A Bolsa e a vida. Jacques Le Goff.

A questão fundamental.

A definição da etimologia usura.

Termo técnico não utilizado modernamente.

Devido à evolução da Filosofia Iluminista.

Por outro lado, a revolução do liberalismo econômico.

Usara é uma aplicação técnica, cujo significado primordial,

emprestar dinheiro com juros.

O resultado do acréscimo era proveniente do tempo esperado.

O fundamento dos juros.

Dinheiro proveniente do acúmulo de capital, fruto da Revolução Comercial.

Qual é a natureza exegética da condenação da usura?

A ideologia que o tempo pertencia tão somente a Deus.

Motivo pelo qual apropriação do tempo como forma de ganhar dinheiro era pecado.

Pelo fato de ser uma apropriação divina.

Razão de o cristianismo condenar tal prática, como algo criminoso.

Para o católico o usurário sempre fora a pior espécie de criminoso.

Crime inafiançável diante de Deus.

Pois não apenas usava de Deus, como roubava do mesmo, um atributo expeditamente dele.

Os ladrões comuns roubam bens matérias, mas não roubam algo especificamente divino.

A exegese é simples e direta.

Usurário empresta dinheiro

O lucro é resultado do tempo especifico.

Se Deus é o único dono do tempo,

então na verdade o usurário rouba de Deus.

Tal ideologia começou incomodar os capitalistas.

Motivo pelo qual posteriormente, a Revolução Protestante, não foi uma reforma meramente religiosa,

estrato substancial de fundo do protestantismo, sua natureza teológica fora política. A defesa do Estado moderno e a ascensão da burguesia.

Entretanto, antes da reforma propriamente, a solução encontrada pelo Vaticano, desagradava profundamente os liberais.

O usurário era definitivamente condenado ao inferno. Como algo satânico. Salvo em uma única exceção.

Se o usurário devolve o dinheiro obtido com juros antes da morte.

Seria salvo, no entanto passaria necessariamente pelo purgatório.

Onde encontraria certo sofrimento.

Mas a alma sendo purgada elevaria o espírito, posteriormente, ao céu.

Causando desespero religioso aos liberais.

Era necessariamente fundamental modificar tal acepção, inventada no século XIII. O que foi realizada mais tarde, pelo protestantismo.

Criando outra ideologia, a salvação garantida pela riqueza.

Pois a mesma era o sinal de benção de Deus.

A pobreza simplesmente a maldição divina.

Com efeito, o purgatório passou a ser negado pela reforma.

Era o último estágio dado a um cristão.

Como restrição a uma vida pecaminosa.

Como critério de salvação da alma.

O magnífico livro de Jacques Le Goff.

Descreve um tempo histórico específico.

Por meio de metáforas e paródias.

O medo que o usurário tinha de ficar rico e ir para o inferno.

Ainda com o uso da velha hermenêutica. O que adianta ganhar tudo na vida se vier perder o que realmente interessa alma.

O direito ao descanso eterno.

O que é importante ressaltar com veemência, os usurários foram importantes para mecanismo de concentração da renda.

Posteriormente, com a revolução comercial, possibilitaram o nascimento e formação do capitalismo.

Com efeito, a usura como forma de pecado, era exatamente uma mentalidade conservadora.

Tinha como objetivo não deixar a política superar o feudalismo.

A importância de Le Goff,

sua análise crítica em relação aos dois modelos de sociedade:

O Antigo e o moderno em gestação.

Mostra posteriormente como o cristianismo católico, após naturalmente a Revolução Protestante.

Teve que adaptar a nova mentalidade.

Superando as ideologias ligadas às velhas doutrinas.

Transformando o ato de fé em atitudes liberais. Copiando para o interior de suas exegeses. As mentalidades protestantes.

O que significa que fé sempre fora adaptações de ideologias políticas.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 18/05/2015
Reeditado em 18/05/2015
Código do texto: T5245784
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