A minha ajuda a um seminarista (sobre Nietzsche)

Às 18 horas do dia 9 de abril de 2015, eu estava on-line. De repente, eu vejo o sinal vermelho: era uma solicitação de amizade. Olhei a página da pessoa, demorei alguns minutos antes de confirmar. Quando fui realizar a confirmação da amizade, a pessoa havia desfeito a solicitação. Eu, por considerar estranho tudo aquilo, às 18 horas e 9 minutos, enviei esta mensagem para a pessoa por meio do bate-papo: ?!. Exatamente isso. Nada mais do que isso. Somente os dois pontos: interrogação e exclamação. A resposta veio imediatamente. Exatamente assim:

“perdão

foi um erro aqui

estava olhando seus artigos

gostei muito!”

Eu fingi que acreditei e lhe disse: Seja bem-vindo! Ele respondeu: “Ok!” Depois de enviar um abraço para alguém por meio dele, o rapaz disse:

“Certo

depois vou querer alguns concelhos em filosofia

se não for pedir muito.”

A minha resposta foi esta: Se estiver dentro das minhas limitadas possibilidades, eu ajudarei. Ele enviou esta mensagem:

“srsrsr, obrigado!

depois eu falo a respeito do que é, mas adianto só uma parte. Eu estou pensando eu fazer minha monografia em Nietzsche; mas depois nós nos falaremos.” Eu disse ok, ele agradeceu e me mandou um “forte abraço”.

Ele é um seminarista. Está morando em São Luís. Pertence à Diocese de Balsas. Faz o curso de Filosofia. Ontem, eu vi que esse seminarista me bloqueou. Talvez eu não seja uma boa influência para ele, ou esse jovem não esteja mais querendo a minha ajuda, ou talvez não queira que eu veja a grande colaboração cultural que ele realiza através do Facebook. Eu lamento, pois eu ficarei sem ver seus belos textos. A minha formação será prejudicada. Mas isso é normal. Eu, também, desfaço algumas amizades e bloqueio algumas pessoas. Já desfiz muitas amizades no Facebook. A vida é escolha. Podemos e devemos escolher os nossos amigos.

Eu verifiquei que ele gosta mesmo de Nietzsche. Eu vi isso na sua página. Para quem não sabe, eu digo: a minha monografia foi feita com este título: “A Missão de Sócrates Versus Máscaras Sociais: descortinando a sociedade”. O jovem seminarista quer fazer seu trabalho monográfico sobre o alemão Nietzsche, que se fez um grande inimigo de Sócrates. Criticou toda a filosofia que começou com este filósofo grego. Nota: Segundo alguns estudiosos, Sócrates foi cristão mesmo antes do cristianismo. Muitos chegam a compará-lo com Jesus.

Na verdade, eu não sei como ajudar. Eu não sei que aspecto do alemão esse seminarista quer abordar no seu trabalho monográfico. Ele não me disse. É sabido que Nietzsche critica muito a religião cristã e os padres. Critica a moral criada por Sócrates. Para ele, o apóstolo Paulo estragou o cristianismo. Segundo a filosofia nietzschiana, só existiu um cristão, e esse verdadeiro cristão morreu na cruz. Esse pensador faz uma crítica severa à tradição filosófica. Mas eu posso dizer a esse jovem seminarista (G.G.: Gilmar Guimarães): leia as obras de Nietzsche, principalmente estes livros desse filósofo alemão: “Assim Falou Zaratustra”, “A Gaia Ciência”, “Para Além do Bem e do Mal” e “O Anticristo”. Leia Giovanni Reale e outros livros de História da Filosofia. Busque várias fontes.

O jovem está querendo ser padre. Eu não sei se ele realmente conhece o filósofo que ele tanto admira. Por isso, eu lhe deixo estas palavras, mesmo que eu não concorde com elas, pois eu tenho amigos que são padres; penso ter, além de um grande amor pelo cristianismo.

Eis algo do que Nietzsche diz no seu livro “O Anticristo”: “Todas as ideias da igreja estão reconhecidas pelo que realmente são, como as piores falsificações existentes, inventadas para desprezar a natureza e os valores naturais; o sacerdote está reconhecido pelo que efetivamente é, a espécie mais daninha de parasita, a verdadeira aranha venenosa da criação... Termino aqui e pronuncio a minha sentença: eu condeno o cristianismo, lanço contra a Igreja cristã a mais terrível acusação que jamais acusador algum pronunciou: para mim ela é a maior corrupção imaginável... Hei de gravar em todas as paredes esta acusação eterna contra o cristianismo, em toda a parte onde houver paredes – tenho letras que até os próprios cegos podem ler... Chamo ao cristianismo a grande calamidade, a grande corrupção interior, o grande instinto de vingança, para o qual não há meios suficientemente venenosos, bastante subterrâneos, satisfatoriamente baixos – chamo-lhe a imortal desonra da humanidade”.

É isso mesmo que você quer? É Nietzsche? Na página desse jovem no Facebook, podemos ver que ele não estava sendo irônico comigo. Ele faz muitas citações desse filósofo. Eu só me pergunto se ele conhece mesmo esse pensador.

Observação: Eu não posso dar "concelho", nem conselho. Mas a palavra "concelho" existe, com significados diferentes de "conselho".

Domingos Ivan Barbosa
Enviado por Domingos Ivan Barbosa em 18/05/2015
Código do texto: T5245648
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