Evolução das gírias e TICs
Foi-se o tempo que para saber o que acontecia no Brasil e no mundo, para estar informado, era necessário estar ligado em um rádio ou em uma televisão. Uma época que não existia bullying, palavra de origem inglesa que significa usar a superioridade física para intimidar. Alguns jovens tinham apelido de ‘tomada’, caso estivessem sempre atentos ao que acontecia ao redor, ou eram discriminados de um grupo por ser caracterizados de ‘desligados’. Começou com o invento de Marconi, houve uma época que o must o top, era ouvir música em frequência modulada, o simples e comum FM de hoje. Passamos pelos televisores ou aparelhos de televisão, preto & branco, pelas TVs coloridas que agora possuem telas de LCD e plasma. Telas planas que já foram tubos de imagem, uma enorme válvula. Já estivemos ligados em aparelhos de válvulas e de transistores, a época dos transistorizados, quando quem não tinha know-how não dominava técnicas, não sabia nada, nem dominaria o uso. Tal como o uso do nylon, material resultante de pesquisas entre Estados Unidos e Inglaterra, atribuindo-se ao nome do material uma homenagem a duas cidades Nova Iorque (ny) e Londres (lon).
Com a criação da EMBRATEL, permitiu-se a entrada no mercado das antenas parabólicas podendo ser plugadas ou conectadas á televisão doméstica e com imagens transmitidas via satélite, a chamada “via intelsat”, foi necessário estar antenados nas informações. O uso dos periféricos nas TVs, tal como aparelhos de vídeo em VHS e DVDs nos deixou plugados. Desde o instrumento rústico de Daguerre, que passou pelas câmeras e máquinas fotográficas, chegando hoje às câmeras digitais, nos levou a ficarmos focados em uma imagem, uma idéia ou em um ponto. Chegando a atitude de imposição maquiavélica diante dos outros. Foco! Foco! Foco! O bullying de pais e professores, perante filhos e alunos, aqueles que detêm uma hegemonia, com um reconhecimento e um consentimento da submissão pelo olhar de Gramsci ou uma dominação simbólica sem o reconhecimento, e sem a percepção sob o olhar de Bourdieu.
Entramos na era da informática e passamos a ficar conectados. Em muito pouco tempo se tornou necessário ficarmos linkados. Hoje as tecnologias nos oferecem uma enormidade de suportes de mídias um mix de informações. Os números 486, 586 e 686 parecem números de antigas linhas de ônibus quando se fala de VLT, veículo leve sobre trilhos.
É necessário conhecer as partes para entender o todo, mas é necessário conhecer o todo para entender as partes, dito de Pascal (in Gandelman, 2007). Blaise Pascal, o matemático, e não a linguagem de máquina. Ler nos conduz a uma abertura e a uma sensibilidade para identificar, refletir e compreender a si mesmo e ao mundo (Camelo Ponte, 2007). Uma atividade cultural que constrói e reconstrói a individualidade do ser humano (idem)
Novembro é o mês da cultura. Marcado pela data de nascimento de Ruy Barbosa (5/11), e o dia nacional da cultura. Dos tipos móveis de Gutenberg à internet adquirimos uma infinidade de suportes para divulgar a cultura, informação e conhecimento: TV, cinema, vídeo, discos e CD-ROMs que vão necessitar de técnica, talento e trabalho para organizar as idéias.
Passamos por diversas eras, de mudanças e comportamentos: ligados, antenados, conectados e linkados. Gerações de veteranos, boomers, X, Y, Z, da tecnologia, etc.. E a cada era, ou geração, não se individualiza conhecimentos e percepções, agrega-se as anteriores. Faz um dowload de arquivos anteriores e um up grade de todo o conteúdo. As fofocas das vizinhas continuam. A Rádio Peão também não saiu do ar. Com a evolução das tecnologias, evoluem as informações junto com as comunicações, as maneiras de se comunicar, e as empresas não tem acompanhado esta evolução, fato retratado muito bem por Gabriela Fonseca, sobre as crises de gestão nas redes sociais (Informática em revista, N° 75, outubro/2012), destoando e saindo do foco das Brasileirices de Jaécio Carlos (idem).
Roberto Cardoso (Maracajá)
Reiki Master & Karuna Reiki Master | Produtor Cultural e Ativista Cultural
Cientista Social