NOTEMOS, ORAS POIS - (RLessa/Abr/2014)

Existem crianças feridas por aí, não só literalmente, nem percebem que precisam de colo pois seus temores distorcem fatos e sentidos deixando-as sempre na defensiva ou em ataque perpétuo. Mas cada um com seu cada um.

Somos sim, seres de múltiplas interpretações e como tal muitas vezes, muitas mesmo, nos equivocamos e trazemos para nosso espaço emocional os atos alheios, interpretando-os nestas variadas vezes como ataque pessoal, como se traduzíssemos o ato alheio com um dicionario próprio, pessoal e intransferível o que é do outro: apropriando-se dos significados como se detivessem em suas mãos algo que se esvai feito água, liberto.

Saber se deslocar do que se é, e tentar compreender o universo do outro é a grande etapa do vivenciar a vida repeitando valores, escolhas que muitas vezes são totalmente opostas às nossas, mas não significa que deixem de ter valor e sentido no universo alheio. O que é do outro é do outro.

Hoje graças à uma conversa com uma amiga querida, e que agradeço muito, percebo que me colocando também nessa questão que por hora escrevo, vou tecendo em mim mais uma identidade, e enriquecendo minha paciência e estado de espírito, para comigo e para com o outro e por isso decido que minhas janelas estarão abertas sim, mas com filtro protetor, daqueles que fazem o outro chegarem respeitosamente, chegando sem jamais ultrapassar limites, isso sim é amizade. isso é viver.

Optei pelo distanciamento de seres que por não mais estarem comigo dialogando por respeito à mim e por respeito ao outro. Esse filtro respeitoso é que engrandece o diálogo. Nem tudo que se faz, diz respeito à nós... Dessa forma reafirmarei:

ESCREVO SIM, ESSE É MEU ESPAÇO, MEU UNIVERSO, ABERTO À DIÁLOGOS SAUDÁVEIS.

ESCREVO SIM, COM ERROS E ACERTOS, REINVENTANDO MEU UNIVERSO SEMPRE.

ESCREVO SIM, SE ACASO NÃO COMPREENDES, DIALOGUE SOME COMIGO E PODEREMOS CRESCER JUNTOS, MAS CADA UM EM SEU UNIVERSO.

Por hora não me desculpo, apenas tenho certeza de que quem realmente me ama, me compreende, até mais que eu mesma saberá do que digo. Pensemos um pouco nisso, eu de cá, você daí... e troquemos saberes, somando sim... Bom domingo, dia ameno, gostoso de sentir.

UM POUCO DA'QUI PRA'Í, CARINHO SEMPRE É BOM.

Adoro palavrinhar coisas.

Amo escrevinhar linhas.

Sou de letras, de tirinhas, de tiradas atiradas, todas elas entre linhas.

Amo os defeitos da estrada, a luz mau acesa, o som bem tocado num quase desafinado; contudo sempre vejo o cheiro das coisas, as cores das almas, o sabor dos gestos.

Palavras me vem cantadas, mansas mas assertivas, e ensurdeço de prazer quando sibilam em meu ouvido e num crescendo, não mais me cabem e procuram em minhas mãos a forma possível de escrever-se através e por mim.

Depois do quase êxtase, leio, releio e desacredito da impossibilidade de se notar o horizonte sem escrever em sua linha um pouco de poesia.

Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 16/01/2015
Código do texto: T5103413
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