BOM DIA, HIPOCRISIA!

A cada instante o que mais aparece entre os humanos, de um modo geral, é a tal hipocrisia; que se prolifera, à medida em que o praticante passa a gostar das ações, e fazer o que considerar correto.

Há vários modelos de hipocrisia, e tanto um quanto outro, não procura lugar para se estabelecer, nem hora para atacar. Os seres agem como se não houvesse o outro dia, e nem se preocupam com os desdobramentos.

A hipocrisia do macho está relacionada a todos os seres humanos do sexo masculino, que se sentem mais que os outros, até na raiz da espécie, como por exemplo: muitos homens não gostam da amizade daqueles que não bebem da mesma bebida, que não mentem falando que pegam várias mulheres (no fundo, pegam pessimamente, resfriados).

Para eles, o macho de verdade é aquele que não deixa passar uma, “caiu na rede é peixe”, para contabilizar no final do mês, quantas eles conseguiram fazer de otárias. Se algum parceiro rejeita uma delas, é taxado de boiola, porque na cabeça machista, tem que pegar todas que pintam na área; se o colega não quer, é porque está passando para o outro lado, e dizem: ”olho nele”!

A hipocrisia do macho inclui também beber cachaça até cair, porque os que tomam guaraná é florzinha, os que degustam coca light ou zero são frescos, os que curtem animaizinhos não são bem-vindos, a não ser que opte por um bulldog, ou por um pitbull ou por um pastor alemão etc. Todos devem ser machos, respeitar a espécie, dar exemplo, ingerir álcool à vontade, promover churrascos só para quem é truta, manter a barriga (academia é uma coisa insana), e fugir de quem parece que é.

Todos esquecem que o verdadeiro macho, além de ter a necessária “minhoca”, tem cabeça, e não embarca em qualquer canoa.

Seja homem, ande com quem você quiser, trabalhe, se sustente, respeite, saia com a mulher que você quiser (ele ela corresponder), e não apenas para manter aparência, colecionar, como a maioria faz. O importante é a qualidade, e não a quantidade.

E existem apostas entre muitos, para ver quem consegue sair com a tal fulana, comemoração e brinde.

A hipocrisia da mulher, ou melhor, de algumas mulheres, está relacionada à do homem machista, porque muitas vão no embalo, mesmo sabendo que ali não é sua praia, mas querem dar uma satisfação às colegas, topam pagar micos, passar por vexames, pegar caronas, sair com vários homens, e ficar na roda que eles formam. Acabam servindo de iscas. A grande dissimulação é se vitimar após esses fatos. Às vezes conseguem “fisgar” um, longe de todos, mas as intenções nem sempre são as melhores. De repente, o joio e o tricô se encontram, né, quem sabe? O final pode ser feliz; mas cuidado, mulheres!

A hipocrisia educativa está em casa, na escola, e no trabalho. Em cada residência deveria imperar aquela famosa educação vinda do berço; na escola, o complemento da aprendizagem, e enriquecimento de outros conteúdos; e no trabalho, as atitudes, o saber esperar a vez para aproveitar as oportunidades.

O contrassenso ocorre quando os pais deixam para a escola educar, de um modo geral, esquecem que a base, ou o estepe, ou o alicerce deveria estar na consciência de cada um, e que a aprendizagem na Unidade Escolar é a continuação, com base nos pré-requisitos do aluno. No trabalho, muitos funcionários não costumam esperar (parecem nunca terem tomado o chá da humildade); querem retornos financeiros a curto prazo, e cansam muito facilmente de levantar cedo, quase todos os dias. Ficar longe da TV, do computador, e de repente do celular, é um carma para eles. E saber que nem todas empresas têm o trabalho 100% eletrônico, daí, o martírio!

Hipocrisia nas escolas: é comum, ou você pensa que uma escola é tão diferente da outra? Existem as fofocas, os colegas, os lugares reservados (só faltam colocar nomes dos ‘donos’), os que têm mais afinidades, os grupos, as panelas, os que fingem ser seus amigos, os que desejam o pior a você, a direção que não vê a hora de você deixar a escola, os sorrisos marotos, a grande torcida para que o outro jamais seja melhor que fulana de tal, os que torcem pelo insucesso dos outros nos concursos, os que sorriem forçosamente, os que saem para jantar , mas você não é convidada, porque é muito fresca, os “queridinhos” porque dão caronas, os que não participam dos grupos da escola no Facebook, porque se julgam superiores, os caroneiros que nunca colaboram ao menos com o dinheiro da passagem, os que ganham carona e reclamam da condição do carro, os que torcem para você chegar bem atrasado à escola, para ele (a) ministrar aulas no seu lugar; os diretores e coordenadores que discriminam professores pela etnia, pela condição física, pelo maneira de ser. E a equipe que bate palmas, quando o pivô de tudo, para ela, teve alguma decepção.

