAL DO MUNICÍPIO

Brasão é uma idéia oriunda da Europa no período medieval, não se sabe a data certa de seu surgimento. Era usado para identificar pessoas e famílias poderosas. Clãs e agremiações de variados tipos.

Depois de certo declínio do poder aristocrático, os brasões voltaram a ter importância no século XX, passando a serem usados por países, estados, entidades de sentido coletivo e principalmente municípios.

O município de Águas Belas não tinha brasão criado em lei. A partir de 2008, por força da Lei Ordinária n° 971 foi instituído, com a seguinte descrição heráldica:

Escudo português encimado pela coroa mural de oito torres de argente, sendo vistas apenas cinco das oito torres. Oito unidades de altura e sete unidades de largura, esquartelado por uma cruz romana formada por três retas em blau cada uma com a proporção de meia unidade de largura cada. Posta em abismo uma flor-de-lis aguçada em blau e iluminada em argente.

No primeiro quartel, em campo de blau, têm-se seis faixas ondeadas de blau, sendo cinco os espaços entre elas em argente. Sobre as faixas encontram-se dois morros de sinopla, tendo o segundo uma representação de duas palmeiras ao natural em seu cume.

No segundo quartel em campo de goles e iluminado em jalde o Aloá de jalde se assenta sobre uma lança indígena entrecruzada com um arco e flecha também indígena sobrepostos a um maracá indígena todos ao natural.

No terceiro quartel de goles um cardo de sinopla, florido de duas peças de argente, avançado de jalde e sustido por dois leões afrontados de jalde.

No quarto quartel em campo de blau sustido por dois leões afrontados de jalde. Encontra-se aí dois punhos negros entrecruzados ao natural, emergindo da terra ao natural segurando um bastão formado por quatro retas, cada uma com seu respectivo esmalte dispostos na seguinte ordem de cima para baixo: retas em sable, goles, jalde e sinopla. Tendo uma asa de jalde a destra e outra asa também de jalde a sinistra com uma planície de sinopla ao fundo e três montes também em sinopla sobrepostos a planície.

Nos ornamentos exteriores, como suportes, o escudo se assenta sobre quatro mastros de sable entrecruzados, ostentando a destra a bandeira nacional sobreposta à bandeira do Estado de Pernambuco. Sobre as bandeiras encontram-se um ramo de feijoeiro folhado e com vargens ao natural. À sinistra tem-se a bandeira do Estado de Pernambuco sobreposta à bandeira do Brasil. Sobre as bandeiras encontra-se um ramo de algodoeiro folhado ao natural: ao termo um listel de argente contendo letras em blau o topônimo Águas Belas, ladeado pelos milésimos 1871 e 1904.

A DESCRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO BRASÃO A PARTIR DA HERÁLDICA

O escudo português, usado para representar o brasão de armas, nos traz a tradição como ex-colônia portuguesa e evoca a identidade do município fundado por descendentes dos colonizadores portugueses.

A coroa mural é um ornato exterior ao escudo e símbolo de soberania. Representa a evolução política do município.

A flor-de-lis que está no centro do escudo representa Nossa Senhora da Conceição, padroeira de Águas Belas.

A cruz romana que esquartela o escudo significa que a cidade foi fundada pelo Cristianismo que foi e é ponto de conciliação entre brancos e índios.

As três retas azuis que formam a cruz representam a participação de Águas Belas na evolução política do Brasil, o período Colonial, o Imperial e o Republicano, atual regime político adotado pelo País. A cor azul representa as águas que deram nome ao município.

O primeiro quartel, onde encontramos ilustrações de duas montanhas e de águas simbolizam as características físicas do município, salientando a Serra do Comunaty, bem como o Rio Ipanema como símbolos geográficos de nossa cidade.

O segundo quartel, onde encontramos um aloá, espécie de chapéu usado exclusivamente pela tribo Fulni-ô em suas cerimônias religiosas significa o divino, a religião Fulni-ô que foi preservada, uma de suas principais características. O maracá simboliza suas festas e danças.

