Os Limites da Conceituação Científica em Rickert e Max Weber.

A relação de Max Weber com Rickert e Dilthey e a Teoria Positivista.

A relação de Max Weber com Rickert e Dilthey e a Teoria Positivista.

Weber é um sociólogo positivista, mas não com as caracterizações gerais do positivismo, em seu aspecto clássico, o que significa ser muito diferente em relação ao fundamento da história do positivismo.

A principal diferença é que Weber converge com o positivismo apenas em um único sentido, que consiste na ideia que a Ciência do social deve ser livre de juízos de valor, é exatamente nesse aspecto que nasce a crítica veemente de Dilthey.

Não apenas a respeito de Weber como do próprio positivismo, pela ingenuidade de não conseguir entender que sujeito da análise aos fatos sociais e aos fatos em si, ambos como produtos da mesma mediação cultural, portanto, a impossibilidade do desenvolvimento de juízes de valores livres.

Vamos ver como Weber chega a essa ideia, na construção da sua teoria do social um edifício epistemológico um tanto difícil em sua elaboração, mas com bastante lógica, mesmo não sendo coerente no meu entendimento crítico.

Com efeito, deve ser analisado com certa evidência epistemológica.

Antes de entrar no mérito dessa questão, weber foi influenciado por um pensador neokantiano de relevância.

Famoso filósofo Rickert mestre de Weber, que escreveu uma grande obra não aproveitada em nossos dias, sendo que não é muito conhecido na literatura, em prejuízo dela mesma.

O seu magnífico livro: Os limites da conceituação científico-natural, quando li Rickert percebi como são interessantes seus posicionamentos epistemológicos.

Pois foi o primeiro a desenvolver a exuberante ideia, que as ciências naturais e as ciências sociais têm métodos diferentes e lógicas não semelhantes, desenvolvendo uma ação crítica ao positivismo.

Rickert possibilitou uma observação interessante e fundamental a sua teoria, a realidade social por si só tem definição infinita, sendo, portanto, impossível o desenvolvimento de um conceito total, acabado de qualquer reflexão, seria de certo modo apenas uma ilusão, sendo dessa forma inviável o conhecimento absoluto da realidade.

Considerando que a realidade é um conjunto infinito, diz Rickert para realizar uma investigação científica é necessário relacionar qualquer fato a sua natureza ou aspecto finito, isso a respeito da natureza de qualquer objeto em estudo.

O que deve ser, portanto limitado. Para Rickert existem dois caminhos para resolver essa questão na sua epistemologia mais simples possível.

A utilização da etimologia que ele denomina em grego de nomotético, estudo das leis, nomos em grego leis, ou o uso de outro método entendido por ele de idiográfico, que significa o estudo dos fatos singulares, idio que significa particularidade.

Rickert então reflete, que o método nomotético é utilizado pelas Ciências naturais, tendo como fundamento epistemológico estudo das leis que são aplicados ao universo dos fenômenos estudados.

Exemplo o estudo de uma determinada doença pode ser verificada por algumas partículas de sangue e poderá até mesmo entender as diversidades das doenças, por um mecanismo de análise do particular aplicado as leis, do mesmo modo o estudo da água, pela mesma quantidade em referência.

Já para o estudo das Ciências sociais, esse método não é possível, pois são produtos históricos e culturais diferentes, não existe identidade nos objetos em estudo, cada fato social é único, produto de um tempo histórico e de uma determinada cultura, modo de concepção do mundo.

Com efeito, existe a necessidade da aplicação de outro método que considera o desenvolvimento da análise em singular de cada fato, levando em considerações diversas ponderações, o que é entendimento por método idiográfico, o estudo em particular dos fatos em observação.

A grande questão para Rickert o método da escolha dos fatos, quais fatos devem ser analisados, na infinidade de fatos analisáveis em seus aspectos singulares.

Essa questão coloca um problema novo, a ordem da importância das escolhas, Rickert responde de forma não muito consistente, dizendo que os valores culturais de maior relevância servem a essa escolha, em consonância com critérios universais.

Qual a importância de Rickert para literatura em relação a Weber e sua critica ao positivismo, é que a sua obra influenciou profundamente ao seu aluno Weber, na medida em que desenvolveu uma crítica ao método positivista dissociando radicalmente as Ciências da natureza das Ciências sociais, com métodos e analises diferenciada.

Explicitou Rickert de forma coerente, o método de ambas teria que ser diferente, para que o entendimento seja científico.

Determinou mais tarde Rickert que nas ciências históricas e sociais, o que ele chamou etimologicamente de Ciências do espírito, o que influenciou mais tarde William Dilthey, na mesma formulação, porém melhor elaborada.

Para Rickert não existe Ciência social, cultural ou histórica sem valores prévios, como referência para o estudo, isso configura até certo ponto uma ruptura com o positivismo.

O que levou em concordância a esse aspecto influência a Weber, na sua ruptura parcial com o positivismo e posteriormente em relação à Dilthey na sua ruptura absoluta.

Compreendido essa relação, descrita nesse artigo escrito por mim, logo em seguida em outro artigo escreverei a postura de Weber em relação ao positivismo e sua herança Rickertiniana.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 20/05/2015
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