A Ideologia da Propriedade Privada Como Direito Natural.
A Ideologia da Propriedade Privada Como Direito Natural.
A burguesia precisava naturalmente, de uma ideologia forte, que garantisse a propriedade privada, como direito natural.
De igual modo acepção do direito divino em benefício da nobreza, a garantia perpétua a transferência da herança do poder político.
O entendimento axiológico na realidade prática o direito divino em relação à propriedade privada apenas manipulação ideológica.
Do mesmo modo o direito do poder político, a nobreza fundamentava o absolutismo, na defesa divina de uma classe social protegida por Deus.
Como se Deus irresponsavelmente escolhe uma classe social para dar sua proteção.
O que se entende por hereditariedade substanciada no sangue. Quando teologicamente, não se sustenta exegeticamente, sendo que o Deus revelado na História, politicamente sempre fora contra a propriedade privada.
Palavras de Jesus Cristo é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha que um rico ir para o céu.
Continuava Deus na figura de Jesus, para segui-lo, era necessário vender todos os bens, e colocar o dinheiro em um fundo comum.
Condição a priori indispensável para fazer parte de seu grupo. Epistemologicamente, Deus sempre fora contra a propriedade privada.
Hermeneuticamente, o direito a propriedade não é natural, muito menos divino.
Deus exegeticamente sempre fora contra a concentração da renda.
Entretanto, a burguesia precisava de uma ideologia semelhante usada pela nobreza, que fundamentasse a propriedade como direito natural resultada do trabalho.
A Formulação desenvolvida pelo filósofo John Locke no final do século XVII e princípio do século XVIII.
Locke desenvolve a seguinte argumentação na defesa do direito a vida, a liberdade e os bens materiais, fundamentais a conservação de ambos.
A defesa do princípio que toda forma de riqueza é conseguida pelo trabalho. Portanto, o acúmulo dos bens materiais tem validade lógica e divina.
Com efeito, a propriedade privada tem legitimidade com o direito natural, pelo fato de ser resultada do trabalho, as formas de elaboração.
A ideologia dos princípios liberais referentes ao mecanismo de concentração da renda fundamenta-se em um ato teológico falso desenvolvido com argúcia e manipulação.
Argumenta-se exegeticamente, quando Deus criou o mundo e o homem instituiu-se para o mesmo sobreviver com o trabalho.
Motivo pelo qual, a propriedade resultada do trabalho é divina, do mesmo modo que a nobreza tinha direito ao poder político, por ser uma classe social ideologicamente protegida por Deus.
Ora tal modo de entender hermeneuticamente a concentração da renda, como fruto do trabalho, é tão somente uma ideologia perniciosa.
O que foi muito bem representado morfologicamente, tardiamente na literatura elaborada a serviço do protestantismo por Max Weber. A respeito da ética do protestantismo, apenas deturpação teológica.
Sendo que a riqueza resulta-se do trabalho, naturalmente dos pobres, explicitação marxista da teoria da mais valia.
O que significa trabalho não pago a classe operária. O acúmulo das mais valias possibilita a classe burguesa detentora do modo de produção adquirir a propriedade.
Motivo pelo qual todas as formas de riquezas fundamentam em mistificações. A expropriação da força do trabalho não pode ser direito natural.
Na prática roubo. O que não foi entendido pela ideologia liberal de Estado formulada por Locke.
Entretanto, antes já refletia Rousseau ao deixar claro que toda forma de propriedade privada é um roubo.
Do mesmo modo Karl Marx, sabendo que a riqueza é o resultado do salário não pago, portanto, a propriedade privada como direito natural, apenas uma falácia. Engodo epistemológico.
Ideologia inventada, sobretudo, pelo paganismo liberal protestante europeu, produto da reforma como movimento político.
Evidentemente, desse modo para garantir a propriedade como direito natural, a burguesia funda o Estado político liberal.
Fundamenta-se a teoria política a partir do Contrato Social, teoria elaborada por Hobbes.
O mesmo tem para Hobbes, como finalidade garantir o direito natural da propriedade privada, dessa forma é fundada a sociedade capitalista, sustentada no Estado político liberal, e, a defesa do modo de produção capitalista.
Dessa forma a burguesia compreende inteiramente legitimada perante a sociedade ao acúmulo de bens, entendida superiormente a nobreza, uma vez que obteve sua riqueza pela legitimidade do trabalho.
Sendo que reis e nobres são parasitários, vivendo dos trabalhos alheios do chamado Terceiro Estado.
Motivo pelo qual a burguesia analisa-se como superiora ao Primeiro Estado, Constituído da nobreza e parte do clero.
Sendo assim a burguesia se reconhece superior a nobreza, referente ao aspecto moral, porque a burguesia trabalha e não vive como fruto de um Estado parasitário.
Teologicamente Deus fez todos os homens iguais, dando aos mesmos a missão do trabalho, concebendo como resultado a propriedade privada como fruto da ação humana.
Os pobres que não conseguirem por meio do trabalho, a concentração da renda e adquirir a propriedade privada, passam ser entendidos como pessoas não empenhadas ao acúmulo do bens materiais.
Motivo pelo qual se entende a pobreza não merecedora da justiça social, ideologia de direita dento do liberalismo econômico.
Portanto, a pobreza só existe devido ao não empenho dos pobres. Motivo da superioridade da burguesia.
A pobreza efetiva porque os pobres não fazem uso adequado dos dons dados por Deus, razão de ser uma categoria inferior, reflexão formulada por John Locke.
Influenciando mais tarde, profundamente o protestantismo de Max Weber, a riqueza como benção de Deus. Delírios da exegese protestante.
Tendo, portanto, a obrigação de trabalhar para a burguesia.
Os pobres são pobres por serem perdulários, por não se sacrificarem, guardando o dinheiro para adquirir a propriedade privada.
Quando em consonância a pobreza resulta-se apenas porque os pobres vendem a força de trabalho, recebendo uma pequena parte do valor da sua força de elaboração, resultando a desapropriação do ter.
Edjar Dias de Vasconcelos.