No terceiro quartel, temos o brasão da família Cardoso, que é o mais antigo da linhagem, e que remonta ao rei Afonso III, de Portugal. Tal brasão no escudo de Águas Belas representa João Rodrigues Cardoso e sua família, fundadores da cidade. Representa ainda o homem branco nesta região.

No quarto quartel, temos dois punhos negros entrecruzados segurando um bastão nas cores preta, vermelha, amarela e verde. Emergindo do solo com um par de asas douradas tendo três montes ao fundo. Os punhos representam a força e a resistência do grupo quilombola que se instalou no município. Ao emergir do chão significa que tiravam o sustento por meio do artesanato feito em barro. As asas simbolizam a busca e a conquista da liberdade. O bastão formado por uma quadra de cores simboliza a luta pela sobrevivência e as cores simbolizam, respectivamente:

• Preto – orgulho da cor negra.

• Vermelho – o sangue da cor negra.

• Amarelo – o ouro da África

• Verde – as flores equatoriais da África.

Os três morros simbolizam a Serra do Quilombo, local escolhido para a fixação do quilombo.

Os ramos de feijoeiro e algodoeiro, presentes nas laterais do escudo, simbolizam as culturas agrícolas que por muito tempo impulsionaram o comércio local.

A bandeira do Brasil representa Águas Belas como parte integrante da Federação. Na Carta Magna os municípios são entes dessa Federação.

A bandeira do Estado de Pernambuco simboliza a participação de Águas Belas enquanto parte integrante do Estado.

A fita prateada, encontrada abaixo do escudo com o topônimo Águas Belas, possui escrito ano laço, a destra o milésimo 1871, onde em treze de junho Águas Belas foi emancipada do vizinho município de Buíque e no laço, à sinistra, encontram-se escrito o milésimo 1904, elevação à condição de cidade.

HINO OFICIAL

O Hino de Águas Belas foi composto e musicado pelo pároco e ex-prefeito do Município, padre Nelson de Barros Carvalho e oficializado na gestão do prefeito Genivaldo Menezes Delgado, sob a Lei Ordinária n° 01001/2009, de 20 de agosto de 2009.

O autor do Hino ressalta e enaltece as qualidades existentes do lugar, bem como da honra que seus filhos devem prestar.

Descreve as serras e caatingas e cunha a cidade de filha do Sertão, lugar de trabalho e amor a labuta constante em consonância ao civismo apregoado à época.

Ressalte-se ainda, a luta como sinal de busca da paz e conseqüente abertura para as futuras gerações “horizontes de luz, redenção”.

HINO

ÁGUAS BELAS PEDAÇO DITOSO

DO BRASIL DO BRASIL PÁTRIA AMADA

RECEBEI DE TEUS FILHOS UM HINO

QUE TE LEVA DE AMOR ALVORADA.

CORO

DE ÁGUAS BELAS FELIZ E QUIETA

NÓS QUEREMOS HONRAR O RINCÃO

CADA FILHO TRARÁ PARA SEMPRE

O TEU NOME JUNTO AO CORAÇÃO.

TUAS SERRAS E VASTAS CAATINGAS

RESSEQUIDAS OU COR DA ESPERANÇA

LEMBRAM SEMPRE ÁGUAS BELAS QUERIDA

DO BRASIL DO BRASIL A PUJANÇA.

CORO

DE ÁGUAS BELAS FELIZ E QUIETA

NÓS QUEREMOS HONRAR O RINCÃO

CADA FILHO TRARÁ PARA SEMPRE

O TEU NOME JUNTO AO CORAÇÃO.

ELA É FILHA DO BELO SERTÃO

ONDE O AMOR AO TRABALHO SE TEM

TRABALHAMOS COM AMOR E CIVISMO

PORQUE A GLÓRIA NOS ENCONTRAR VEM.