Na política, a hipocrisia impera: veja o caso da falta de água em São Paulo. O governador Geraldo Alckmin, com apoio da dita cuja, imprensa azul e amarela, sempre esconderam os fatos que cercam essa crise hídrica e as prováveis consequências. Atualmente, o mesmo governador, assumiu o fato. Um problema como esse, e que todos sabíamos, só ele e sua turma, não? Só a outra parte da imprensa (a menor) estava certa? Vale tudo para ganhar eleições; mas, e depois, e os próximos eventos? Será que os que passam sede e ficam dias sem tomar banho, votarão em quem os fizeram de cães?

Hipocrisia é também você agir consternado, com atitudes de alguns políticos e seus partidos, supondo que há corrupção apenas em um ou em dois. No fundo, você, o crítico de plantão, o moralista do momento, sabe que está errado, mas faz questão de manter o recalque, o topete, e a mente poluída, em nome, talvez da falta do que fazer.

Ainda na política temos aqueles ex-candidatos que prometem, e depois de eleitos, fingem desconhecer as pessoas e os fatos. Existem aqueles que trocam de partido, com facilidade, esquecem das ideias e dos ideais plantados onde esteve, e passam a agir contrário às mesmas afirmativas suas, quando estava “honrando”, ou deveria, a sigla partidária de onde veio.

Quer algo mais hipócrita considerar bandido algum político de um determinado partido, e dizer que o outro que praticou o mesmo ato, é inocente, que é intriga, só porque a sigla partidária é outra?

A hipocrisia médica: a mais atual refere-se à máfia das próteses, em que os elementos de branco recebem propinas, ou seja, dinheiro por fora, "gorjeta", para realizar seus trabalhos, e promovem superfaturamento. O contraste hipócrito é saber que essa classe de “profissionais” e sindicatos afins hostilizaram os médicos cubanos, os do programa “Mais Médicos”, promovidos pelo governo federal. Xingaram, atacaram, odiaram os trabalhadores, considerados, então, adversários; e contra os colegas que cobram por fora, para exercer a profissão, não recebem o mesmo tratamento: não são xingados, não houve protesto nas ruas etc. Por que essa atitude mesquinha, agora? Por que essa omissão? É corporativismo, falta de ética, o quê?

A hipocrisia religiosa ocorre em algumas situações: dizer que é contra as diferenças sociais e ao mesmo tempo ser fã do pastor Silas Malafaia.; ir à igreja ou templo e ficar reparando a roupa, o andar e os trejeitos dos outros fieis; criticar um projeto social e não mover uma palha para ser útil a alguém; pregar o evangelho, mas cometer inúmeros pecados; considerar os fiéis como se fossem clientes. Seja você mesmo (a)!

A hipocrisia dos “sem-noção”: ocorre também através dos vândalos que recebem para promover algazarras nas ruas, quebrar veículos de inocentes, trapacear, roubar, invadir lojas, saquear supermercados, destruir instituições bancárias, destruir vidraças de casas, enfrentar a autoridade policial, matar mendigos, queimar pessoas dormindo em bancos de praça, dar nomes aos movimentos criados, com objetivos políticos e apoios de “graúdos”, em nome do poder, ou do futuro poder etc.

Hipocrisia nas redes sociais é formada através de vários comportamentos: amigos e colegas que fingem não te conhecer, aqueles que não se interessam por quase nada etc.

Percebe-se que há muitos tipos de hipocrisia, coube destacar alguns; e saber que o "remédio" para a maioria dos casos, está na Educação, que deveria ser respeitada e cultivada, desde cedo. Tudo poderia ser bem melhor, mas a roubalheira, em nome da Cultura ultrapassa fronteiras; e os beneficiados, dominam e atropelam as regras, driblam as leis, embolsam bilhões, e consideram tudo ótimo, o que oferecem.

O povo pouco faz; caso contrário, esse quadro mudaria, rapidinho. É questão de consciência, união e querer mudanças.

Prof. e jornalista Nilceu Francisco

Nilceu Francisco
Enviado por Nilceu Francisco em 19/01/2015
Reeditado em 19/02/2015
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