HISTÓRIA DA IGREJA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DAS DORES (DORES DO TURVO)

Dores do Turvo é uma pequena cidade da Zona da Mata mineira cujo nome homenageia a padroeira da cidade, Nossa Senhora das Dores, e o principal rio da região, o Turvo. Nossa Senhora das Dores do Turvo, como era chamado antigamente o arraial, foi um povoado que surgiu em plena serra da Mantiqueira, em terras doadas por Maria Lopes em 1773. A freguesia só foi instalada em 1873 e como distrito, Dores do Turvo chegou a pertencer aos municípios de Piranga, Alto Rio Doce e Senador Firmino, até sua emancipação 1953. Atualmente, o município possui quase 5 mil habitantes e a economia é baseada na produção de milho, feijão, café, arroz e pecuária leiteira. Pelo menos dois aspectos são dignos de nota no município: a) a igreja de Nossa Senhora das Dores; b) e o destaque de alunos na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP). Os alunos de Dores do Turvo desbancaram os de todos os municípios brasileiros, incluindo as grandes capitais, na disputa pelo título de campeão da OBMEP, com 133 medalhas conquistadas. A cidade tem apenas uma opção escolar para alunos do sexto ano do ensino fundamental até o terceiro ano do ensino médio (Escola Estadual Terezinha Pereira), e é de lá que saíram os vencedores, desde a primeira edição da prova, em 2005. São 6 medalhas de ouro, 7 de prata, 21 de bronze e 99 menções honrosas. A igreja matriz, orgulho dos dorenses, é uma construção com características ecléticas. Implantada em platô calçado de pedras acima da praça, é acessível por ampla escadaria e rampa lateral. A planta dessa matriz, que data da primeira metade do século XX, foi projetada pelo mesmo arquiteto que projetou a igreja Matriz de Santo Antônio em Presidente Bernardes (o italiano Rafael Juliano); é organizada em átrio ladeado por batistério e nicho com as figuras de Jesus, Maria, Maria Madalena, São Dimas e São João Evangelista. A igreja possui em sua fachada frontal, duas belas imagens (São Pedro e São Paulo), considerados os principais líderes da igreja Cristã primitiva. A matriz se desenvolve em nave principal ladeada por duas naves laterais. Ao fundo, ao lado do altar, dividido por arco cruzeiro, ficam a capela e um conjunto de salas. Ao fundo, a planta se desenvolve a partir de um decaedro dividido ao meio. A iluminação lateral é enfeitada por um belíssimo conjunto de 16 vitrais que retratam imagens de profetas e apóstolos. Nas paredes laterais direita e esquerda encontram-se dispostas, individualmente, 14 imagens de santos (7 de cada lado). As duas torres se erguem escoradas em contrafortes, em 4 blocos justapostos, sendo que o quarto tem os cantos chanfrados e é encimado por cobertura cônica que termina em cruz de metal. A igreja possui 6 entradas laterais (3 de cada lado), e uma central, onde se encontra as estátuas de São Pedro e São Paulo. Em termos de pinturas internas, a igreja é riquíssima, com desenhos e imagens com grande qualidade artística. Embora sóbria externamente, pois seu revestimento foi feito à base de pó de pedra, internamente apresenta um belíssimo conjunto de cores. Entre tudo que chama a atenção de mobiliário, destaca-se o raríssimo órgão tubular, posicionado em cima do coro.

Patrício Carneiro
Enviado por Patrício Carneiro em 28/11/2014
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