CORO

DE ÁGUAS BELAS FELIZ E QUIETA

NÓS QUEREMOS HONRAR O RINCÃO

CADA FILHO TRARÁ PARA SEMPRE

O TEU NOME JUNTO AO CORAÇÃO.

É NA PAZ É NA GUERRA É NA LUTA

NOSSO SANGUE DERRAMADO OU NÃO

ABRIRÁ PARA OS FILHOS VINDOUROS

HORIZONTE DE LUZ REDENÇÃO.

CORO

DE ÁGUAS BELAS FELIZ E QUIETA

NÓS QUEREMOS HONRAR O RINCÃO

CADA FILHO TRARÁ PARA SEMPRE

O TEU NOME JUNTO AO CORAÇÃO.

As escolas do município estão obrigadas a executarem o Hino de Águas Belas uma vez por semana. Nos eventos oficiais em âmbito municipal sua execução também se impõe.

A CIDADE

Situada no Agreste Meridional, microrregião do Vale do Ipanema, Águas Belas, fundada pelos idos do ano de 1700, quando aportou por estas terras o branco João Rodrigues Cardoso, tem uma população de 40.511 habitantes (IBGE).

Com área de 885, 986 km2 o município é formado pelo distrito de Curral Novo, povoados de Campo Grande, Garcia, São Raimundo e Tanquinho.

Originariamente foi uma aldeia de índios e depois Aldeia da Alagoa da Serra do Comunati, seu primeiro nome. Depois evoluiu e passou a denominar-se de Ipanema, do rio que lhe banha as terras, conforme na Descrição de Pernambuco, do ano de 1746.

Foi habitada antes pelos índios carapotós, shocós, tupiniquins, entre outros, estes últimos, depois de duras lutas foram vencidos pelos carnijós que se fixaram em definitivo na nova terra, e fizeram seus “alojamentos fortemente construídos de palmas de ouricuri, em uma bela e vasta planície, de uma verdura exuberante e permanente, bom clima, e de abundantes e excelentes águas, claras e límpidas...”, segundo o historiador Pereira da Costa, daí surgindo o nome de Águas Belas, contradizendo a lenda atribuída ao Ouvidor Jacobina (Dr. Antonio Ferreira de Araújo Jacobina).

A agricultura é praticada em larga escala, destacando-se a existência de minifúndios por todo o território do município, onde é forte a prática da agricultura familiar. Também a pecuária é bastante desenvolvida.

A Paróquia é a mais antiga da Diocese de Garanhuns, tendo sido criada em 1766 e foi seu Primeiro vigário o padre José Lopes da Cunha. Em 1681 já havia a presença de missionários na região, destacando-se o frei José de Bluerme, capuchinho francês que catequizou os indígenas, então. Há dezoito denominações evangélicas concentradas na sede, destacando-se a Igreja Presbiteriana, centenária, a Assembleia de Deus e Igreja Batista enquanto denominações mais antigas. Dois Terreiros de Umbanda e dois Centros Espíritas - de orientação Kardecista - constituem ainda o perfil religioso do Município.

Sua maior data comemorativa é o dia de sua emancipação política, pela Lei Provincial n° 997 de 13 de junho de 1871. Comemora-se também o dia 24 de maio, data de elevação à categoria de cidade em 1904.

Teve foros de comarca aos dois dias de maio de 1879 e sua instalação em 1881 tendo na pessoa do Dr. Carolino de Lima Santos, seu Primeiro juiz de direito.

Com a mudança de regime de império para a república, passa à condição de município autônomo em 1892 sendo seu Primeiro prefeito o tenente-coronel Salustiano Cavalcanti de Albuquerque Araçá. Exerceu o mandato por quase oito meses, passando-o, então, para o cel. Benígno Rodrigues Lins de Albuquerque.

