O Pensamento de Aristóteles.
A grande questão a ser resolvida em Aristóteles,
tratava-se especificamente da contradição entre
Parmênides e Heráclito.
O caráter estático em Parmênides e a transitoriedade
das coisas. Tudo que existe está em um constante movimento, o ser é a mudança, o que Heráclito entende por devir.
Tudo muda constantemente, substancializado nesse fundamento que Hegel desenvolveu sua dialética tríade, tese, síntese e antítese. Para Parmênides, o ser é o que é, não pode ser diferente, pois o ser não pode ser o não ser.
Aristóteles propõe resolver essa questão clássica da Filosofia antiga helênica.
Como solução técnica formulou duas acepções distintas, o que veriam ser conhecidas como ato e potência.
O que é para Aristóteles, o ato, a manifestação completa, daquilo que sâo as determinações de uma coisa ou ser. Portanto, melhor explicitado, o que é o ser em si. Desse modo salvam as proposições de Parmênides. Com efeito, o ser é o que já existe.
Qual a significação da acepção potência, a possibilidade do ser poder realizar sua transitoriedade, a efetivação do devir, aquilo que o ser não é, ou seja, a efetivação do movimento em Heráclito.
Portanto, para Aristóteles, a questão do movimento da transitoriedade das coisas, a permanente mudança realiza pela lógica da transformação, como método dialético.
Em síntese, significa a passagem da potência ao ato.
Aristóteles classifica ainda um terceiro aspecto, denominado de acidente, o que é entendido etimologicamente como algo que não acontece sempre.
O acidente é fruto de um mecanismo casual, que depende de outros fatores, para sua efetivação. A partir da distinção lógica entre esses três aspectos, Aristóteles cria o conceito de substância, que define do seguinte modo.
Substância, o que é da essência do ser, o que define seu fundamento, a lógica estrutural de um objeto, desse modo, o novo conceito técnico criado por Aristóteles, vai em direção as ideias de Parmênides.
No entanto, a ideia de acidente, associa-se aos princípios do movimento, formulado por Heráclito. Porém, não está diretamente substancializado a ideia de potência. Com efeito, o acidente é aquilo que é atribuído, circunstancialmente, não essencial a nenhum dos conceitos.
A substância é essencial ao ser, personifica na ideia do sujeito, o que é mais íntimo a sua natureza, em referência ao aspecto em si mesmo, o que significa a defesa do conceito definido como necessário. Parmênides.
Os acidentes pertencem à lógica do movimento, mas não absolutamente necessários, pois não são fundamentais para definir a essência de cada ser, sujeito ou objeto, o que é da natureza de cada coisa.
Entretanto, faz a diferença na determinação dos seres ou sujeitos, aplica-se a lógica da transitoriedade. Com efeito, a ideia da sua movimentação está próxima a dialética de Heráclito.
Edjar Dias de Vasconcelos.