Um Pouco Sobre Kant.

Um Pouco Sobre Kant.

O Iluminismo teve seu papel primordial no processo de desintegração entre "Deus" e o homem a partir do Experimentalismo. De fato, tínhamos esse processo muito antes do Iluminismo, ou seja, desde o Renascimento Cultural europeu no começo do século XVI.

Na Idade Antiga e, depois, na Idade Média, tínhamos um pensamento metafísico muito forte no que diz respeito ao próprio modo metafísico de pensar. Para os filósofos dessa época, “as coisas” possuíam uma existência autônoma, independentemente da consciência humana. Essas “coisas” eram essências criadas por "Deus" ou existindo eternamente. Assim, havia uma ideia de árvore Perfeita e as árvores imperfeitas, que fazem parte do plano de nossos sentidos, são cópias da existência; o pensamento metafísico tinha como objetivo entender os objetos existenciais para poder atingir suas essências.

Na Idade Moderna, há uma ruptura: os estudiosos acreditavam que todo o conhecimento só poderia vir a partir da razão natural, abandonando a metafísica e substituindo-a pela Ciência – o que podemos chamar de niilismo. Com o avanço da Ciência, os fenômenos que eram desconhecidos passaram a ser descobertos de forma racional, e não mais como meros objetos de contos e mitos trazidos para a realidade.

O Iluminismo foi o processo pelo qual houve a perda da dicotomia entre "Deus" e o homem, pois antes o que era fruto de soluções por meio de revelações milagrosas foi substituído pelo Experimentalismo. Então, a Filosofia Moderna vai se interessar, principalmente, com a capacidade que o homem tem de usar o seu raciocínio para conhecer a realidade e estabelecer os seus limites.

“O que pode ser percebido a partir das impressões sensíveis?”, foi a pergunta chave dos estudioso modernos. Kant explica que o conteúdo do conhecimento vem das impressões sensíveis. Assim, para conhecer, o homem precisa não apenas das experiências sensíveis, mas também de uma lógica que organize esse conhecimento empírico. Como isso ocorreu? Pela Teoria do Conhecimento, desenvolvido por Kant, o sujeito precisa de fatores que organizem, a priori, o seu elemento sensível de pensar. Com isso, o sujeito percebe a sensibilidade a partir dos fenômenos ou do que se apresenta.

Na filosofia kantiana, o sujeito é transcendental, ou seja, o mundo em Kant é universal e não um mundo por si mesmo. O que quer dizer isso? Consideraremos, portanto, conhecimento “a priori”, todo aquele que seja adquirido independentemente de qualquer experiência. A ele se opõem os opostos aos empíricos, isto é, àqueles que só o são “a posteriori”, quer dizer, por meio da experiência. “A priori”, são todos aqueles que são absolutamente independentes da experiência; eles são opostos aos empíricos, isto é, àqueles que só são possíveis mediante a experiência". Desta forma o conhecimento "a priori" faz parte da razão pura, universal e necessário, como por exemplo: "O triângulo possui três lados." Esta frase nos faz entender que em qualquer lugar do universo, e em qualquer circunstâncias, o triângulo possui três lados.

Sobre a moral, Kant é bastante metódico ao dizer que a moral está acima do homem. Como assim? Para Kant, tomando a moral como minha vontade é que terei a liberdade; a partir do momento em que o homem toma uma moral que não é dele, sem ser a Universal, ele acaba não tendo a liberdade social que deseja.

Diferentemente de Kant, Nietzsche diz que o homem está acima de moral, construindo seus valores em bases metafísica, ou seja, ele criou um mundo de valores perfeitos que enfraquece a sociedade que não é moral, exceto para os fracos.

Para os gregos antigos, ética estava relacionada ao prazer e à felicidade para poder acompanhar o ethos. Na modernidade, e para Kant, a nossa ética é a do dever. Qual é a interpretação da ética do dever? Por exemplo: quando entramos em um estabelecimento fechado, lemos e obedecemos os avisos do tipo “é proibido Fumar”. Hoje, com mais maturidade, já temos uma autonomia ética de não fumar em locais fechados, assim como não pegar o que não nos pertence. É uma lei universal? Sim.

Sobre o Imperativo Categórico e o Imperativo Hipotético: no Imperativo Hipotético, Kant afirma que o sujeito deve ter um determinado fim, como por exemplo: se quer passar de ano, estude. No Imperativo Categórico, diz respeito a uma lei universal, como por exemplo: Você deve ser honesto; Você deve respeitar outrem; Você deve honrar seus pais. Por isso que, em Kant, a moral cristã e os valores baseados na metafísica são primordiais.

Kant vê a desordem social como uma consequência da falta de compreensão com as leis morais que as libertam. O homem não compreende que apenas seguindo uma moral universal é que ele terá a liberdade, a paz e todas as ferramentas para ser feliz.

Archidy de Noronha
Enviado por Archidy de Noronha em 23/03/2015
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