A luz elétrica chegou à cidade no ano de 1966, inaugurada com a presença do bispo diocesano de Garanhuns, dom José Adelino Dantas, o prefeito Edelzito Branco de Melo e outras autoridades. Já em 1901 a Prefeitura dispunha de recursos para a iluminação pública em lampiões . O encanamento de água para consumo humano também é deste mesmo período.

POTENCIAL TURÍSTICO

As potencialidades do município na questão do turismo são inúmeras. Vão desde pontos turísticos nas áreas rurais até as da zona urbana.

O ecoturismo pode ser desenvolvido de forma sistemática e a exploração das matas e serras existentes, a exemplo da cadeia de serras que se dispõe cercando o município.

O conjunto de sítios arqueológicos é um cenário perfeito para que se dê maior atenção e ênfase na divulgação de pinturas rupestres encontradas nas mais variadas formas.

Também há forte traço no feitio de artesanato em palha e cestaria, mais ligado à cultura indígena; trabalhos em madeira talhada feitos por artesãos da terra. Acrescentem-se também os elementos da cultura dos povos quilombolas e das comunidades dos ribeirinhos localizados à margem do Rio Ipanema.

No segmento religioso há forte movimentação por parte das variadas denominações e ainda dos Terreiros de Umbanda, tímidos em sua ação, fruto da discriminação das religiões de matriz africana. O mesmo se pode dizer dos centros de orientação da doutrina espírita.

No campo musical temos uma capacidade polifônica considerável que envolve os mais variados grupos existentes, assim também indivíduos que se caracterizam enquanto patrimônio vivo da cultura popular.

ENCANTOS.

O município tem muitos encantos, principalmente no que se refere ao tema meio ambiente. A cadeia de serras já forma um belo cartão postal de rara e estonteante beleza.

Destaque-se o santuário ecológico da Serra das Antas e seu antigo ‘sobrado’, residência dos velhos coronéis, construída pelos anos de 1789 e que deu abrigo para cangaceiros e outros jagunços que se escondiam da Força Pública.

O melhor dos encantos é a gente águas-belense que recebe com alegria e muito desprendimento quem toma da água da terra. Gente afeita ao trabalho e de muita fé, que gosta de fazer e cultivar as amizades que lhe vão surgindo.

ROTEIRO RELIGIOSO.

A maior festa religiosa tem data aos oito de dezembro, quando se comemora a padroeira Nossa Senhora da Conceição.

Entre janeiro e fevereiro festeja-se São Sebastião, com grande participação popular de toda a região do Agreste pernambucano e de municípios alagoanos.

Neste mesmo período é festejada, na Aldeia Fulni-ô, Nossa Senhora da Conceição. No distrito de Curral Novo festeja-se a São Sebastião e Santa Luzia no povoado de Tanquinhos.

Grande festa é dedicada ao padroeiro São José no povoado Campo Grande e São João Batista e São Raimundo nos povoados Garcia e de São Raimundo, respectivamente. Festa particular celebra a comunidade Quilombola, quando festeja São Benedito no mês de outubro.

Há também calendário de festividades nas igrejas evangélicas, a exemplo do aniversário da Assembleia de Deus quando vêm pessoas de todo o Estado de Pernambuco e de outras regiões.

PONTOS TURÍSTICOS.

Muitos são os monumentos e espaços que podem ser visitados e avaliados enquanto pontos turísticos no município.

O principal deles é a Serra das Antas, santuário ecológico ainda intocado em vários dos seus aspectos. Seu orquidário já é em si, uma atração que deixa a qualquer pessoa vislumbrada com tanta beleza natural.

Há cinco sítios arqueológicos espalhados por todo o território do município. São pinturas rupestres com descrição variada e cadastradas pelo IPHAN.

Temos o Cruzeiro da passagem do Século. É um antigo cruzeiro datado no ano de 1900 em alusão à chegada do novo século. Situa-se sobre enorme formação rochosa donde se podem avistar muitas áreas da cidade.

