A vida não tem limites
O jornal Estado de Minas, domingo, 17/8/2014, publica matéria sobre o tema: "A vida não tem limites". Sustenta-me o texto assinado pela jornalista Zulmira Furbino, e nele me apoio.
"Numa das cenas finais do filme "O amor nos tempos do coléra", adaptação do livro homônimo de Gabriel Garcia Marques para o cinema, a atriz Fernanda Montenegro, que vive o papel da octagenária Femina Dazza, tira sua roupa aos poucos e se prepara para dormir pela primeira vez com o também octagenário Fiorentino Aziza, namorado que abandonara na juventude. O romance, o preferido do ator, conta a belíssima história de um amor tardio. Em 1985, so publicá-lo, talvez Gabo não imaginasse que de alguma forma estava escrevendo sobre o futuro. Como os protagonistas do filme, um batalhão de homens e de mulheres que entraram na terceira idade estão quebrando tabus ao descobrir e redescobrir o amor. O movimento se acentuou nos últimos 20 anos, derrubando o mito da velhice assexuada. Amor a primeira vista, as descobertas sexuais e repactuação dos laços amorosos entre idosos do século 21 que optam por não ficar sozinhos".
"Numa das cenas finais do filme "O amor nos tempos do coléra", adaptação do livro homônimo de Gabriel Garcia Marques para o cinema, a atriz Fernanda Montenegro, que vive o papel da octagenária Femina Dazza, tira sua roupa aos poucos e se prepara para dormir pela primeira vez com o também octagenário Fiorentino Aziza, namorado que abandonara na juventude. O romance, o preferido do ator, conta a belíssima história de um amor tardio. Em 1985, so publicá-lo, talvez Gabo não imaginasse que de alguma forma estava escrevendo sobre o futuro. Como os protagonistas do filme, um batalhão de homens e de mulheres que entraram na terceira idade estão quebrando tabus ao descobrir e redescobrir o amor. O movimento se acentuou nos últimos 20 anos, derrubando o mito da velhice assexuada. Amor a primeira vista, as descobertas sexuais e repactuação dos laços amorosos entre idosos do século 21 que optam por não ficar sozinhos".
Eros Filosófico
Mas é realmente verdadeiro que o amor platônico significa frieza ou enfermidade da mente ou do corpo nas coisas atinentes ao sexo? A teoria é exposta por Sócrates no célebre diálogo "O Banquete". Nesse diálogo Sócrates não prega, de fato, a frigidez e a renúncia. Reunido em banquete com amigos cultos e sem preconceitos, que haviam meditado diversamente sobre o tema do amor, elogiando e como um deus onipontente, belíssimo e benéfico, Sócrates demonstra que amor é desejo, falta, tensão no sentido de um bem que ainda não se possui e pelo qual se sofre. Essa ardente solicitude de possuir tem como objeto supremo os valores naturais. No "Banquete" Sócrates descreve a ascensão da beleza física à beleza espiritual, mas nesse itinerário o terrestre e sensual não é desprezado, mas sim valorizado como etapa necessária sem a qual se cumpre a caminhda em direção às formas mais altas do amor. Na beleza terrena do corpo, da natureza, dos sentidos, já se enunciam os valores ideais e eternos que a alma precisa em seu ímpeto de amor.
Roberto Gonçalves
Filósofo
Filósofo