Como Entender o Livro: Vigiar e Punir Michael Foucault.

Para Foucault o ser humano não nasce pronto, portanto, não se define como essência natural. Influenciado por Locke, o fundamento da tábua rasa, o homem se define por diversos mecanismos históricos culturais.

Entretanto, Foucault entende o homem sendo seu corpo, sendo o mesmo a definição do homem como pessoa.

O corpo é tudo que é falado a respeito do Homo Sapiens. Sem o referido não seria possível à existência da sociedade política produtiva.

Portanto, é fundamental, entender o corpo como forma de disciplina ideológica, a serviço de sustentação das instituições produtivas.

As pessoas são moldadas em sintonias com as imposições expostas a realidade da matéria, o que denomina de corpo, como fonte do poder e domínio político ideológico.

O Estado político institucionaliza estruturalmente com a finalidade de vigiar o corpo e punir, quando o mesmo não está serviço dos interesses institucionais.

Foucault entende que o liberalismo econômico necessita da permanência vigilância a respeito do corpo, com objetivo da punição, quando o mesmo não atende a perspectiva da concentração da renda.

Significando, portanto, que toda pessoa no mundo do trabalho, vive sobre a permanente observação. O mundo produtivo sustenta-se na observação e punição.

O grande objetivo levar a pessoa ajustar as regras do domínio.

Observar para punir o corpo, o que denomina na ação normalizadora, objetivando a liberdade econômica, regras da iniciativa privada. É fundamental a funcionalidade das relações sociais.

Ideologicamente normalizar os fundamentos das relações sociais, com a finalidade de evitar as crises institucionais.

Com efeito, como correção do erro é uma ideologia do direito liberal iluminista, tendo apenas finalidade como defesa da propriedade privada, como meio produtivo.

A verdadeira razão da vigilância e punir as pessoas quando não cumprem com seus deveres propostos pelo poder público, ocorrendo em todas as instituições sociais.

Nessa perspectiva que a escola é entendida como um instrumento de transmissão de ideologia, essencialmente punitiva tal qual o judiciário.

Sendo que a citada possibilita o instrumento punitivo naturalmente, pelo caminho da punição.

A escola leva ao aluno o desenvolvimento comportamental punitivo por natureza, por meio da autovigilância.

Objetivando colocar dentro da memória do aluno os valores morais institucionais. Quando tais valores são negados o aluno é punido naturalmente.

Como funciona o mecanismo cognitivo pedagógico ideológico na escola. A referida tem como função retransmitir valores institucionais ideológicos em benefício da produtiva liberal.

A punição do aluno realiza-se pelo mecanismo cognitivo processual por meio da transmissão de conteúdos ideológicos.

Se o aluno não estudar o suficiente assimilando os conteúdos propostos é reprovado, sendo a que mesma lhe provoca danos sociais perdendo espaço no mundo do trabalho.

Com efeito, a punição é aplicada ao corpo.

O mundo contemporâneo define-se essencialmente por deveres e não por direitos, isso pelo fato que o Estado político é um instrumento de dominação do liberalismo econômico, ou seja, da burguesia.

No caso específico referente a educação, a ação pedagógica desenvolve o mecanismo da autopunição, visando colocar na cabeça do aluno os valores da iniciativa privada.

A reprovação é uma punição, aluno terá que realizar sua vigilância, policiar a si mesmo, para não ser punido.

O mecanismo da autopunição leva o individuo ser aquele que protege inconscientemente a instituição política.

Portanto, ao evitar a ser punido defende as regras de domínio. Age desse modo, não possibilitando o desenvolvendo da consciência crítica. Entretanto, condicionando aos interesses alheios.

Na prática a escola cumpre o papel com eficiência a análise proposta por Foucault no seu livro vigiar e punir.

As instituições estão mecanizadas a cumprirem seus papeis punitivos fundamentados na discriminação, portanto, a escola antes de ser uma instituição de punição, na sua função institucional de vigiar e punir, também comporta como instituição de afirmação com procedimentos discriminatórios.

Os exames escolares ao longo do processo de avaliação, produz uma vasta documentação que serve ao aluno contrariamente, aquele que não aplicou a si, as punições aos prazeres do corpo.

As grandes discriminações referentes ao mercado de trabalho, tendo a instituição informações suficientes para contratar ou não uma pessoa para efetivação do seu trabalho nos campos diversos.

Com efeito, a pedagogia cumpre o papel duplo de ensinar conteúdos e ao mesmo tempo, desenvolvendo o mecanismo para próprio aluno autovigiar com a finalidade do mesmo não ser punido, não apenas na prática de reprovação, mas também em relação ao seu futuro referente ao mundo do trabalho.

É nesse sentido que a escola é uma instituição objetivamente opressora e repressora, do mesmo modo conservadora, pois sua ação pedagógica não possibilita mudanças nas relações sociais.

Antes de ensinar conteúdos no seu sentido clássico científico, leva ao aluno agir como seu próprio agente repressivo autovigiando e autopunindo cotidianamente transferindo mecanicamente para um processo cognitivo mais complexo.

Desenvolvendo naturalmente práticas de comportamentos punitivos socialmente, quando os alunos ocuparem comando de função do poder, seja qual for o nível de institucionalidade.

Desse modo, que sobrevive a sociedade de domínio. A escola um instrumento de dominação política.

Como propõe Foucault em seu estudo analítico, no seu trabalho, a prática do vigiar e punir, a grande questão em referência ao funcionamento no mundo contemporâneo, está ligado a uma sociedade de classes a serviço da exploração capitalista.

A vigilância é antes de tudo a defesa de uma prática conservadora do liberalismo, sendo que a assimilação de tal ação favorece exatamente os donos das instituições políticas.

As instituições não são entidades metafísicas, divinas, são institucionalizações do poder de domínio.

Com efeito, a ação de vigiar e punir proposto por Foucault serve as ações de discriminações mais globais não permitidas pelo verdadeiro Estado de Direito.

Sendo desse modo a pedagogia reforça institucionalmente práticas condenadas pelo ideal de Estado Moderno, o real Estado de Direito, e afirma as relações do liberalismo burguês, defendendo direitos de uma burguesia parasita, do ponto de vista da justiça social.

A vigilância no seu aspecto de punição, leva ao comportamento psicossocial as ações inteiramente favoráveis à discriminação social, conforme o trabalhador vai assumindo sem saber concepções e ideias da ação do corpo no mundo real, através da punição do mesmo e da ideologização das práticas.

A mecanicidade dessa ação é tão forte ideologicamente, na relação espaço tempo, e o mundo do trabalho, aplicação à lógica profissional.

O trabalhador com tal ideologia como ação da prática pedagógica no mecanismo ensino aprendizagem, agora transferida para o mundo real, pensam suas ações como lógicas na perspectiva da própria racionalidade transmitida pedagogicamente, como ações normais.

Fundamentadas ao desenvolvimento sem entender que é um aparelho ideológico do mercado de trabalho a favor do capitalismo liberal.

Nesse sentido que a pedagogia nova orientada na ação da prática vigiar e punir, não é apenas conservadora politicamente, mas discriminadora socialmente.

Retira do cidadão qualquer ação libertadora na ação da construção da liberdade cultural.

Em síntese uma pedagogia que necessariamente deverá ser superada por ser apenas um instrumento político de domínio de classe, leva aceitação pacífica do servilismo.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 08/06/2015
Reeditado em 08/06/2015
Código do texto: T5270034
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