Do conjunto arquitetônico ainda se pode achar muitas casas e fachadas seculares. Destaque-se o solar da família Malta e seu conjunto de armazéns nonagenários, situados no centro da cidade e conservados ainda com os traços da época de sua construção.

Logo à entrada da cidade localiza-se belíssimo monumento à padroeira, orago de Nossa Senhora da Conceição, no centro de uma praça bem iluminada e com caracteres em Yathé, língua nativa do povo Fulni-ô.

A tribo Fulni-ô é parada obrigatória para quem visita a cidade. Este povo é o único em todo o Nordeste do Brasil que conserva seu idioma, o Yathé, tendo uma escola bilíngüe na sua aldeia. Os índios trabalham o artesanato feito em palha e utiliza-se também a madeira na confecção de belíssimas peças, como arcos, flecha, cocás e xanducas.

Na aldeia indígena Fulni-ô vê-se escultura aos ‘torezeiros’, índios que estão dançando o Toré, ritual antiqüíssimo da tribo.

Há o retiro anual da tribo denominado Ouricuri, espaço onde os índios ficam retirados anualmente por um período variado entre três e quase quatro meses. Neste espaço não é permitida a presença de não-índios, exceto se houver autorização por parte do cacique ou pagé.

Tem-se ainda a presença forte dos descendentes de quilombolas, destacando-se as comunidades do Sítio Quilombo e de Tanquinhos com suas danças de côco-de-roda e outras.

À beira do Rio Ipanema encontra-se a comunidade de ribeirinhos composta por quase quarenta famílias que tiram seu sustento deste rio.

A Serra do Comunaty é outro ponto de visita obrigatória. Principalmente para os que apreciam o meio ambiente e gostam de vistas panorâmicas de rara beleza natural. Configura-se em um verdadeiro santuário ecológico, a exemplo da Serra das Antas e a cadeia de serras localizadas próximas ao povoado de Tanquinhos.

Na Serra do Lamarão encontra-se a cachoeira de mesmo nome, estada obrigatória para toda e qualquer pessoa que visite Águas Belas.

A Igreja matriz, apesar de já bastante modificada, ainda guarda traços de sua arquitetura original configurando-se como um dos mais antigos templos do interior pernambucano sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição. A atual igreja matriz não é a que foi construída pelos índios, uma vez que esteve reformada algumas vezes e sendo reconstruída pelo vigário João Luis da Silva Reis, que regeu a paróquia de 1849 a 1860.

Outro templo é a Igreja de São Sebastião construída na década de 1940 como parte de uma promessa feita por conta da cólera que se abateu na população local em 1918. A capela foi construida estando à frente dos trabalhos o então pároco, padre Nelson de Barros Carvalho e no governo diocesano de Garanhuns o bispo D. Juvêncio Brito.

No distrito de Curral Novo pode ser visitada a capela dedicada a São Manoel da Paciência, igreja quase sesquicentenária.

No centro da cidade de Águas Belas encontra-se outro belo monumento que é a Igreja Presbiteriana, pensada a partir da chegada dos primeiros presbiterianos à cidade nos idos de 1898.

José Luciano da Silva

Informações:

ACERVO TEXTUAL, FOTOGRÁFICO E ICONOGRÁFICO

ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL DE ÁGUAS BELAS – APMAB.

Bibliografia:

ANAIS PERNAMBUCANOS – 1740 A 1794 – VOL. VI - F. A. PEREIRA DA COSTA

ARQUIVO PÚBLICO ESTADUAL JORDÃO EMERENCIANO – APEJE. RECIFE – PE - 1954.

LIVRO DE ACTAS DA CÂMARA MUNICIPAL DE ÁGUAS BELLAS, 1899/1906.

José Luciano
Enviado por José Luciano em 23/08/2015
Reeditado em 09/06/2017
Código do texto: T5355923
Classificação de conteúdo: seguro
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