Romantismo no Brasil.

Romantismo no Brasil.

O Romantismo no Brasil foi resultado da Revolução Francesa, produto da ascensão da burguesia e do liberalismo econômico.

O que se pode observar é o referido ideário do desenvolvimento econômico, modelo político de Estado, a mudança de classes sociais dominantes, a burguesia assumindo o lugar da aristocracia.

Com efeito, no Brasil, o Romantismo precisa ser analisado na perspectiva do entendimento ao processo de independência política, a definição do conceito de nacionalidade.

Foi no contexto de definição do nacionalismo, que se iniciou o movimento literário, valorizando o país como nação.

A liberdade, o novo espírito coincidente com o conceito de país livre, rompe com o domínio colonial.

Nesse contexto histórico e político onde a literatura teve de valorizar o que de genuinamente era nosso, busca o passado de nossas tradições, encontra exatamente nas lendas, a consideração dos aspectos no âmbito do folclore brasileiro.

A literatura romântica para ser denominada no período histórico determinado tinha de ter espírito de exaltação nacional, valorizar aspectos da emocionalidade, a imaginação e defesa da liberdade.

Como a cultura oficial brasileira estava diretamente ligada à nobreza portuguesa, o único elemento verdadeiramente nacional seria a valorização do povo indígena.

Tem como arte da reflexão o trabalho desenvolvido por alguns autores, entre eles José de Alencar, em sua magnífica obra Iracema.

O autor procura adaptar a questão indígena, ofertando uma perspectiva nacionalista, a figura do nativo, criando desse modo os heróis e heroínas nacionais, tentando por meio do caráter indígena oferecer ao mesmo a identidade brasileira.

Para se estudar o movimento Romântico brasileiro é necessário enfatizar as ideologias do colonizador ao que refere à cultura oficial e, do mesmo modo, a política de dominação.

Não é diferente no campo literário, reflete um de nossos pesquisadores, entre eles, Silvo Romero em seu trabalho de pesquisa, História da Literatura Brasileira.

Na questão literária no Brasil, há dois aspectos fundamentais. O primeiro influenciado pelo movimento literário europeu. O segundo pela ideologia do nacionalismo, o que deve ser entendido como genuinamente brasileiro devendo ser aplicado em nosso nacionalismo.

Partindo desse pressuposto, a literatura brasileira sofre adaptações do ideário europeu, particularmente da Revolução Francesa. Não podemos perder a ótica onde o discurso literário teve como objetivo construir a imagem do país como nação.

Entretanto, politicamente, a identidade nacional surge não só com a ascensão da burguesia, mas sim, também, por outro lado, com a consolidação dos Estados Nação, como modelo do contexto europeu do século XVII.

Mas a identidade política brasileira não poderia ser exatamente como fora a construção do discurso europeu, principalmente França e Inglaterra. Motivo dos diferentes pressupostos.

No principal aspecto, a referência interna, tudo o que era de natureza genuinamente brasileira, sobrou a nossa literatura como caracterização a objetivação indígena, o que já havia com a chegada dos portugueses.

O colonizador representa o europeu que trouxera o progresso para colônia. Importante refletir que o negro, como verdadeira fonte de riqueza nacional, devido à produção rural, foi desconsiderado como figura central na reconstrução da imagem, isso devido não ser nativo.

É necessário considerar a razão da valorização do Romantismo brasileiro. Havia um desejo consciente, por parte de todos os escritores do movimento literário, em referência à defesa do passado, motivo pelo qual a literatura desenvolvida naquela época auxiliou na defesa da afirmação da nacionalidade do jovem país livre, Portugal.

O Romantismo no Brasil, como propósito, é a elaboração de um projeto de construção nacional. A preocupação da literatura era desenvolver a ideia de um novo país com expressão legítima dos sentimentos nacionais.

Nessa direção, grande passo foi dado ao transformar o índio em herói literário, numa tentativa de ter um típico representante do que seria o homem brasileiro.

Assim podemos dizer que José de Alencar consolidou em Iracema a imagem do índio como objeto estético e símbolo do nacional.

Sendo desse modo, muitos críticos do Romantismo brasileiro defendem a análise da solução na criação da identidade nacional pelo romance Iracema, a sentimentalidade desenvolvida entre uma índia e um homem branco europeu.

A questão da união conjugal objetivaria mascarar os conflitos internos entre a burguesia nascente e os indígenas em geral. Por outro lado, a consideração do fator da miscigenação como identidade nacional.

As disputas de terra, a expansão da produção da agricultura e da criação do gado, o que não era passivo entre o nativo e o homem branco de origem europeia. O novo brasileiro constituído já no período do movimento literário, o Romantismo brasileiro.

Edjar Dias de Vasconcelos...

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 13/03/2015
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