O Brasil precisa se expandir para o exterior

Ninguém pode duvidar que os recursos humanos disponíveis no Brasil melhoraram substancialmente nos últimos anos, tanto pela educação que conseguimos no país como pelas educações continuadas, como foi colocado por um dos Suplementos Especiais do jornal Valor Econômico.

Infelizmente, parte do pessoal que recebeu complementações de educação no exterior, que hoje parece ser muito importante na economia globalizada, acaba se transferindo para empresas estrangeiras e multinacionais. Com as dificuldades encontradas no Brasil, como a baixa prioridade concedida para empresas para a expansão das suas atividades externas, o natural parece que muitas delas deveriam procurar a expansão de suas atividades no exterior, como algumas empresas fizeram. Com isto, conseguiriam menores cargas tributárias, juros mais baixos, evitariam as naturais flutuações que ocorrem no câmbio brasileiro, superariam os alegados elevados custos que denominaram Brasil, como as deficiências da infraestrutura, as muitas regulamentações e burocracias e tudo que afeta os seus resultados.

Apesar de contar com treinados profissionais para auxiliarem nestas tarefas, o fato concreto é que as empresas brasileiras ainda parecem tímidas nas suas atividades no exterior, com filiais, subsidiárias. Estudos efetuados no exterior, como no Japão, indicam que estas atividades acabam resultando no incremento das relações com o exterior, mesmo que o câmbio e outros fatores não ajudem, pois muitos acabam sendo compensados, constituindo-se em hedge automáticos. Mas, além da insuficiência do conhecimento do amplo interior brasileiro, parece que perderam o espírito de mascate, que com produtos brasileiros na bagagem, iam procurar oportunidades onde elas estivessem. Parece difícil proporcionar pelo ensino este espírito animal dos empresários que saem à caça dos resultados, onde elas fossem possíveis.

O Brasil foi sempre um país voltado para o exterior. Mas nas últimas décadas parece que muitos jovens perderam o espírito para enfrentar os obstáculos e desafios, acomodando-se em atividades que herdaram das gerações anteriores.

O mundo mudou, e hoje quem não se dispõe a enfrentar os muitos obstáculos que se apresentam acabarão estagnados. Sempre existem exceções, e o segmento inovador acaba sendo o das pequenas e médias empresas. Muitos recursos humanos acabam sendo atraídos pelas entidades estatais e do setor público que lhes garantem uma vida confortável, pois existem sensíveis diferenças proporcionadas pelo Judiciário, Legislativo e até Executivo, com o que se oferece no setor privado.

Mas o que estamos falando são a escola e cultura que permitem a explosão de número de milionários. Muitos não entenderam que os chineses possuem desde a época da Rota da Seda este espírito na procura de oportunidades, como também aconteceu com árabes e judeus, sempre à procura do que lhes poderiam proporcionar vantagens e resultados. Parece que nos acomodamos com o pouco que conquistamos, e a natureza tropical nos ajuda a dar maior prioridade aos prazeres possíveis, mesmo sem ser partidário do determinismo geográfico.

O que deve continuar nos marcando e diferenciando do resto do mundo parece ser a disposição de trabalhar muito e saber gozar a vida. Não vivemos em arquipélagos ou áreas limitadas que precisam agredir o exterior para sobreviver, como em países asiáticos, ou onde existem rigores climáticos como na Escandinávia. Muitos estrangeiros admiram os brasileiros que trabalham muito, mas sabem viver.

Temos que disseminar a consciência que estamos muito acomodados, precisamos promover as reformas no nosso país e conquistar o exterior, para poder continuar a melhorar as condições de vida no Brasil. Temos uma natureza grandiosa, com uma biodiversidade que ainda se encontra pouco explorada, podemos sonhar em nos consolidarmos como um dos grandes fornecedores do mundo que vai continuar em expansão. Com muitos se tornando empresários milionários e até bilionários.

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fonte do artigo: http://www.asiacomentada.com.br/2013/06/carencia-do-espirito-animal-dos-empresarios-brasileiros/

Autor: Paulo Yokota

data de publicação: 16 de junho de 2013

Boris Becker
Enviado por Boris Becker em 08/04/2015
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